Até então, minha relação com a Mooca resumia-se a sua estação ferroviária, a qual era parada obrigatória quando ia de Santo André para o Brás, religiosamente, todas as tardes de segunda a sexta no segundo semestre de 2002, a caminho da Bela Vista, rumo aos últimos meses do bacharelado em Turismo. Hoje posso dizer que sei um pouco mais sobre a terra do Juventos… mais precisamente, posso dizer: Como é agradável a Mooca!
Final de Junho (ou começo de Julho) do ano de 2003, apesar de ter sido outro dia, ainda pipoca na minha cabeça tal questionamento: Que dia foi mesmo??? Bom, era um domingo… o sábado havia sido dia de “balada” – Aniversário da Marjory e despedida da Ana (parte 1).
Meu pai, que estava em São Paulo, tinha viagem marcada para Curitiba, levei-o até o metrô, e de lá tinha rumo certo… a Mooca… para a feijoada de despedida (parte 2) da Ana… Na verdade não fui para a feijoada… tinha almoçado com meus velhos… fui para a despedida…
Ana ia pra Londres, ficar uns anos por lá… estudar, trabalhar… ela é uma amiga de faculdade (os amigos de lá merecem textos enormes, sou muito grato a eles…), gente finíssima e com quem ainda mantenho contato quando ela resolve se aventurar em algum um cybercafé lá pelas bandas da terra da Rainha…
Deixei meu pai no metrô, e rumei para a 23 de Maio… na altura da Liberdade, virei a direita, sentido Radial-Leste… cruzei aquele emaranhado de viadutos e cheguei a grande via… bom, agora buscava a Rua dos Trilhos… Rua dos Trilhos… estava de olho nas placas… bom, ali está… Rua dos Trilhos – novamente à direita…
O celular tocou… era o Alexandre (um dos amigos da faculdade)… ele já estava por lá… queria saber onde o pamonha aqui estava… expliquei “No começo da Rua dos Trilhos”.
“Cara, deixa te passar pra Ana”
“Dri, é fácil… pega a Rua dos Trilhos até o fim, vire a direita e pegue a Rua da Mooca até o fim… pronto… o prédio que você ver, é o meu!”
Fácil… do jeito que ela orientou eu obedeci… roboticamente diga-se de passagem. Segui pela Rua dos Trilhos… mas confesso… não sei se por desantenção não vi trilho algum… vi algumas casinhas antigas, e bem conservadas… vi muitos senhores e senhoras de cabelos brancos e sorriso no rosto… senti naquela tarde de sol na paulicéia, um pouquinho de alegria!
Beleza, acabou a rua, vamos para a Rua da Mooca… cruzei uma praça, ali acredito que esteja a igreja matriz do bairro – chego a incrível conclusão devido sua imponência estética, ok, prometo pesquisar mais sobre o assunto… farol, farol, farol… descidinha, prédio…
Estacionei o carro, abraços no povo, vi umas fotos incríveis que o Alexandre havia tirado, ouvimos um som, a Ana distribuiu uns cd’s que ela só quer ver de volta daqui uns cinco anos – levei 8 novas peças pra casa – tomei uns refrigerantes, comi uns salgadinhos, parti para uma grande disputa de tênis de mesa… ah, brinquei com o sobrinho da Janderli (outra amiga da faculdade)… “ping-pongueiro” em potencial!
Anoiteceu… esfriou… hora de ir embora buscar a Marjory no Aeroporto de Congonhas… me despedi da Ana desejanto toda sorte do mundo nessa nova empreitada… e dali pro Centro era só pegar a Rua da Mooca até o final… farol, farol, farol… povo alegre, povo feliz nas calçadas noturnas… pizzarias, botecos… Ali atrás deve ser a Rua Javari – o Pelé marcou o gol mais bonito da vida dele, segundo ele mesmo, ali – significa algo pra quem gosta de futebol…
Bairro agradável… muito prazer…
Vi a Mooca passar pela janela do meu carro…
Adriano Vieland