Os mais jovens até já podem ter ouvido falar a respeito por intermédio de seus pais, mas aqueles que tiverem pelo menos 40 anos de idade certamente irão se lembrar do inesquecível Capitão 7, o primeiro super-herói nacional.
Criado por Rubem Biáfora e estrelado pelo ator-esportista Ayres Campos, o Capitão 7 recebeu essa designação pelo fato de o programa ser transmitido pela TV Record de São Paulo – Canal 7, sendo exibido pela primeira vez em 24/10/1954 e dando origem a uma recordista série de 500 episódios, durante 12 anos consecutivos, a princípio ao vivo e mais tarde filmados em películas, guardadas por muitos anos nos arquivos da Record, mas lamentavelmente perdidas nos vários incêndios dos quais a Emissora foi vítima.
Tão grande foi o sucesso da série alcançando, por inúmeras vezes, o assombroso índice de 92 % de audiência, dando origem ao lançamento das histórias em quadrinhos num total aproximado de 60 edições, ao inverso do que normalmente ocorre, uma vez que, normalmente os sucessos das histórias em gibis é que originam os filmes.
O nosso herói tupiniquim, que a exemplo dos tradicionais super-heróis usava uma malha azul com um raio amarelo no peito, numa mistura de Super-Homem e de Capitão Marvel, era a identidade secreta de Carlinhos, menino que fora levado para o Sétimo Planeta e desenvolveu uma super-força, além de extraordinária inteligência e, posteriormente nos quadrinhos, a capacidade de voar, lutando contra o crime e a injustiça, enfrentando bandidos na terra, no espaço sideral e no mundo subterrâneo, naturalmente dentro das limitações que a tecnologia da época permitia.
Como não podia deixar de ser, o Capitão 7 possuía uma namorada, representada pela atriz-garota propaganda e cantora Idalina de Oliveira, que ajudava o herói em suas super-missões.
Mas, o que o Capitão 7 tem a ver com a Mooca ? Por acaso teria ele salvado o estádio do Juventus de algum bombardeio inimigo ? Não, não é nada disso : é que, diante do grande número de fãs, foi criado o Clube do Capitão Sete, cuja
sede se situava no número 384 da Rua da Mooca, onde se localizavam os escritórios do Leite Vigor, patrocinador do programa.
Para se associar ao Clube do Capitão 7 os fãs tinham que juntar dez tampinhas do leite Vigor que, nessa época, era vendido em garrafas de vidro e levá-las na sede do Clube. A entrega do honroso diploma e carteirinha era feita aos emocionados sócios em uma cerimônia que contava com a presença do próprio herói.