ANTONIO PIRES “LILO”

Lilo (agachado, o terceiro da esquerda para direita)
na equipe do Vasquinho da Mooca

Nos últimos tempos, muito tem se comentado a respeito da alta rotatividade dos atletas de futebol profissional, lembrando-se que, antigamente, raros eram os casos de transferência entre clubes. Geralmente os bons jogadores procuravam o seu time de coração e ali atuavam até o fim de sua carreira. Ser transferido para o time rival, então, era considerado um crime hediondo.

O mesmo, todavia, não se podia dizer a respeito dos jogadores que atuavam na várzea. Estes sempre tiveram a fama de serem fominhas de bola : se tiverem chance, jogam aos sábados de manhã, sábados à tarde, domingos de manhã e domingos à tarde. Isso se não arrumarem uma boquinha em algum jogo à noite durante a semana. E, geralmente, em times diferentes.

Um exemplo disso é o famoso Lilo, que pouca gente sabe chamar-se Antonio Pires, irmão de Oscar Pires um dos mais fanáticos e antigos torcedores juventinos e membro de sua “tropa de choque” dos bons tempos da Rua Javari.

Graças a sua capacidade futebolística, Lilo tinha o seu “passe” disputado por quase todos os times representativos da várzea mooquense, começando ao 19 anos de idade integrando o famoso esquadrão do Bairro Chinês. Depois disso jogou pelo Estrela da Mooca, Máquinas Piratininga, Ginástico Paulista (Vila Maria), APEA, Imprensa Club do Brás, Madrid e outros com passagem mais curta.

Lilo tentou a sorte no Juventus onde chegou a atuar uma poucas vezes pelas equipes de base mas – sabe como é – como tantos outros craques, ele precisava sobreviver e, na ocasião, atletas amadores não recebiam nem ajuda de custo, por isso optou por arrumar um emprego.

Em dado momento da vida resolveu tentar a sorte nos Estados Unidos e lá atuou pelo Sport Club Português de Newark – New Jersey, pelo qual sagrou-se campeão de futebol de salão em um torneio realizado em Nova York e pelo Bayone Club Italiano de Bayone – New Jersey, onde também sagrou-se campeão da Liga Americana em 1968.

Lilo (primeiro da esquerda para direita)
na equipe do Colégio São Judas Tadeu

Lilo faz questão de citar que inúmeros jogadores que atuaram com ele teriam, hoje, lugar certo em qualquer das principais equipes do Brasil. Mesmo com receio de esquecer de alguns, ele lembra de Natalino, Vadô, Lelo, Tirone, Joãozinho (do Bairro Chinês), Lito (do Vasquinho), Miguel, Arlindo, Ubaldo, Preguinho, Valdir Trevisan, Rosário e o famoso Ivo Noal, além de outros que, efetivamente se tornaram atletas profissionais, como Zanetti, Hidalgo, Alessio, Niquinho, Rodrigues e Rodriguinho. Realmente, é uma seleção de craques.

Arquibancadas do antigo Hipódromo da Mooca

As centenas de jogos que participou também trazem grandes recordações e saudades para Lilo. Por exemplo, ele se recorda com emoção quando atuou em uma final de um torneio varzeano entre o Bairro Chinês e o Vila Paris, partida essa disputada à noite no estádio da Rua Javari ( não estranhe : o Juventus cheqou a ter o seu campo iluminado durante alguns anos). Esse confronto lotou completamente o Estádio Conde Rodolfo Crespi, que recebeu um público de cerca de sete mil pessoas.

Lilo se recorda também com muita saudades e, por que não dizer, com tristeza do campo de futebol que substituiu a pista de corridas do Jóquei Clube da Mooca. Era um belíssimo campo gramado, com pista de atletismo, excelente iluminação e emoldurado pela maravilhosa arquibancada remanescente do Jóquei Clube, com suas grades feitas de ferro trabalhado. A tristeza citada se deve ao fato de que tudo isso foi destruído, posteriormente, por um “iluminado” prefeito da cidade de São Paulo.

Arquibancadas do antigo Hipódromo da Mooca

As centenas de jogos que participou também trazem grandes recordações e saudades para Lilo. Por exemplo, ele se recorda com emoção quando atuou em uma final de um torneio varzeano entre o Bairro Chinês e o Vila Paris, partida essa disputada à noite no estádio da Rua Javari ( não estranhe : o Juventus cheqou a ter o seu campo iluminado durante alguns anos). Esse confronto lotou completamente o Estádio Conde Rodolfo Crespi, que recebeu um público de cerca de sete mil pessoas.

Lilo se recorda também com muita saudades e, por que não dizer, com tristeza do campo de futebol que substituiu a pista de corridas do Jóquei Clube da Mooca. Era um belíssimo campo gramado, com pista de atletismo, excelente iluminação e emoldurado pela maravilhosa arquibancada remanescente do Jóquei Clube, com suas grades feitas de ferro trabalhado. A tristeza citada se deve ao fato de que tudo isso foi destruído, posteriormente, por um “iluminado” prefeito da cidade de São Paulo.

Lilo conta que, em uma partida que disputou nesse estádio, num domingo de manhã, atuando novamente pelo Bairro Chinês, desta feita contra o River Plate do Brás, aconteceu um enorme “sururu” que paralisou a Rua Bresser por muitas horas.

Ao falar desse local, as recordações da infância de Lilo também vêm à tona e ele se recorda que, em 1948, quando tinha apenas 9 anos de idade, ali ocorreu uma exposição e apresentação de aviões que haviam combatido pelos americanos na 2ª Grande Guerra Mundial e ele teve a oportunidade de entrar em um desses caças, fato este que permaneceu em sua memória para sempre.j

Enfim, com esse passado futebolístico, são tantas as histórias que Lilo tinha para nos contar que sugerimos a ele registrar isso num livro. “Quem sabe” – respondeu-nos ele.