Seu verdadeiro nome é Paschoal Roberto Benvenuto, mas no meio futebolístico é conhecido como Écio Pasca, nome atribuído pelo veterano treinador Rubens Minelli, que considerava o seu estilo de jogo parecido com o de Écio, um ex-craque do Vasco da Gama do Rio. Mas, para os mooquenses ele é o “Pascá”.

Dificilmente há alguém na Mooca, principalmente no meio futebolístico, quem não conheça o Pascá. Nascido na Avenida Paes de Barros 411, num dos primeiros palacetes construídos na Mooca, pertencente ao seu avô, sr. Paschoal Benvenuto, imigrante italiano que veio para o Brasil nos primeiros anos do século XX no mesmo navio dos Matarazzo e que aqui, mais tarde, criou a conhecida fábrica de calçados Baronesa.

Bem, mas vamos abordar a atividade que consagrou Écio: o futebol. A sua carreira começou muito cedo, aos onze anos de idade, quando o sr. Henrique Campiero, presidente do Paulista F.C. da Mooca, conversou com seu pai convidando-o a defender a camisa desse Clube.

Pouco tempo depois transferiu-se para um clube vizinho:  o C.A. Parque da Mooca, onde rapidamente pode demonstrar toda a sua categoria daí originando um convite, aos 13 anos de idade, para jogar futebol de salão na S.E. Palmeiras.

Do futebol de salão para o campo foi um passo: em curto espaço de tempo Écio já estava atuando pelo infantil do “Palestra”, depois pelo juvenil , aspirantes, chegando às equipes principais onde atuou por inúmeras vezes no período de 1969 a 1971. Ao todo foram 11 anos vestindo a gloriosa camisa alviverde.

Mas Écio deu um azar, a exemplo de muitos outros craques estava numa equipe em seu momento errado, pois o Palmeiras da época possuía uma super esquadra, composta por craques do nível de Ademir da Guia, Dudu, etc. Nessas situações, como todos sabem, as oportunidades para os jovens valores são restritas. Assim, aconteceu o infalível: foi cedido para o C.A. Juventus e mais tarde para o Nacional da Capital, São Bento de Sorocaba e Santo André, encerrando a sua carreira de futebolista profissional no ano de 1981.

Nesse período, Écio teve a oportunidade de participar da conquista de inúmeros títulos, dentre os quais destacam-se : bi-campeão infantil , bi-campeão juvenil, campeão da categoria de aspirantes, campeão do Torneio Início e campeão brasileiro, todos pelo Palmeiras e campeão do Paulistinha pelo Juventus.

Até agora falamos em futebol profissional, mas o nosso “Pascá” teve uma participação tão ou mais intensa e vitoriosa no futebol de várzea   muitos times, principalmente, o glorioso C.A. Parque da Mooca, onde conquistou títulos do famoso torneio “Desafio ao Galo”, atuando em todas as 29 partidas em que o “Parque” esteve presente, sendo eleito o melhor jogador em campo em 14 dessas partidas, tornando-se, também, o recordista de gols desse tradicional torneio.

Mas, o sucesso de Écio não se restringiu a sua atuação como jogador.

Tão logo encerrou a carreira dedicou-se ao espinhoso trabalho de treinador, inicialmente nas equipes de base do Juventus em 1981, passando depois por vários clubes como o Nacional, Corinthians, Portuguesa de Desportos, Santos e inúmeros outros, inclusive dirigindo equipes que disputavam divisões principais. Tem sido uma carreira de sucesso, conquistando um número infindável de títulos e, inclusive, sendo convidado a dirigir a Seleção Paulista de Juniors em 1984, a Seleção Brasileira – Divisão Infanto/Juvenil – em 1985 e, mais recentemente, a Seleção Olímpica da China, de 1993-1997, onde foram revelados 17 dos 23 jogadores que compunham a seleção principal desse País que disputou a Copa do Mundo de 2002.

Todas essas conquistas foram importantes, mas a que provavelmente mais satisfação trouxe ao Écio foi a sua passagem pela Portuguesa de Desportos, onde pode realizar um trabalho mais planejado e longo, conquistando  todas as competições em que participou, inclusive a Taça São Paulo de Juniors, onde foram revelados craques como Dener, Tico, Sinval, etc., sucesso este que lhe permitiu ser promovido para dirigir a equipe principal da “Lusa”.

Uma outra passagem que lhe traz muito orgulho foi dirigindo o Juventus em 1997, quando a equipe avinhada conquistou o vice-campeonato brasileiro da série C, que lhe garantiu o aceso à série B no ano seguinte.

Foi difícil conseguir com que o Écio nos contasse toda a sua história, pois, como ele mesmo diz, não gosta de viver do passado.

E como gosta de viver o presente, hoje o nosso homenageado continua a sua vitoriosa carreira dirigindo o Écio Clube na Capital de São Paulo e o Santa Catarina Clube, nas cidades de Rio do sul-SC e Palhoças-SC, onde faz um belíssimo e meritório trabalho com menores carentes, tirando-os das ruas e dos vícios e encaminhando-os para a salutar atividade esportiva, além de administrar uma empresa distribuidora de água mineral em parceria com seu irmão, Pedrinho, também ex-atleta.

A sua vida no esporte, segundo o próprio Écio, lhe proporcionou a oportunidade de conhecer 64 diferentes países. E ele conta, concluindo com uma larga gargalhada, que em muitos desses lugares, quando ouve das arquibancadas um grito de “Écio” chamando-o, já sabe que se trata de um brasileiro, mas quando o grito é “Pascá”, não tem dúvida: é alguém da Mooca. E, nessa hora, é impossível conter a emoção.

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