No início do século XX, muitos italianos deixaram a bela Itália, que passava por momentos turbulentos e vieram para o Brasil, terra promissora, relativamente jovem e com infinitas oportunidades. Dessa forma, teve início a história de Luigi Pássaro e Filomena Di Vernieri. Luigi nascido em 1873 na cidade de Castel San Lorenzo- Provincia de Salerno-Itália. Filomena, nascida em Castel Gandolfo, província de Roma, embarcaram em um navio com a pequena Ângela de apenas 2 anos e desembarcaram no Porto de Santos, de onde rumaram para São Paulo.

Como todos os imigrantes, Luigi e Filomena vieram em busca de se estabelecer e conquistar melhores condições de vida objetivando dar continuidade à família. Dessa união nasceram Ângela (a querida tia Angelina), cozinheira sem igual, Paschoal, Alfredo, Antônio, João, Helena, Anunciata, Eugenio e Elias Pássaro os caçulas da numerosa família.

A Mooca, mais precisamente a Rua João Antônio de Oliveira foi o local onde o jovem casal escolheu para formar um lar e dar início à história da família.

Luigi faleceu ainda jovem, mas sempre procurou manter as tradições trazidas da querida Itália. Na casa onde moraram logo plantaram uma parreira, sempre cuidada com muito carinho e, debaixo dela,

colocaram uma grande mesa onde toda família se reunia e cultivava seus hábitos alimentares: o indispensável macarrão com “bracciolla” regado a vinho, o pão e doces italianos, Em cima da mesa não faltavam as deliciosas uvas tiradas da citada parreira. Após o almoço jogavam suas partidas de tombola, acompanhada de muita conversa e risadas.

Os filhos foram crescendo. As mulheres, como de costume da época, cuidavam do lar e se tornaram grandes cozinheiras. Paschoal virou um notório policial, Alfredo professor, Antônio servidor público.

Mas, de quem mais se ouviu falar na Mooca foram os caçulas Eugênio e Elias Pássaro.

Eugênio Pássaro virou proprietário do Restaurante e Pizzaria Bimbar nos anos 60, local famoso por ter a considerada melhor dobradinha da cidade e por uma pizza maravilhosa. Nele se reuniam os muitos e grandes amigos onde se alimentavam, conversavam e jogavam dominó. Era, também, muito comum celebridades da época frequentarem o local atraídos pelo alegre ambiente e pela fama das pizzas e dobradinhas, dentre eles pode-se citar o grande Eder Jofre, maior boxeador brasileiro de todos os tempos.

Paralelamente, Eugenio assumiu no C.A.Juventus o cargo de dirigente das equipes de base, até chegar a diretor de futebol do time profissional, em época de ouro do Clube, onde o Juventus montou suas equipes mais fortes, com jogadores de qualidades técnicas indiscutíveis, que fizeram o time ser respeitado no Brasil todo, respeito que se expandiu também para fora do país.

Com todas essas atividades, Eugenio Pássaro se tornou muito conhecido no bairro a ponto de, a pedido dos muitos amigos, ter se candidatado a Vereador pela nossa cidade

Eugenio foi casado com Magdalena Negrete Pássaro e o casal teve os filhos  Helena Maria, Vera Lúcia e Eugenio Filho, enquanto Elias foi casado com Aída Pássaro, com quem teve os filhos Luiz Carlos e Marcos

Elias Pássaro se tornou enfermeiro e farmacêutico, em 1953 e aos 24 anos começou a trabalhar no Juventus onde prestou serviços por mais de 50 anos, tornando-se um dos massagistas mais conhecidos no cenário esportivo nacional.

Os irmãos Eugenio e Elias, juntos acompanharam o time de futebol por todo o nosso Estado e boa parte do País.

O amor pelo clube foi tanto que mesmo nos seus últimos momentos de vida ainda tinham grande ligação com o clube. Juntos, Eugenio e Elias Pássaro dedicaram 100 anos de suas vidas ao Juventus.

A família Pássaro, hoje em sua 5ª geração, preserva seu amor não só pelo Juventus como também pela nossa Mooca, orgulhando-se por ter deixado sua marca e contribuição aos mesmos.

Colaborou: Eugenio “Geninho” Pássaro Filho

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