“O bairro é tão grande que os moradores costumam prestigiar a sua região como se aquela área fosse a Mooca. Meu bairro era o IAPI. Infância e adolescência. Vizinhos prestativos, bons exemplos e ótimas estórias. Passeios de ônibus para Santos, bailinhos aos sábados ao som de Ray Connif, namoradas! O bacana é que aqueles que namoraram lá e se casaram lá continuam casados!

Quase todas as tardes chegava o Zé Carlos naquele Cadillac para buscar a Ciça. Nós apenas olhávamos e nos sentíamos importantes em ter alguém da “alta” lá!

Entre dois prédios havia uma grande àrea que naquele tempo ostentava um jardim bem cuidado e´agora é estacionamento. Naquele espaço, antes do almoço, jogávamos uma bolinha. Havia um garoto que morava no terceiro andar e era grandão e preguiçoso. Quando batia a fome ele gritava: Mááá, me joga pão com mollho!!!. Então, a mãe carinhosa mergulhava o pão fresquinho naquele molho maravilhoso, punha num baldinho e, com uma cordinha, descia tudo aquilo para o filhão! Aquela cena e aquele cheirinho gostoso faziam com que esquecêssemos o jogo e corríamos para almoçar para depois ir para o Grupo Escolar Armando Araújo, na rua da Mooca.
Legal,né!”