Já faz mais de quarenta, cinqüenta
Anos que não voltam mais
Mas que minha memória alenta
O reviver desses tempos imortais
Tempos de que nada se lamenta !

Tempos de “ Pandiá “
Na esquina da Paes e a Jumana
Em que nesse lugar hoje há
Grande prédio com vista bacana…
Bom joguinho de bola era lá !

Dona Sara, nossa diretora
Preocupada com nosso bem-estar
Chamava nossa genitora
Pois da época era peculiar
O respeito com a professora !

Brasilux, MMDC, Osvaldo Cruz !
Entre outras também memoráveis
Foram fontes do saber e de luz
De momentos sutis e notáveis
Que em nosso “Ser” ainda reluz

Patriarca, Imperial , aliança !
Um cinema em cada canto,
Cada matinée, uma festança
Em cada “fita” um encanto
Alegrando o adulto, a criança !

Mas o tempo passava ligeiro
Nova fase se iniciava
Em que cada menino faceiro
Mesma escola noturna cursava
Pra trabalhar quase que o dia inteiro

Encarar o “ busão vinte e oito “
Pra na Praça Clóvis descer
Correr de lado a lado, afoito
E um justo salário receber
Já aos “quatorze”, bem antes dos “dezoito “

Os fins de semana chegavam
Nos bailinhos de “ pró-formatura “
Nas garagens “ Pic Ups” tocavam
LPs do Ray Coniff com candura
E os casais, juntinhos, dançavam !

Na “Oratório” ou no “Mac da Natal”
Entre outros, “Flamingos” e “Sun Sete”
Tocavam de forma genial
Som dos Beatles que ainda nos remete
A divagar naquele belo astral

Em tudo encontravamos graça
Até mesmo nas confusões
Em cada rua, cada praça
Com as gincanas das televisões
Por brincadeira, ou até por pirraça !

Pizzaria do Alberto ou Romanato
De aliche , muzzarela , calabreza
Não importa qual fosse o prato
Mostravam com toda clareza
Que a união da família era fato !

Oh Mooca tão tradicional
Do Brasil tens o justo respeito
Por seres internacional
Pelos bons filhos que tens feito
“ bairro-cidade” perfeito afinal !

Adilson Zotovici