A rua do Oratório, inicialmente denominada Estrada do Oratório, tem uma extensão de cerca de 3.700 metros, ligando a Mooca à Vila Prudente. Sua denominação tem origem no fato de que, na região, existia fazenda do Oratório pertencente a Ordem Religiosa dos Carmelitas. Um local consagrado a orações, designado “oratório”, existente entre a sede dessa fazenda e o rio que atravessava suas terras deu origem ao nome da fazenda, do rio e da estrada que passava por ali.

Antes disso, no ano de 1571, as terras da região foram concedidas, por carta de sesmaria, ao ouvidor Amador de Medeiros. Em meados do século XIX, a região era um importante ponto de ligação entre o litoral e o núcleo da cidade de São Paulo.

Da Calçada do Lorena, inaugurada em 1792, que passava pela Serra do Mar ligando o Porto de Santos a São Paulo, partiam diversos caminhos, como o do Oratório, o do Vergueiro, o do Pilar, e outros. Esses caminhos eram abertos espontaneamente, sem nenhum planejamento, por tropeiros que faziam o abastecimento da cidade com produtos vindos da Europa, e também por moradores das áreas rurais; pois a produção paulistana era para o consumo interno.

A Rua do Oratório teve seu nome oficializado pela Lei Municipal 4776 de 24/08/1955. A Estrada do Oratório, que lhe deu origem, seguia até o Córrego do Oratório, na divisa com o município de Santo André; conforme nos mostra a Planta da Cidade de São Paulo, de 1924. Seu nome foi alterado diversas vezes, em diferentes trechos. Para alguns habitantes das regiões mais próximas do núcleo da cidade, essa estrada podia ser a da Invernada, porque era esse o nome que se dava àquelas áreas, nas encostas das colinas, cercadas por riachos, onde se deixava os animais pastando livremente; muito comuns na região da Vila Prudente, onde havia o Sítio da Invernada.

Na planta de loteamento da Vila Prudente, de 1890, é com o nome de Estrada da Invernada que ela aparece, limitando um dos lados da área loteada. Mais tarde, na Planta Geral da Capital de São Paulo, de 1897, o mesmo trecho aparece com dois nomes de origem indígena: Rua Votorantim e Rua Avanhandava. No início do século XX ela voltou a se chamar Estrada do Oratório, mas, nas proximidades da Rua da Mooca, ela já figura com o nome Rua do Oratório.

Nas primeiras décadas do século XX, o trecho da Estrada do Oratório que ia, aproximadamente, do quilômetro 3,7 ao 5,0, foi desmembrado e incorporado à Estrada de Vila Ema, ficando a via dividida em duas partes: a primeira, que deu origem à Rua do Oratório, e a segunda, que deu origem à Avenida do Oratório, no Parque São Lucas. Numa Planta da Cidade de São Paulo, de 1943, organizada pela Repartição de Eletricidade da The São Paulo Tramway Light & Power Co.Ltd., é possível ver a cisão da estrada e a região do São Lucas bastante urbanizada.

No ano de 1955, quando o nome da rua foi oficializado, ainda era possível ver, ocupando a última quadra do lado direito, o imponente casarão do Orfanato Cristovão Colombo. Nesse orfanato viveu e trabalhou Madre Assunta Marchetti, que foi beatificada em 25 de outubro de 2014.

O casarão continua no mesmo lugar, com seus três andares, paredes com 1 m de espessura, e muita coisa original, do início do século XX. Os restos mortais de Madre Assunta estão na capela do prédio. Quem transita pela Rua do Oratório, ou por qualquer outra das duas ruas que o circundam, dificilmente conseguirá avistar o prédio, que se encontra escondido atrás de edificações que abrigam oficinas, estacionamentos e estabelecimentos comerciais. A viela que lhe da acesso fica na Rua do Orfanato, mas, nem mesmo ela é de fácil percepção.

O orfanato, que abrigava meninas, deu lugar a uma escola, administrada pelo Instituto Cristóvão Colombo e uma parte de seu terreno foi cedida para construção da Igreja de São Carlos Barromeu.

Publicado dezembro/2020