Morando fora da cidade de São Paulo há mais de 8 anos, de quando em vez volta na nossa Mooca para visitar a família. Era Domingo, 23 de maio. O clima estava ameno. Caminhei, serenamente, pela Rua Canuto Saraiva, até alcançar a Largo São Rafael. Lá, vendo a igreja que me acolheu nos primeiros passos da vida e também na adolescência assiste, como fazia na mocidade, a missa das nove. O padre evidentemente não é mais o mesmo mas, vi, com alegria muitos semblantes conhecidos que minha memória registrava como pessoas que conheci na juventude.
Senhoras de cabelos grisalhos esboçam sorriso franco e sereno. Jovens, como os da minha época, embalavam músicas que soavam com harmonia e a missa foi, na verdade, uma “festa” de lembranças.
Casa cheia, vi que o mooquense, não arreda o pé da fé e da esperança de dias melhores para si e para a população.
Para quem nasce, vive e se forma na Mooca, não há no mundo nenhuma catedral mais bonita do que a Igreja de São Rafael. Porque além das paredes físicas ela contém todo um aconchego emocional que a faz mais bela e mais carinhosa.
Não pude assistir a missa com a concentração que o ato exige, pois estava mais atento às pessoas, muitas das quais conhecia, pelo menos de vista, e minha atenção ficou ai. Mas, depois que todos se foram, com a igreja vazia, fiz minha “missa” particular e lá orei pelo Brasil para que possa ter o destino de pátria do evangelho, pelo nosso Estado para que haja justiça social, pelo nosso município para que possa vivenciar momentos de mais tranqüilidade e, finalmente para a mooca e os mooquenses, para que sejam felizes como feliz foi o carinho que recebi na missa quando o padre nos incentivou a abraçar o irmão do lado. Só quem foi da Mooca e agora vive longe dela é que pode entender com que emoção ora escrevo para os queridos leitores deste conceituado jornal. Na minha cidade estou iniciando um movimento para fazer uma associação dos ex – moradores da Mooca. Vai ser uma festa…aguardem notícias.
Wilson Focássio