João Antônio de Oliveira (São Paulo, 03/05/1871 +São Paulo, 23/04/1913) foi um oficial da Força Pública do Estado de São Paulo, popularizado na crônica policial como Tenente Galinha. Tornou-se célebre devido à brutalidade que empregava no combate ao crime no interior do estado no começo do século XX, quando atuou no comando de destacamentos responsáveis pela proteção a propriedades ameaçadas por bandoleiros e ladrões de cavalos.

Sua equipe era composta por soldados escolhidos a dedo, dos quais exigia uma qualidade primordial: não ter medo. Sua fama de homem valente se alastrou de tal forma, que muitos episódios e muitos casos se inventaram e criaram por aí, aureolados de pura lenda e que, no entanto, passaram à categoria das coisas verídicas.

Galinha sobreviveu a todos os riscos envolvidos nas missões em que participou, apenas para ser assassinado em 1913 em casa e na própria cama pelo amante de sua esposa Benedita, crime esse cometido por seu melhor amigo, de nome Israel Coimbra Vieira de Barretos, um rapaz que pretendia ingressar na Polícia Civil e que, tendo os exames demorado muito mais do que ele imaginara, ficou sem dinheiro e pensou em desistir voltando para sua cidade. O Tenente Galinha, então, permitiu que ele ficasse em sua casa na Rua Ana Nery n° 14 (hoje 128), na Mooca.

Segundo noticiário de jornais da época, na noite do crime, o Tenente Galinha jantara em companhia da esposa, do irmão dela e do amigo Israel e, depois, foi ter um encontro com a amante Candinha na Pensão ideal. Enquanto isso, Israel foi ao Club União, na rua Boa Vista e pediu ajuda para o Manquinho, funcionário da Repartição de Águas, o qual, mesmo amedrontado, acompanhou o contratante visto que receberia como recompensa a tentadora quantia de 10 mil réis só para dar alguns tiros.

Tenente Galinha deixando a Pensão Ideal, pegou um bonde que o levaria de volta a Mooca e, ao chegar em casa. Por volta das 23 horas foi assassinado pelo Manquinho com dois tiros à queima-roupa. Benedita e o filho correram até a rua da Mooca onde encontraram um guarda que acionou o delegado de plantão da Delegacia Central. O fato se tornou um crime sem solução até que uma noite, a filha pequena do casal, ouviu pelo buraco que havia entre os cômodos da casa (que naquele tempo não eram fechados até o teto), sua mãe e o aspirante a oficial conversando sobre o desenrolar do crime e o que fariam com a pequena fortuna deixada pelo tenente. No dia seguinte a menina foi ao Quartel General e relatou o que ouvira. Os implicados foram presos e condenados.
Por razões discutíveis, o Tenente Galinha foi homenageado com a atribuição de seu nome a uma importante rua do bairro da Mooca: rua João Antônio de Oliveira.

Publicado em abril/2022