[su_accordion] [su_spoiler title=”Bandeira e Brasão da Mooca” style=”fancy”]
Não há muita gente que conheça, mas o Bairro da Mooca possui uma bandeira exclusiva com um significativo Brasão de Armas, ambos de autoria do heraldista (especialista na arte e ciência dos brasões) Dr. Lauro Ribeiro Escobar.
No brasão estão inseridas imagens representativas das características mais marcantes do Bairro : os colonizadores, o caráter de seus habitantes, a ponte do Tamanduateí – portão de entrada do Bairro, o hipódromo, as indústrias, os cursos d’água, o índio e, numa imagem muito curiosa, o imigrante, representado pela figura do comerciante Carlos Romanato, proprietário da famosa Cantina Romanato da Rua Javari, lamentavelmente já não mais existente, mas que permaneceu na lembrança de todos os que a conheceram, transformando-se num marco de referência.
A bandeira, que começou a ser adotada a partir de novembro de 1991, foi oficializada em 20 de julho de 2006, por intermédio da Lei nº 14.170.
Naturalmente, este é um pequeno resumo descritivo da bandeira e do brasão da Mooca. Veja abaixo mais detalhes.
BRASÃO DE ARMAS BAIRRO DA MOOCA
Autor- Dr. Lauro ribeiro Escobar
Descrição:
O Brasão de Armas do bairro da Mooca, de autoria de heraldista e vexilólogo, Dr. Lauro Ribeiro Escobar, assim se descreve: escudo ibérico, de blau, com uma ponta de três arcos e duas torres, encimada de um cavalo espantado, acompanhado de uma roda dentada ã destra e uma cruz pátea à sinistra, tudo de prata e assente em um rio de blau, ondado de prata. O escudo é encimado de coroa mural de prata, de quatro torres, suas portas abertas de goles, carregada ao centro do escudo das Armas do Município de São Paulo e é ladeado, à destra, de um índio de carnação com os ornatos típicos e à sinistra, de figura de um imigrante, baseada no comerciante Carlos Romanato, listel de blau, com o topônimo “Mooca”, de prata.
Interpretação:
O Brasão de Armas do bairro da Mooca, assim se interpreta:
a) O escudo ibérico, era usado em Portugal à época do descobrimento do Brasil e sua adoção evoca os primeiros colonizadores e desbravadores da nossa pátria.
b) A cor blau (azul) do campo do escudo, tem o significado de justiça, formosura, doçura, nobreza, perseverança, firmeza, incorruptível, glória, virtude, dignidade, zelo e lealdade, atributos dos pioneiros colonizadores do bairro da Mooca, legados a seus pósteros, à perseverante busca do progresso e da prosperidade que caracterizam seus moradores.
c) A ponte torreada, significa antiguidade, aliança, constância, união, representando a primitiva ponte sobre o rio Tamanduateí que caracterizou o portal de ingresso ao bairro da Mooca e a união deste com os demais bairros que formam a cidade de São Paulo.
d) O cavalo espantado (de pé sobre as patas traseiras), simboliza o valor, intrepidez e lealdade. Estando desprovido de arreios, emblema da independência e o repouso que sucede à fadiga. Assinala um dos pontos históricos do bairro, o Hipódromo, que presidiu ao nascimento do turfe no Brasil.
e) A roda dentada representa a indústria, a moderna fonte de prosperidade e a cruz pátea, a fé, a contribuição espiritual e cultural proporcionada pelos padres de Jesus, hoje multiplicada nos templos e escolas do bairro.
f) O metal prata, é sinal de felicidade, pureza, temperança, verdade, franqueza, integridade e amizade, referindo-se ao clima de harmonia e compreensão de que desfrutam os moradores do bairro, indispensável ao progresso e à prosperidade.
g) O rio, indica os cursos de água existentes no bairro, em especial o rio Tamanduateí.
h) A coroa mural de quatro torres, das quais três aparentes, caracteriza o aglomerado humano sem os fores de Cidade ou Vila. É a mais adequada para representar o patrimônio ou o bairro. Na parte central, é aposto o escudo das Armas do Município Paulistano.
i) O índio, relembra os primitivos povoadores do local e o imigrante, representado pela figura do comerciante Carlos Romanato, alude aos que vieram depois, para contribuir com o trabalho constante e profícuo, para o engrandecimento da cidade e do País.
j) No listel, o topônimo “Mooca” identifica o Bairro.
BANDEIRA DO BAIRRO DA MOOCA
Autor- Dr. Lauro Ribeiro Escobar
Descrição:
A Bandeira do Bairro da Mooca, também de autoria do heraldista e vexilólogo, Dr. Lauro Ribeiro Escobar, assim se descreve : retangular, de azul, com uma cruz firmada de branco, tendo brocante sobre o cruzamento de seus ramos, um círculo de branco, carregado do Brasão de Armas do bairro da Mooca.
Interpretação:
O azul e o branco se revestem do mesmo simbolismo referido para os esmaltes do Brasão de Armas, sendo de se notar, entretanto, que o branco das bandeiras corresponde ao metal prata dos brasões de armas. A cruz é símbolo de fé e o círculo, de eternidade, pois se trata de figura geométrica que não tem principio nem fim, salientando o propósito dos moradores do bairro de perpetuar a existência desta.
* Colaborou Raphael Luongo Cardamone
[/su_spoiler] [su_spoiler title=”Uma Mooquense que dedica sua vida à Ginástica Olímpica” style=”fancy”]
Quem olha pela primeira vez para professora de Ginástica Olímpica Roseli Gonçalves Signorelli tem a impressão de que se trata de uma pessoa brabíssima. Mas acompanhando um pouco de sua aula, percebe-se que a braveza dá lugar à exigência.
E mesmo com todas as dificuldades que enfrenta na profissão ela é dona de um carisma e um pique invejável. Não é por acaso que os alunos como Bruno Lisboa Teixeira, 20, freqüentam suas aulas há 9 anos, “acabam virando um pouco meus filhos também”, brinca ela.
Nascida na Mooca há 40 anos, na Rua dos Campineiros, Roseli se diz uma mooquense autêntica, “adoro este bairro”, mas também não deixa de falar das dificuldades que enfrenta para propagar a Ginástica Olímpica. Com 20 anos de experiência, sendo 18 deles no Centro Educacional da Mooca, problemas não faltam.
“O que eu mais quero é um lugar para treinamento só nosso”, segundo a “Tia Ro” os maiores obstáculos estão na falta de um espaço próprio para ginástica, já que cada dia da semana o treino é em um lugar “hoje nós estamos num lugar onde até as pombas defecam”, além disso é perdido muito tempo na montagem dos aparelhos “as aulas teriam um aproveitamento bem maior se nós pudéssemos chegar e já começarmos os exercícios.”
Mas nem tudo está perdido, em cada olhar de cada aluno seu, a professora sente a sua importância e principalmente o bem que está fazendo para cada uma dessas crianças e adolescentes, “eles estão aqui e não nas ruas”. E não é só isso o maior reconhecimento está nos campeonatos que os atletas freqüentam, há sempre um aluno do Centro Educacional se destacando.
Com muita experiência, sem títulos próprios, mas com um dom maior de ensinar, a professora Roseli vem se destacando no bairro e mesmo com toda a rigidez, os alunos não param de aumentar.

- Equipe de Ginástica Olímpica fazendo algumas poses que aprenderem com a professora Roseli Arquivo: Portal da Mooca
E nesse tempo todo surgiram gratas surpresas como a ex-aluna Taís Yamada, hoje 18ª melhor ginasta do Brasil, “a Taís começou comigo, fui eu que a levei para uma academia, porque aqui não tem como ficar segurando talentos.
Agora nos resta torcer não só para que a professora Roseli consiga seu espaço tão merecido, como pelos alunos que no dia 30 de agosto estarão competindo no Círculo da Cidade/Ibirapuera.
E para vocês que se interessam, as aulas são gratuitas e acontecem todas as terças e quintas-feiras em 3 horários, das 9:15 às 10:45 horas, das 13:30 às 15:00 horas e das 15:00 às 17:00 horas. Somente no caso de competição, é preciso adquirir o collant e a camiseta (preços sob consulta).
* Entrevista concedida à Roberta Cury, em 05/2003
[/su_spoiler] [su_spoiler title=”Chico Buarque no Juventus” style=”fancy”]
Chico Buarque quase “compôs” o time do Juventus
Pode parecer incrível, mas Chico Buarque de Holanda quase jogou no Juventus.
Quer dizer, quase é um pouco de exagero, mas veja o que ele declarou em uma entrevista concedida ao jornalista Rodolfo Fernandes, publicada no Jornal O Globo em 10/05/1998 :
“O Globo – Do jeito que você fala, parece que você é um jogador frustrado que compõe, e não um compositor que joga bola.
Chico – Mas eu queria mesmo ser jogador. Cheguei a tentar fazer um teste no Juventus lá em São Paulo. Fui à Rua Javari, levei chuteira, fiquei na arquibancada horas e horas e não me chamaram. Acho que o “physique du rôle” não convenceu o técnico. Passou o tempo todo e ele mandou eu voltar outro dia. Eu não voltei. Não cheguei a colocar à prova o meu talento…”
Ainda bem ! O Brasil ganhou um dos seus maiores compositores de todos os tempos.
Se quiser conhecer a reportagem completa acesse http://www.chicobuarque.com.br/texto/entrevistas/entre_10_05_98.htm
[/su_spoiler] [su_spoiler title=”Memorial do Imigrante” style=”fancy”]
O Memorial do Imigrante, também conhecido como Museu da Imigração, fica na Mooca ou no Braz ? Nós achamos que é na Mooca. Mas isso não é importante. O que vale mesmo é a importância que o mesmo representa para a história da Mooca e de São Paulo.
Mas, para que possamos falar sobre o Memorial do Imigrante é necessário que façamos uma viagem no tempo e voltemos até a época das lavouras de café…
Mesmo antes da abolição da escravatura, a emigração para Brasil já ocorria em grande escala pois na segunda metade do século XIX houve um enorme crescimento do comércio internacional do café; além disso, a cada dia, os movimentos abolicionistas ganhavam mais força e a sociedade brasileira achou melhor incentivar a vinda de imigrantes para o Brasil.
Os produtores utilizavam estes imigrantes como uma alternativa à mão de obra escrava; contudo, com o fim da escravatura, a vinda dos imigrantes tornou-se imprescindível.
Para receber estes imigrantes, em 1882, foi criada uma hospedaria no bairro do Bom Retiro que, depois de alguns anos, tornou-se inadequada para tal finalidade, porquanto já não suportava o grande número de imigrantes que chegavam ao País e, além do mais, passou a enfrentar graves problemas com uma epidemia. Diante disso, surgiu a necessidade de construir outra hospedaria.
Desta forma, no ano de 1885, o governo sancionou uma lei autorizando a construção de uma nova hospedaria. O local escolhido para construção foi o aquele onde hoje se situa o Memorial, porque justamente nesse local cruzavam os trilhos das duas ferrovias que serviam a cidade de São Paulo, a antiga Central do Brasil, que vinha do Rio de Janeiro e a São Paulo Railway, que vinha de Santos. E isso era muito importante, pois os imigrantes vinham para o Brasil de navio e desembarcavam no porto de Santos ou no porto do Rio de Janeiro, chegando de trem até a hospedaria.
Em 1.887, um surto de varíola e difteria atacou a hospedaria do Bom Retiro e por isso foi necessário que a hospedaria do Brás, mesmo inacabada, recebesse o primeiro grupo de imigrantes . As obras só foram concluídas em 1888. A hospedaria funcionava como uma espécie de hotel, que era mantido pelo governo, recebendo os imigrantes recém-chegados.
Ao chegarem na hospedaria, os imigrantes eram levados ao refeitório, onde era servida uma refeição; logo após eram instruídos dos regulamentos da hospedaria e levados aos dormitórios.
No dia seguinte ao da chegada, os imigrantes eram todos vacinados e, em seguida, levados para o salão de chamada, onde era feita a verificação de seus nomes, idade, profissão, etc. e, após isso, cada família recebia o “ cartão de rancho” que lhes dava direito a permanecer na hospedaria pelo prazo de 6 dias; além disso o cartão servia também como um documento pessoal.
Cumpridas essas formalidades, os imigrantes eram apresentados à Agência Oficial de Colonização e Trabalho para serem informados sobre os locais em que haviam vagas disponíveis para trabalho. Na posse destas informações os imigrantes voltavam para hospedaria para que, pessoalmente, ajustassem com os fazendeiros os seus empregos.

Salão de chamada Arquivo: Memorial do ImigranteCom o contrato assinado os imigrantes rumavam para as mais diversas regiões do estado; esta viagem era feita de trem que partia da estação ferroviária, existente na própria hospedaria.
Após passar por 3 administrações diferentes, no ano de 1924, em virtude da Revolução que ocorria na cidade de São Paulo, algumas das dependências da hospedaria serviram como presídio político, mantidos sob o controle da Secretaria de Segurança Pública.
Em 1929 a hospedaria foi utilizada para alojar os desabrigados da maior enchente que atingiu toda cidade de São Paulo.
Novamente em 1932, no ano da Revolução Constitucionalista, a hospedaria foi ocupada pela Força Pública e serviu como prisão para os Getulistas.
Em 1936, a Hospedaria passa pela sua primeira grande reforma e sofre algumas alterações nas suas características originais.
Em 1943, com a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial, o DOPS utiliza-se da hospedaria deixando sob guarda alguns imigrantes japoneses e alemães que eram considerados “súditos do Eixo” . Neste mesmo ano era instalada na hospedaria a Escola Técnica de Aviação que permaneceu ali por 8 anos.

Dormitório da Hospedaria.
Do lado direito os quartos onde dormiam as mulheres e as crianças, e do lado esquerdo as camas onde os homens dormiam
Arquivo: Memorial do Imigrante
Com a criação da Secretaria da Promoção Social, a hospedaria recebe o nome de Departamento de Migrantes.
E foi no ano de 1982 que o conjunto arquitetônico da hospedaria, que presenciou tantos momentos históricos e importantes foi tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico.
Quatro anos depois, é criado o Centro Histórico do Imigrante, e em 1998, enfim, foi fundado o MEMORIAL DO IMIGRANTE, visita obrigatória e indispensável para todos aqueles que são descendentes de imigrantes e se interessam pela sua história, ou mesmo para aqueles que não são descendentes mas se emocionam com a história daqueles que vieram tentar a vida aqui nas nossas terras.
O Memorial do Imigrante foi criado com o objetivo de reunir, preservar e expor a documentação, memória e objetos daqueles imigrantes que vieram para o Brasil à procura de uma vida melhor. Ele é composto pelo Museu da Imigração, por um Centro de Pesquisa e Documentação, além do Núcleo Histórico dos Transportes e Núcleo de Estudos e Tradições.
Outra característica interessante existente no Memorial é o espaço que foi reservado para a preservação da memória do transporte. As principais atrações desta ala ficam por conta da Pacific 353 , mais conhecida como “Velha Senhora”, que é uma locomotiva a vapor de 1927, considerada a maior existente no Brasil, e a de Nº 5, a “Marta”, outra locomotiva de 1922. Elas fazem um passeio percorrendo um pequeno trecho, mas proporcionam aos seus visitantes a mesma sensação que tiveram seus antepassados quando chegaram ao Brasil.
O Memorial oferece uma outra atração que vale a pena conferir: trata-se de um bonde construído pela empresa inglesa Hurst Nelson, datado de 1912 que pertencia a “ The city of Santos Improvements Company” ; este bonde faz o trajeto Memorial – Estação Bresser do Metrô, ida e volta.
O Memorial do imigrante ocupa parte da antiga hospedaria que abrigava os imigrantes recém chegados ao Brasil. Em seu museu pode-se encontrar, praticamente, todos os registros das pessoas que passaram pela antiga hospedaria, listas de bordo dos navios, livros de registro de imigrantes, cartas de chamada, além de documentos pessoais doados por alguns imigrantes; parte destes registros já se encontra informatizada e qualquer pessoa pode fazer uso dos computadores para pesquisar informações sobre sua família. Além disso, o Memorial possui um acervo com centenas de fotografias, gravações em vídeo de depoimentos de imigrantes, contando ainda com várias salas de exposições permanentes e temporárias, além de biblioteca especializada em imigração.
Texto extraído do site www.memorialdoimigrante.sp.gov.br
[/su_spoiler] [su_spoiler title=”Escândalo dos Terrenos” style=”fancy”]
Não, esse escândalo não ocorreu agora, mas em 1889. Veja a interessante notícia, em linguagem da época, publicada no Jornal A Província de São Paulo, no dia 8 de junho daquele longínquo ano. Mas, como podemos constatar, as coisas não mudaram muito…..
“Tivemos hontem denuncia de que, terrenos da Mooca estavam sendo distribuídos precipitadamente como presentes a amigos na última hora. Duvidamos da informação que nos pareceu assente em conhecimento menos exacto de factos legaes; mas hoje tivemos confirmação do que nos fora communicado e vimos também exposto no Federalista quase nos mesmos termos. Reproduzimos por isso o que relatou o collega e condemnamos essa fraude administrativa, pela qual não queremos responsabilizar o sr. Barão de Jaguará.
Eis o serviço loyano aos amigos que suspiram pela volta da grande política da abolição…dos escrupulos dos governos honestos:
“ Crescido numero de pretendentes a esses terrenos procederam atropeladamente durante todo o dia de hontem a demarcação e regularisação de seus lotes pela fórma seguinte, segundo nos informam. Pretendem elles nos terrenos suburbanos concessão de lotes ruraes de fórma que virão a ter lotes de 10 hectares; ou 100 mil metros quadrados, para edificar, quando os lotes maiores que poderiam obter seriam de 2.400 metros quadrados.
Esses grandes lotes virão a custar aos seus felizes compradores a insignificante quantia de 200$000!
Informam-nos que hontem, por ocasião de tal demarcação apressada, um dos felizes pretendentes offerecia aos outros por cada lote a quantia de 10 contos de réis!
E ainda assim – tão bom é o negócio! – viu recusadas as suas propostas.
Trata-se pois, de um grande escândalo que se pretende consummar á ultima hora, a custa da benevolência do sr. Barão de Jaguará.
Esperamos que sua exc., escrupulosas como deve se mostrar pelo interesse público e pela honra da administração, não se prestará a esse derradeiro arranjo, si é verdade que elle está em execução.”
[/su_spoiler] [su_spoiler title=”Festa de San Gennaro” style=”fancy”]
Quando o padre Pasquale Priolo da paróquia de São Januário (San Gennaro, em italiano) nos disse que apresentaria uma pessoa para contar a respeito da história da festa, não poderíamos imaginar que teríamos o prazer de falar com um dos principais responsáveis pela criação da Festa, hoje em sua 29a. edição é uma das maiores festas populares de São Paulo..
Exatamente no horário marcado, adentrou a igreja o nosso entrevistado, sr. Afonso Iervolino, acompanhado de sua esposa sra. Carlota de Lourdes Iervolino e de muitos documentos históricos da festa.
Foi tão interessante o seu relato, que vamos nos restringir a transcrever exatamente as suas palavras :
“Em 1973, o Padre Esvegio Consilio disse aos paroquianos que a Igreja de San Gennaro precisava de recursos para arrumar o telhado, pois chovia muito dentro da igreja e ele não sabia como fazer para arrecadar algum dinheirinho, pois havia necessidade de muitas telhas e muita mão de obra.

Sr Afonso Iervolino (à esquerda), Padre Pasquale Priolo (ao meio) e Sra Carlota de Lourdes Iervolino (à direita)
Minha mulher era freqüentadora da missa já há mais de 30 anos e o padre Esvegio pediu que ela levasse uma folha de rifa para eu assinar, mas eu vi que ainda ninguém tinha assinado essa rifa . Decidi sair para dar uma voltinha e em dez minutos os meus amigos tinham preenchido toda a rifa
Surpreso, o padre Esvegio se entusiasmou, mandou me chamar e me convidou para formar uma comissão para coordenar a arrecadação de recursos para as reformas da igreja. Nós conseguimos formar uma comissão, da qual fizeram parte, dentre outros, o meu irmão Angelo, o padre Geraldo Cintra da igreja Dom Bosco, o irmão dele que era juiz de direito e começamos a fazer as reuniões para ver como conseguir um jeito de arrecadar dinheiro.
Reuniões e mais reuniões; uns vinham e diziam que seria bom fazer leilão, outros fazer mais rifa, livro de ouro, mas tudo isso não ia arrecadar o necessário, pois precisava de muito dinheiro para reformar a igreja. Até que numa das noites, após a reunião que se estendeu até as 22 horas, paramos aqui na porta da igreja e acho que uma luz que veio do céu fez com que eu olhasse para cima. Olhei para cima e falei para o pessoal (estávamos em oito ou dez): já sei como arrecadar dinheiro, nós vamos começar a fazer a Festa de San Gennaro em homenagem ao Santo de nossa igreja e a festa será no mês de setembro que é o mês dele. Imediatamente começamos a trabalhar para a festa e sempre pedindo para que não dissessem que era quermesse, que era a Festa de San Gennaro.
O começo foi muito duro. A gente pedia panelas emprestadas, madeira para fazer barracas, fomos no Colégio Salesiano que nos emprestava muitas coisas. Assim, graças a ajuda de muitas pessoas, conseguimos realizar a festa no mesmo ano no mesmo local onde hoje é realizada, ou seja, na Rua Niterói que depois, por nossa sugestão, teve o seu nome alterado para rua San Gennaro, que permanece até hoje. No terceiro ano a família me proibiu de continuar devido a problemas de saúde, sendo, no entanto, substituído por meu irmão Angelo Iervolino, que ficou oito anos à frente da festa.
Nos primeiros anos as comidas eram feitas pelas paroquianas em suas próprias casas, para depois serem levadas para a festa. Atualmente tudo é feito na própria igreja, que já dispõe de uma cozinha adequada, mas as comidas continuam a ser preparadas pelas mulheres da comunidade, quase metade delas colaboradoras desde os velhos tempos. Mas muita gente jovem tem se agregado a elas.
Nos primeiros anos a festa era freqüentada exclusivamente pelos paroquianos e amigos, mas ano a ano essa freqüência foi aumentando, sendo oficializada pela Prefeitura e integrando o calendário oficial de eventos da cidade. Hoje excursões de todo o Brasil vêm usufruir a festa. A previsão para este ano é de 150.000 pessoas freqüentando a festa em seus cinco finais de semana.
Além daqueles já citados, deve-se reconhecer que o sucesso alcançado pela festa deve muito a pessoas como Pasqual Cataldi, o jornalista Paulo Helene de Paula, Gilberto Evangelista, Armando Dariezzo, Vicente Raiolla, Arnaldo Fierro, Francisco Pauletti e vários outros.
Os shows artísticos sempre foram também uma atração especial na festa. Nos três primeiros anos coube ao conjunto de Uccio Gaeta; nos dezessete anos seguintes coube ao maestro Zaccaro; no ano passado foi apresentada uma atração internacional : a italiana Mafalda Minozzi e neste ano a responsabilidade será dos “Três Tenores”, renomados cantores aqui da cidade de São Paulo.
Como nos anos anteriores, a festa espera arrecadar recursos visando dar continuidade às reformas necessárias, que vêm ocorrendo gradativamente longo dos anos e para a manutenção da creche mantida pelo Centro Comunitário.”
[/su_spoiler] [su_spoiler title=”A História de San Gennaro” style=”fancy”]
Por volta do ano de 305, San Gennaro era diácono da igreja da cidade de Miseno Sosio e depois foi Bispo em Benevento, cidade da região de Campânia, próxima a Nápoles (Italia), quando sofreu perseguição por parte do imperador romano Diocleciano. A tradição conta que o Santo foi reconhecido e preso pelos soldados do governador de Campânia quando se dirigia à prisão para visitar os cristãos detidos, sendo morto decapitado.
Como era costume nos martírios da época, os cristãos recolheram um pouco do sangue de San Gennaro numa ampola de vidro para ser colocada diante de seu túmulo, sendo, após isso, sepultado numa estrada entre Pozzuoli e Nápoles. Em 413 seu corpo foi transferido para as catacumbas napolitanas na Colina Capodimonte. Mais tarde, foi novamente removido para Benevento (Abadia de Montevergine) e por fim, no ano de 1492, seus restos mortais foram transferidos para Nápoles, por ordem do Arcebispo Alessandro Carafa.
Já no ano de 472 da Era Cristã, os cristãos buscavam a ajuda de San Gennaro. Naquela feita, o estrago da erupção do Vesúvio prometia ser catastrófico. Aturdidos com a perspectiva, os napolitanos correram para o túmulo de San Gennaro e, de mãos juntas, rogaram proteção ao mártir cristão. Milagrosamente, as lavas estacionaram às portas de Nápoles, poupando-lhe o mesmo destino trágico de Pompéia.
Desde 1608, os restos mortais encontram-se na Capela do Tesouro, em cumprimento da promessa feita pelos napolitanos em 1527, por ocasião de uma peste que assolou a região, mas Nápoles foi preservada pelo Santo. Também em duas outras ocasiões San Gennaro protegeu a cidade : na cólera que assolou a região em 1884 e na erupção do Vesúvio em 1631.
Desde aquele ano, o culto a San Gennaro só tem aumentado. Especialmente em maio e setembro, quando o napolitano ruma em massa para o Duomo, a histórica catedral onde está guardado o frasco com o sangue coagulado do santo.
A devoção a San Gennaro é conhecida no mundo inteiro pela liquefação do sangue do bispo mártir, que ocorre três vezes por ano: no sábado que precede o 1º domingo de maio; no dia 19 de setembro que é a festa do Santo e em 16 de dezembro, aniversário da erupção do Vesúvio em 1631.
A ocorrência, que vem sendo verificada desde 1389, consiste na passagem do sangue de San Gennaro do estado sólido para o estado líquido, perdendo no peso e aumentando no volume. Existem uns 5 mil processos, que confirmam o fenômeno, inclusive a declaração de Montesquieu, que assistiu duas destas liquefações em 1728.
Em 1902, o conteúdo das ampolas foi submetido a exame electroscópio diante de testemunhas e o cientista Sperindeo declarou que não há dúvida de que se trata de sangue humano que, uma vez coalhado, não perde o estado sólido. São 600 anos de fé, superstição e ceticismo, que acompanham o mistério dos milagres do sangue do padroeiro de Nápoles e da Mooca.
Acreditam os fieis que quando o sangue do mártir não se liquefaz, sempre ocorre uma catástrofe, como aconteceu no caso de várias epidemias em Nápoles, nas várias perigosas erupções do Vesúvio e no começo da 2ª Guerra Mundial.Essas ocorrências são motivos suficientes para orarmos com muita fé para que o sangue de San Gennaro se liquifique agora em setembro…
[/su_spoiler] [su_spoiler title=”GRES Uirapuru da Mooca” style=”fancy”]
O carnaval está chegando e o site Portal da Mooca resolveu homenagear uma das mais tradicionais e antigas escolas de samba do bairro, a GRES Uirapuru da Mooca.
A escola foi fundada em 1976 e desfilou até 1980 quando parou de funcionar, mas segundo Viviane Silva de Almeida, 26, 1ª Porta-Bandeira, ela e o marido, Sidnei Aguilera de Oliveira, presidente da escola, já freqüentavam outras escolas e já trabalhavam com isso em outra entidade, “foi então que o Sidnei teve a idéia de voltar com a escola, tivemos o apoio da comunidade e começamos bem…”. E como! No primeiro ano a escola foi campeã e no segundo vice-campeã. Agora está no grupo 2.
A escola surgiu dentro do Clube Esportivo Uirapuru, nome de um pássaro, e da mesma maneira eles resolveram voar. Retomaram a escola em 2001, fundaram nova diretoria e se desvincularam do clube, mas não das origens.
Sobre o motivo da escola ter ficado parada tanto tempo, Sidnei é taxativo: “ O carnaval é uma competição muito forte, precisamos de apoios e parcerias, pois a escola que nasce agora, vai concorrer com escolas que já estão por aí por 10, 20 anos…”.
Ao contrário do que muita gente imagina, a escola já conta com 750 componentes e com o retorno da escola houve um aumento da freqüência na quadra, inclusive da velha guarda, bem como das mulheres e crianças.
Além do mais, a Uirapuru, agora, também faz parte das festas da Mooca que anteriormente eram compostas somente pelas comemorações italianas e religiosas. Hoje o bairro conta com uma “escola de samba de italianos”, como é conhecida pelas outras escolas de samba.
Para suprir as necessidades da comunidade, a Uirapuru realiza atividades que visam o bem estar da mesma como a escolinha de futebol para as crianças. Ela pretende ainda implantar esses anos projetos de dança e aulas de corte e costura.

Viviane Silva de Almeida, 1ª Porta Bandeira e seu marido, Sidnei A Guilera de Oliveira – Presidente da Escola
Vale lembrar que para quem quiser desfilar as fantasias são de graça.
Maiores informações pelo telefone: 6966-7337, com Viviane ou Sidnei.
A quadra da escola fica na Rua Jaboticabal, 753.
Entrevista concedida em fevereiro/2003, para Roberta G. M. Cury Marques
[/su_spoiler] [su_spoiler title=”Teatro Arthur Azevedo” style=”fancy”]
Na década de 40, a cidade de São Paulo vivia um crescimento acelerado e desordenado, com o grande número de imigrantes a procura de melhores oportunidades de emprego. Em paralelo, a especulação imobiliária favorecia a venda de imóveis de baixo custo em bairros periféricos, distantes da área central, provocada por uma política municipal de planejamento urbano baseada na descentralização. Por outro lado, essa nova realidade obrigava ao Poder Público a necessidade de dotar a essa periferia com maior e melhor infra-estrutura de serviços, sendo necessária a construção de escolas, hospitais, bibliotecas, parques infantis, etc.
Para que este projeto pudesse ser concretizado, foram criados convênios entre a Prefeitura e o Estado, mas este convênio só passou a atuar efetivamente em 1945, quando o então prefeito Nilton Improta criou uma Comissão Executiva com o objetivo de desenvolver os competentes estudos visando a criação da referida infraestrutura, Comissão esta que dispunha de total autonomia de decisões e recursos. Seu primeiro presidente foi o Engenheiro José Amadei, que, com a colaboração do arquiteto Hélio Duarte, iniciou uma série de projetos e estudos para a construção de edifícios escolares.
Estes projetos obedeciam a alguns padrões arquitetônicos, inspirados na arquitetura moderna defendida pelo renomado arquiteto Le Corbisier, com espaços versáteis, amplos, arejados e iluminados, para que houvesse uma perfeita integração entre interior e exterior.
Apesar de enfrentar sucessivas críticas na Câmara de Vereadores, o Convênio ultrapassou o objetivo inicial voltado para a construção de escolas e passou a preocupar-se também com bibliotecas, parques e teatros. O arquiteto Hélio Duarte rebate essas críticas, alegando que “qualquer perspectiva séria de educação e instrução da população não pode se restringir ao âmbito exclusivo da sala de aula”
Assim, iniciaram-se as obras para construção dos teatros municipais João Caetano, Paulo Eiró e o nosso Arthur Azevedo, inspirado no “Palais des Sovietes”, obra esta projetada pelo referido Le Corbusier. O grande responsável pelo projeto padrão dos mesmos foi o arquiteto Roberto José Goulart Tibau, cuja idéia era fazer com que aquele espaço se integrasse ao local onde se situava, para com isso popularizar o seu uso.
O Teatro Arthur Azevedo, que recebeu esse nome em homenagem ao grande teatrólogo, poeta, contista e jornalista brasileiro, foi inaugurado em 2 de agosto 1952, mesmo sem estar acabado, com a apresentação da peça “O Príncipe Medroso” encenada pela Sociedade Paulista de Teatro Graça Mello, tendo à frente a atriz Nydia Licia. Mas, por estar inacabado, o teatro, os espetáculos e, naturalmente, o público eram sempre castigados quando chovia.
E esta não foi a única dificuldade que o Teatro enfrentou. Ainda havia o problema de falta de público, pois os moradores do bairro não conseguiam assimilar o valor cultural de uma casa de espetáculos. Outra dificuldade era o trânsito, pois o acesso era difícil, não havia iluminação, nem mesmo asfalto. Foi necessário fazer um trabalho junto às Igrejas e Entidades do bairro para que fosse possível chamar o público para o Teatro.
A partir de então as associações religiosas do bairro, principalmente das Igrejas São Rafael e Bom Conselho, formaram grupos de teatro amador. Com isso o Teatro Arthur Azevedo passou a ser o preferido para a apresentação de grupos amadores. E nas décadas seguintes foi palco para a realização de diversos festivais de teatro amador do Estado de São Paulo e para a temporada oficial dos Elencos Teatrais Independentes.
Além da encenação de peças teatrais e de espetáculos musicais, o “Arthur Azevedo”, principalmente nas décadas de 50 a 70, foi palco de inúmeras óperas, como “O Barbeiro de Sevilha”, “Madame Butterfly”, “Cavalaria Rusticana” e outras.
Por volta de 1968, houve um esvaziamento de parte da produção cultural brasileira, especialmente nos teatros, que eram os alvos preferidos da censura. Esta situação perdurou até o final dos anos 70.
Para os teatros distritais este período foi pior ainda, pois além das conseqüências causadas pelo momento político pelo qual passava a sociedade, eles tiveram que passar por algumas mudanças administrativas, pois em 1976 foi criada a Secretaria Municipal de Cultura, e sua primeira providência foi o fechamento dos teatros Artur Azevedo, João Caetano e Paulo Eiró para que fosse feita uma reforma, tendo em vista o agravamento dos problemas técnicos existentes desde a inauguração.
Em 1977 ocorreu a reabertura dos teatros, que iniciavam suas programações atendendo a nova política cultural da Secretaria, sendo um desses objetivos o desenvolvimento de campanhas pela popularização do teatro adulto e infantil, para que atraísse mais público de qualidade a preços acessíveis.
Mas foi em 1988 que o teatro sofreu uma reforma mais ampla modernizando-se, embora, para tal, tendo que permanecer fechado por quatro anos, com a compensação de ter se tornado o teatro mais moderno de São Paulo à época. Na reinauguração, ocorrida em 1992, a grande atriz Fernanda Montenegro se apresentou com o monólogo “Dona Doida”, obrigando até a intervenção da polícia para controlar o número incalculável de pessoas que disputavam os 500 lugares do teatro.
Passaram pelo “Arthur Azevedo” inúmeros atores e atrizes consagrados, como Cacilda Becker, Walmor Chagas, Procópio Ferreira, Dercy Gonçalves (talvez a recordista de público neste Teatro), Paulo Goulart, Nicete Bruno, Edson Celulari, Tony Ramos, Otavio Augusto, Marco Nanini, Edwin Luisi entre muitos outros.
Por volta do ano de 1991, considerando o fato de que o Teatro Arthur Azevedo, assim como os demais anteriormente citados, foram os primeiros a serem construídos em locais distantes da área central da cidade e que os mesmos foram projetados e construídos de acordo com as idéias estabelecidas pela arquitetura moderna, cujo objetivo era integrar o espaço ao uso e local e, ainda, o considerável número de freqüentadores predominantemente em espetáculos promovidos pela comunidade local, o Condephat -Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico e Artístico resolveu promover o tombamento do prédio do Teatro Arthur Azevedo, fator este de suma importância para a sua conservação e perenidade e para o enriquecimento cultural e histórico do Bairro da Mooca.
[/su_spoiler] [su_spoiler title=”O grande herói: Capitão 7″ style=”fancy”]
Os mais jovens até já podem ter ouvido falar a respeito por intermédio de seus pais, mas aqueles que tiverem pelo menos 40 anos de idade certamente irão se lembrar do inesquecível Capitão 7, o primeiro super-herói nacional.
Criado por Rubem Biáfora e estrelado pelo ator-esportista Ayres Campos, o Capitão 7 recebeu essa designação pelo fato de o programa ser transmitido pela TV Record de São Paulo – Canal 7, sendo exibido pela primeira vez em 24/10/1954 e dando origem a uma recordista série de 500 episódios, durante 12 anos consecutivos, a princípio ao vivo e mais tarde filmados em películas, guardadas por muitos anos nos arquivos da Record, mas lamentavelmente perdidas nos vários incêndios dos quais a Emissora foi vítima.
Tão grande foi o sucesso da série alcançando, por inúmeras vezes, o assombroso índice de 92 % de audiência, dando origem ao lançamento das histórias em quadrinhos num total aproximado de 60 edições, ao inverso do que normalmente ocorre, uma vez que, normalmente os sucessos das histórias em gibis é que originam os filmes.
O nosso herói tupiniquim, que a exemplo dos tradicionais super-heróis usava uma malha azul com um raio amarelo no peito, numa mistura de Super-Homem e de Capitão Marvel, era a identidade secreta de Carlinhos, menino que fora levado para o Sétimo Planeta e desenvolveu uma super-força, além de extraordinária inteligência e, posteriormente nos quadrinhos, a capacidade de voar, lutando contra o crime e a injustiça, enfrentando bandidos na terra, no espaço sideral e no mundo subterrâneo, naturalmente dentro das limitações que a tecnologia da época permitia.
Como não podia deixar de ser, o Capitão 7 possuía uma namorada, representada pela atriz-garota propaganda e cantora Idalina de Oliveira, que ajudava o herói em suas super-missões.
Mas, o que o Capitão 7 tem a ver com a Mooca ? Por acaso teria ele salvado o estádio do Juventus de algum bombardeio inimigo ? Não, não é nada disso : é que, diante do grande número de fãs, foi criado o Clube do Capitão Sete, cuja sede se situava no número 384 da Rua da Mooca, onde se localizavam os escritórios do Leite Vigor, patrocinador do programa.
Para se associar ao Clube do Capitão 7 os fãs tinham que juntar dez tampinhas do leite Vigor que, nessa época, era vendido em garrafas de vidro e levá-las na sede do Clube. A entrega do honroso diploma e carteirinha era feita aos emocionados sócios em uma cerimônia que contava com a presença do próprio herói.
[/su_spoiler] [su_spoiler title=”Amo a Mooca” style=”fancy”]
Uma Associação que Ama (e defende) a Mooca
A sigla adotada não poderia ser mais significativa e representativa do sentimento de seus associados. Os objetivos estabelecidos em seu Estatuto Social não poderiam ser mais nobres. A atuação de seus membros não poderia ser mais coerente com tudo isso.
Estamos falando da Associação dos Moradores e Amigos da Mooca – A.MO.A.MOOCA.
Criada em 30 de julho de 2001 por um grupo de pessoas unidas por um sentimento comum de cidadania, a AMOAMOOCA é uma entidade sem qualquer finalidade lucrativa, política ou religiosa, tendo como finalidades principais :
– a preservação, a valorização e a divulgação da história, da cultura, da arte, do esporte e da arquitetura da Mooca;
– desenvolver as atividades culturais, sociais, esportivas, recreativas e filantrópicas que estiverem ao seu alcance;
– promover cursos, realizar palestras e encontros culturais;
– apoiar e valorizar as crianças, os jovens e a terceira idade;
– apoiar eventos culturais em geral.
Na verdade, além dessas atividades estatutárias com caráter predominantemente cultural, a AMOAMOOCA tem pautado a sua atuação, já no primeiro ano de existência, por uma série de atitudes e providências voltadas exclusivamente para a defesa dos interesses do bairro da Mooca e da melhoria da qualidade de vida de seus moradores, atuando junto a comunidade e aos órgãos públicos.
Além das atividades do dia a dia a AMOAMOOCA realiza reuniões ordinárias todas as segundas segundas-feiras de cada mês em sua sede social
localizada à rua Olimpio Portugal n° 112, obviamente na Mooca, reuniões estas abertas a participação de todos os interessados, filiados ou não da Associação.
Nessas reuniões, normalmente contando com um considerável número de participantes e sempre iniciadas com a execução do hino nacional brasileiro, são discutidos os problemas do bairro, efetuados relatos de fatos históricos relacionados a Mooca e realizadas exposições por convidados especiais com temas atuais e relevantes.
[/su_spoiler] [su_spoiler title=”Uma homenagem a um cavalo vencedor” style=”fancy”]
Conforme consta da história da Mooca relatada neste Portal, o Jóquei Clube de São Paulo foi instalado inicialmente no bairro da Mooca. Pois bem, talvez a mais tradicional prova do turfe paulista, ou seja, o Grande Prêmio São Paulo, foi corrido pela primeira vez em 7 de outubro de 1923.
Era desejo inicial de seus idealizadores que essa prova integrasse as festividades comemorativas da passagem do Centenário da Independência, a 7 de setembro de 1922, mas tal não foi possível em razão das obras de remodelação em andamento no Hipódromo Paulistano, inclusive com o aumento da pista, como decorrência da aquisição, por parte da sociedade, de terrenos situados ao lado oposto da raia.
Nessa primeira competição, realizada em 1923, na distância de 3.200 metros e com a dotação de 50 mil réis, o vencedor foi Mehamet Ali, um cavalo argentino de 4 anos, pelagem castanho, conduzido por Timóteo Batista e de propriedade do Conde Rodolpho Crespi.
Dois anos depois, o Grande Prêmio São Paulo registrou um fato histórico: pela primeira e única vez ocorreria um empate na primeira colocação entre o mesmo Mehamet Ali e o cavalo Aprompto, numa chegada emocionante.
Tão grande foi a alegria do proprietário, Conde Crespi, que mandou confeccionar um medalhão em homenagem ao cavalo Mehamet Ali e o colocou sobre o portão principal da fábrica do Cotonifício Rodolfo Crespi. Esse medalhão pode ser visto ainda hoje no portal de entrada do Cotonifício, localizado à Rua Javari nº 403 e merece ser restaurado e conservado, pois é objeto de um fato interessante e histórico.
[/su_spoiler] [su_spoiler title=”Moocanda” style=”fancy”]
O MOOCANDA é uma das organizações que surgiram na Mooca nos últimos anos que tem prestado relevantes serviços para o nosso bairro e para seus habitantes.
Tudo começou com algumas pessoas isoladamente efetuando caminhadas no Centro Educacional da Mooca. Posteriormente, o encontro cotidiano propiciou a formação de pequenos grupos, depois unificados sob a coordenação do Professor de Educação Física Walter Jordano, do próprio Centro, que também sugeriu a criação de uma associação.
Pouco tempo depois, resolveram fazer uma excursão para Embu e, no caminho, resolveram criar um nome para o grupo. Várias sugestões foram apresentadas, mas a que prevaleceu foi “MOOCANDA “, ou seja, a Mooca que anda. Foi assim que surgiu a Associação Recreativa e Esportiva MOOCANDA, entidade sem fins lucrativos, devidamente registrada, com o objetivo principal de proporcionar condicionamento físico para pessoas da “melhor idade”.
Mas, não pensem que só pessoas da terceira idade participam da Associação. Pessoas de todas as faixas etárias vêm se agregando continuamente.
A sede do MOOCANDA está localizada dentro do Centro Educacional da Mooca, onde se situa a Subprefeitura Regional da Mooca, na Rua Taquari 549.
Para participar do MOOCANDA o interessado deve antes registrar-se no Centro Educacional da Mooca levando duas fotos, comprovante de endereço e atestado médico cardiológico, onde será feita uma ficha e entregue um crachá. Depois disso, deve ir, ali próximo, à sede do MOOCANDA, levando mais uma foto.
A Associação é dirigida por um Conselho Deliberativo e por uma Diretoria composta por nove membros, tendo sido o seu primeiro Presidente o sr. Paulo Vicari, cargo esse que desde a segunda gestão é hoje ocupado pela dinâmica sra. Delma Aparecida Garcia.
Além da caminhada, o MOOCANDA oferece outras atividades, como a tarde de cinema com a projeção de vídeos na sede da entidade, a tarde do baralho, um grupo de coral, além da realização de excursões para diversos locais.
Mas os benefícios do MOOCANDA não se restringem exclusivamente aos seus associados, pois o grupo é também voltado para benemerência, através da realização de eventos visando a ajuda a pessoas carentes.
Hoje o MOOCANDA conta com 350 sócios ativos, mas do cadastro consta um número bem maior. “Acontece que algumas pessoas deixam de vir por motivos diversos, embora, nesses casos, nós telefonamos e as incentivamos a retornarem, incentivo esse que geralmente dá resultado”, salientou a atual Presidente.
Aqui ninguém tem obrigação de pagar para participar – disse-nos também a sra Delma – o MOOCANDA vive de forma totalmente independente; nós pedimos uma contribuição no valor de R$ 3,00 de cada pessoa, para as despesas de manutenção da sede e para fazer o boletim informativo mensal, mas essa contribuição não é obrigatória. Contribui quem pode pagar.
Inúmeros freqüentadores possuem problemas cardiológicos, hipertensão, colesterol, depressão, etc. Como disse também a sra Delma : “ eles vêm pela manhã, tomam um cafezinho, fazem a caminhada, participam das brincadeiras, batem um papinho e isso acaba melhorando a saúde e o astral . Têm muitas pessoas que vão embora daqui na sexta feira tristes e torcendo para que chegue logo a segunda feira para poderem ter com quem conversar, distrair. Isso é realmente um presente para nós, porque todos que aqui trabalham são voluntários” .
Para comprovar o quanto a MOOCANDA é benéfica para seus associados, veja estes depoimentos de alguns de seus participantes :
Sra. Josefa Puerta :” Estou aqui desde de 1992, antes de fundar a MOOCANDA, e eu adoro isto daqui.Eu estive uma época doente, depois, no ano passado, perdi meu marido e comecei deixar de vir, mas eu percebi que estava me faltando algo, então percebi que era isso que me faltava, e voltei a freqüentar o MOOCANDA, gosto demais de todos aqui, eu acho que o meu problema de saúde acalma por causa das minhas caminhadas e do entrosamento com estas pessoas maravilhosas. Uma vez eu até comentei com o pessoal aqui, que quando eu morresse eu queria que me enterrasse com a camiseta da MOOCANDA”.
Sra. Luzia M. Maranhão: ”Eu comecei a caminhar depois de ter feito uma safena, e numa destas caminhadas foi quando pedi ajuda da Delma para organizar uma festa de Natal para as crianças carentes. Isso aqui é muito gratificante, eu adoro isso aqui, eu sempre digo que a MOOCANDA me ajudou a viver, porque eu me sinto útil, me faz muito bem levar este pessoal para passear, pois tem muita gente que não tem nem com quem falar, ou os filhos não ligam, então estas pessoas vêm aqui, desabafam, conversam, conhecem outras pessoas”.
Sra. Nadia H. K. Silva : Eu estou aqui desde o começo, faço parte do coral, participo de tudo que posso, eu gosto daqui, isto tornou-se minha família, quando saio de casa sou uma pessoa, quando chego aqui sou outra, eu tenho muitos problemas em casa, mas quando chego aqui fica tudo para trás, isto aqui é minha vida. Muita gente aqui não tem o carinho da família, então nós acabamos formando uma família “
É indubitável que esses depoimentos são o melhor retrato da importância do MOOCANDA e da satisfação com que as pessoas dele participam. De fato, não foi necessário qualquer esforço por parte da Equipe do Portal da Mooca para perceber esse ambiente de alegria e de entrosamento entre os participantes do MOOCANDA, formando uma grande família. E você ? O que você está esperando para se associar ?
entrevista concedida em setembro/2002
[/su_spoiler] [su_spoiler title=”Greve de 1917″ style=”fancy”]
Situada próxima ao centro de São Paulo e em face da imigração de trabalhadores europeus, sobretudo italianos em busca de melhores condições de vida, a presença de operários estrangeiros tornou-se comum nas fábricas da Mooca, bem como em todas do eixo São Paulo – Rio de Janeiro.
Diante da farta mão de obra, a lei mais elementar do comércio – da oferta e da procura – tomou seu lugar; os salários eram considerados baixos, assim como a qualidade e as condições de trabalho eram precárias.
Todavia, não obstante a necessidade de laborar, os operários insatisfeitos comumente se uniam, e os galpões das fábricas tornaram-se palco de inúmeras manifestações.
Em 1906 foi fundada a Confederação Operária Brasileira (COB) por iniciativa dos sindicatos ,,
Tal Confederação impôs um marco na história quando em 1.917 (período intitulado de Primeira República) os operários resolveram unir-se contrariamente aos interesses de seus empregadores.O epicentro da primeira grande manifestação situou-se na fábrica têxtil Cotonifício Crespi, incrustada no coração da Mooca (cujos imponentes muros mantêm-se inertes até hoje)

Manifestação grevista de 1917 Fonte: arquivo Edgard Leuenroth – Coleção História da Industrialização
Conta a história que os operários postularam aumento salarial de 25% e a supressão da chamada contribuição pró-pátria, que consistia no desconto em folha de pagamento dos trabalhadores do Crespi em apoio financeiro à Itália) mas tiveram suas reivindicações recusadas, gerando enorme insatisfação que redundou em graves manifestações de protesto.
Como um rastilho de pólvora, as manifestações deixaram os galpões das fábricas da Mooca, alastrando-se pelos bairros fabris do Brás, Barra Funda, Lapa e Ipiranga, transbordando as fronteiras dos Estados e fazendo surgir o que seria uma das maiores manifestações sociais ocorridas na Primeira República: a primeira grande greve em 1917.
Não demorou muito e “A Greve” tomou caráter político, ocasionando uma repressiva intervenção

Funeral do sapateiro José A Martinez
Fonte: arquivo Edgard Leuenroth – Coleção História da Industrialização
das tropas militares que, fazendo uso de metralhadores e veículos militares, tomaram (ou tentaram tomar) as rédeas da manifestação, culminando na morte do sapateiro e operário José Antonio Martinez nas imediações de uma fábrica de tecidos no bairro do Brás.
A notícia tomou os sentimentos do proletariado como uma afronta à dignidade e respeito da classe, transformando-se em uma das mais impressionantes demonstrações populares até então verificadas em São Paulo.
O féretro partiu da Rua Caetano Pinto, no bairro do Brás, estendendo-se como um oceano humano por toda a Avenida Rangel Pestana, num crescer que alcançou a Ladeira do Carmo até o centro da Cidade.
Foram percorridas as principais ruas do centro sob um “estrondoso” silêncio, revestindo-se em profunda advertência aos atos do Governo. Sem nenhuma eficácia, a polícia cercava os encontros de ruas com cordões, mas o cortejo continuou prosseguindo sua impetuosa marcha até o cemitério.
Encerrado o cortejo com o sepultamento do operário, parte da multidão reuniu-se em comício na Praça da Sé, ocasião em que igual multidão retornou ao bairro do Brás, reunindo-se de fronte à residência da família de Martinez
Convém lembrar que a repressão era comum em toda a República Velha (1889-1930), eis que os governos cuidavam de questões sociais com medidas arbitrárias.
Todavia, a morte do operário do Brás incentivou diversas adesões de diferentes Estados e, após
cinco dias, os manifestantes em greve somavam mais de 50 mil operários e trabalhadores com, pelo menos, 20 mil só no Estado de São Paulo
Durante um mês, a cidade de São Paulo foi acometida por inúmeras manifestações de greve, numa amostra de mobilização incomum para a época.
Imensa paralisação forçou o Governo a intervir na Greve decretando em todo o país estado de sítio; os grevistas taxados de anarquistas – que na maioria eram imigrantes –
sentiram o forte peso da repressão governista de São Paulo que almejava suas expulsões do País; como anarquistas, representavam uma força contrária ao governo, e assim eram considerados, porquanto desde 1892 a influência de princípios socialistas entre os operários se fundamentava, ademais das influências ideológicas dos anarco-sindicalistas que postulavam a implantação de uma sociedade igualitária, à espera da queda póstuma do Capitalismo.
No mais, a burguesia de São Paulo fortaleceu a briga em favor do estado e o movimento político dos operários foi enfraquecendo-se cada vez mais, restando ao final a marca indelével da Primeira Grande Greve Brasileira.
Foi assim que o Cotonifício Crespi e a Mooca tornaram-se marcos principais e referência das lutas (intermináveis) dos trabalhadores.
[/su_spoiler] [su_spoiler title=”Praça Vermelha” style=”fancy”]
quase impossível que um morador da Mooca não tenha passado pelo menos uma vez pela Praça Vermelha. Também pode-se afirmar com certeza que poucos deles sabem que o local leva esse apelido.
Praça Vermelha é o nome dado a um dos pontos de maior movimento do bairro: confluência da avenida Paes de Barros com as ruas Oratório, Mooca e Taquari. Se localizou ?
O local recebeu esse apelido de Praça Vermelha porque ali era o ponto de reunião de velhos comunistas e o palco de manifestações e lutas pelos direitos do operariado, abrigando, por inúmeras vezes, milhares de manifestantes.
Neste local está situado o Busto do Padre José de Anchieta, obra de arte confeccionada pelo escultor mooquense chamado Victorio Sinicaglia em homenagem a fundação do bairro. [/su_spoiler] [su_spoiler title=”Corrida com saco” style=”fancy”]
É difícil para a geração atual, vidrada nos vídeo-games e outros jogos eletrônicos, compreender a graça de determinadas brincadeiras que deliciavam a geração de seus pais, avós, bisavós e daí por diante.
Brincadeiras que hoje podem parecer ingênuas, sem graça, faziam parte do dia a dia das crianças e até dos adultos, proporcionando uma saudável diversão e prática de atividades físicas, além de se transformarem naturalmente num excelente instrumento de convivência e integração entre as pessoas.
Uma dessas brincadeiras era a “corrida com saco” em que as pessoas colocavam as pernas dentro de um saco e disputavam uma divertida corrida. Desnecessário dizer que a platéia se divertia com os muitos tombos que ocorriam durante as competições.
Objetivando reviver essa tradição, a “corrida com saco” está sendo inserida na programação da festa de aniversário da Mooca para o ano de 2002.
[/su_spoiler] [su_spoiler title=”Doe ouro para o bem de São Paulo” style=”fancy”] “Nove de julho de 1932 – 23 horas – Em um sobrado de São Paulo, transcorre tensa a reunião entre as principais lideranças políticas do Estado e os militares escolhidos para comandarem o mais belo e maior movimento armado (em número de tropas mobilizadas) ocorrido na América do Sul.
O inimigo: o governo ditatorial de Getulio Vargas e seus tenentes.
As horas decisivas são sempre assim: as mãos suam, os minutos não passam para os ansiosos, já passaram para os precipitados, ou então, nunca deveriam ter passado para os covardes. As vozes se levantam, se contrapõem: afinal, qual será o melhor momento?
General Isidoro Dias Lopes então decide: – “Tem que ser já. Comecemos. A senha da guerra será MMDC”
No dia seguinte as tropas já se posicionaram na fronteira do Estado (teria sido este o grande erro, pois ali ficaram estacionadas até o final dos combates)
Nunca se viu tamanha mobilização popular em tão pouco tempo e com tanta organização: mais de 70.000 voluntários em armas, tropas regulares do exército e força pública mobilizada, engenheiros e técnicos montando engenhos de guerra como a matraca, o morteiro MMM e o temível Trem Blindado; o governo Paulista emitindo moeda própria e as mulheres, sim, as mulheres costuravam fardas, atuando como enfermeiras e, quando preciso, incitavam seus homens à batalha oferecendo suas saias aos que se acovardavam.
Escoteiros, brilhantes estafetas, sacrificavam suas vidas para cumprir suas missões.
Vieram as grandes batalhas: Túnel da Mantiqueira, Cunha e Rio das Almas.
Então, São Paulo esperou. Esperou pelas armas que vinham da Europa. Esperou pela ajuda dos irmãos gaúchos e mineiros. Esperou pela Constituição. Esperou pela pacificação. Nunca se esperou tanto no Brasil.
E, ao fim e ao cabo, após três meses, capitulou diante do brutal assédio do resto da nação desinformada. E orgulhosos os Paulistas tiveram sua compensação de perderem na Guerra mais de 800 vidas, mas ao vencerem na paz com a promulgação da Constituição de 1934″
Este é o relato poético de um mooquense, coincidentemente nascido no dia 09 de julho, apaixonado pelos ideais da Revolução Constitucionalista de 1932.
Na verdade, essa paixão patriótica não é uma surpresa, pois sempre foi uma característica dos mooquenses. Nessa revolução, muitos deles se alistaram para lutar ou para participar da campanha “Doe ouro para o bem de São Paulo” .
Mas, vamos falar a respeito dessa Campanha: sem condições de enviar para os campos de batalha dezenas de milhares de voluntários inscritos, pois possuía apenas uma pequena quantidade de armas,o Governador de São Paulo, Pedro de Toledo decretou a criação de um bônus de guerra e para lastreá-lo foi lançada a campanha “Doe Ouro para o Bem de São Paulo”.
Imediatamente, milhares de pessoas, espontaneamente, passaram a doar jóias e até alianças de casamento.
O Clube Atlético Juventus não poderia ficar de fora e doou uma grande quantidade de taças e troféus conquistados até então, material que seria fundido e usado para fabricação de munição e armas.
Um dos mais belos relatos a respeito foi escrito por Maria de Paula da Costa Aguiar Toschi, que a seguir transcreveremos:
“Trabalhei na Campanha do Ouro para o Bem de São Paulo desde o início. Assisti a centenas de espetáculos comoventes da generosidade do nosso povo. Os que nada tinham para dar, traziam suas alianças, o símbolo de sua união conjugal, dando a São Paulo o ouro precioso do seu amor…
Não me esqueço de uma pulseira de ouro, da largura de uns 2 dedos, com três brilhantes que deviam ter pelo menos 1 quilate cada um…
Vi também o ouro já fundido em barras, armazenado como garantia dos bônus que já começavam a circular. Aos que faziam donativos era conferido o diploma ” Ouro para o Bem de São Paulo”.
Quando começaram a circular as primeiras noticias do acordo ( que poria fim ao conflito), o pavor apoderou-se da organização da campanha. E se o governo federal tomasse posse daquela imensa riqueza? Às pressas se lavrou uma ata e se decidiu doar os valores à Santa Casa de Misericórdia.
Mas se os legalistas invadissem São Paulo e destruíssem o livro de atas? Eu, humilde desconhecida das patentes militares, durante mais de um mês (até que as coisas serenassem), o tive escondido no porão de minha casa.
O produto arrecadado pela campanha na cidade de São Paulo foi entregue à Santa Casa de Misericórdia, que o aplicou na construção do prédio no largo da Misericórdia (com formato da bandeira paulista desfraldada), tendo o mastro feito de alianças encimado por um capacete constitucionalista, denominado Edifício Ouro para o Bem de São Paulo”.
São Paulo possui vários locais onde podemos encontrar objetos e documentos históricos da Revolução Constitucionalista de 1932, dentre eles o Mausoléu sob o Obelisco do Ibirapuera e o Museu da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, onde se encontra o livro com a relação de todos os doadores da campanha “Doe Ouro para o Bem de São Paulo”
Colaborou: Sergio Valdez Agarelli
Veja mais a respeito da revolução de 1932 no site oficial da Sociedade Veteranos de 1932 – MMDC : www.muralnet.net/mmdc
[/su_spoiler] [su_spoiler title=”Da Mooca para o Rio de Janeiro via aérea” style=”fancy”]

Edú Chaves partiu da Mooca para seu 1º vôo São Paulo – Rio de Janeiro Fonte: Jóquei Clube de São Paulo
Acontecimento de rara importância para a aviação brasileira teria por palco, a 28 de abril de 1912, o Hipódromo Paulistano, localizado no Bairro da Mooca.
Ali, Eduardo Pacheco Chaves, Edu Chaves para seus amigos e admiradores, amigo de Santos Dumont, iniciaria uma tentativa para ligar São Paulo ao Rio de Janeiro por via aérea.
O início do raide, inicialmente marcado para o dia 27 somente ocorreu no dia imediato, em razão do tempo adverso reinante na rota a ser seguida.
A 28, contudo, após duas tentativas frustradas, já que o avião, sobrecarregado pelo peso do tanque adicional de gasolina negava-se a subir, teve início o vôo .
Isto após o aparelho deslizar por cento e trinta metros. Infelizmente, depois de uma escala em Guaratinguetá, Edu Chaves seria obrigado a descer em pleno mar, nas proximidades de Mangaratiba, salvando-se o piloto a nado, graças ao seu extraordinário preparo físico.
Dois anos depois, ou seja, em 1914 conseguiu, finalmente concretizar o seu propósito sendo o primeiro a completar uma viagem aérea de São Paulo ao Rio de Janeiro.
Fonte : Publicação do Jockey Club de São Paulo em comemoração ao seu centenário
[/su_spoiler] [su_spoiler title=”A Vila Operária da Vila Jaguará” style=”fancy”]
É muito provável que você já tenha passado na porta destas casas e nunca nelas prestou atenção. Ou se prestou nunca soube que elas fazem parte da história arquitetônica de São Paulo.
Mas, vamos explicar o por que. Pouco depois da Semana de Arte Moderna, chegou ao Brasil, em 1923, o arquiteto russo Gregori Warchavchik que também compartilhava das idéias modernistas trazidas por aquele movimento e que chocaram nossa sociedade.
Warchavchik chegou a São Paulo a convite da Companhia Construtora de Santos, dirigida por Roberto Simonsen. De formação européia, o arquiteto, na primeira fase de seus trabalhos, não realizou projetos de uma arquitetura genuinamente brasileira. Mas contribuiu para o surgimento de uma cidade bem diferente daquela do início dos anos 20. Foi o pioneiro da arquitetura moderna em São Paulo e no Brasil. Ele queria que as construções da cidade refletissem a sociedade industrial que estava surgindo. Acreditava que, no futuro, seria possível construir casas como peças industriais : em série. Com esse espírito, construiu em 1929, uma série de casas econômicas na Rua Barão de Jaguara, na Mooca, destinadas a operários. Essa nova arquitetura rompia com a hierarquia das residências da época criando um modelo que passou a ser seguido em muitos outros bairros de São Paulo.
Fonte: OESP
[/su_spoiler] [su_spoiler title=”Primeiros Vôos Panorâmicos” style=”fancy”]
Por volta de 1910, do antigo Hipódromo da Mooca, localizado onde hoje se situa a Administração Regional da Prefeitura de São Paulo, saiam os primeiros vôos panorâmicos sobre a cidade, vários deles filmados pelo italiano Ruggerone, encomendadas pela Serrador.
Segundo narra Jacob Penteado, o primeiro dos vôos, realizado no Natal de 1910 atraiu milhares de pessoas. “Embora a exibição estivesse marcada para as duas horas, desde cedo, os italianos e seus descendentes dirigiam-se para lá. Eram famílias inteiras, sobraçando pães enormes, repletos de carne, queijo, salames, lingüiças(…).Pela amostra, parecia um piquenique de proporções nunca vistas. E os bondes a despejarem gente dos bairros do Brás, Mooca, bexiga, Bom Retiro, Água Branca, Barra Funda, enfim, todos os pontos onde houvessem italianos (…).
Este primeiro vôo representava um prêmio de cinco contos, instituído pelo Aero Clube, entidade existente desde o começo do século em São Paulo, que não contava em seu quadro social com piloto algum. Os pilotos ali eram substituídos pelos “crupiers”. O prêmio, antes, fora disputado por outro italiano, Giulio Piccolo, que morreu numa queda do aparelho no Velódromo.
No filme da Serrador, aparece o vôo em que participou Renata Crespi (foto), filha do Conde Rodolfo Crespi, casada posteriormente com Fabio Prado, que foi prefeito de São Paulo, a primeira mulher no Brasil a andar de avião.
Fonte : www.almanackpaulistano.com.br
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