Não é de São Paulo, esta saudade.
Não é do barulho, nem tampouco dos paralelepípedos…

A saudade que vem latejada, é da Mooca…
do que eu fui quando ali morava, de todas as possibilidades que vi nascerem nesse bairro…

Saudade de mim mesma, de coisas que vivi e nunca mais esqueci, porque a Mooca é uma marca de nascença.
É como se morar na rua dos trilhos, na rua Javari e no largo São Rafael, fosse fonte de vida.

Não é de hoje a saudade…
Não é de coisas que passaram: é de pessoas, de cheiros, de vozes…de respirações.

A saudade que tenho agora é a dimensão exata do meu amor pela Mooca.
Quem sabe se voltar seria o começo de tudo?

Soraya Ruffo

(nascida na Maternidade Santa Terezinha, “crescida” na rua Javari, “adolescida” na rua dos Trilhos e na Ararigboia.
Virei mãe na Ezequiel Ramos e me esqueci de quem eu era, quando sai do meu bairro…QUERIA MUITO VOLTAR…)