Cheguei a São Paulo vindo de Pirajuí em julho de 1953. Então, completando 13 anos, moleque de calças curtas como todos os outros, tive a felicidade de vir a morar no bairro da Mooca, exatamente na Rua Barão de Jaguará, nº442.

Um pouco acanhado no começo, logo depois fui fazendo amizade com os meninos e meninas do pedaço, trocando figurinhas no empório que ficava na esquina da Rua Odorico Mendes.

Como àquela época o estudo era somente anual, só voltei a fazê-lo em 1954, na Escola Técnica de Comércio Piratininga que ficava na Rua da Mooca, esquina com a Rua Cons. João Alfredo.

Quando entrei na escola Piratininga, fiz amizades que cultivo até hoje, como Leonardo Vargas (Nenê) e Odair Santo Jardim. Assim como outros, Francisco Quintino Ruiz, Teodoro Dante Bonfá, Perácio Alves Toledo, Guaraci Prestes, Jose Selaibe Neto, Joaquim Martins, Oswaldo, Jaú, Pedro Elias, Totó, Jair, Pinguim, Pintado, Zelão, Walter, Walderez Garcia, Maria Edelci Deoti (a prima que me passava as colas), as irmãs Geisa e Maria Lucia Cordoni, Neusa Peres, Cecilia Fazolari, Marlene e sua irmã, Nena, a mais linda do primeiro ano que morava na Rua Dr. Freire. Além da Carmem e outros colegas que me fogem à memória.

Entre os professores, lembro-me bem do Pelegrini, Caetano, Oswaldo e como esquecer do Zé Pinguinha que, tirando o hálito da cachaça, era ótima pessoa e bom professor.

Tenho saudades dos piqueniques que a escola proporcionava, do grêmio da escola onde jogávamos ping-pong (o Totó era o rei da mesa), dos bailinhos pró-formatura, do nosso baile de formatura que foi no Clube Comercial da Praça Clovis Bevilaqua, dos namoros que fazíamos na Cons. João Alfredo, dos jogos de Basquete que fizemos na quadra da Antarctica, as matadas de aulas para jogar sinuca, namorar no cinema ou então assistir a jogos do Corinthians….

Saudades do Juvenil Básico Futebol Clube, time que fundei cujos melhores jogadores eram o Oswaldo, Jau e Pedro Elias e o pior era eu, porém, como fundador… Já viu.

Tinha também o café do bar da esquina, o churro da Rua Ana Neri entre outros.

Retornei algumas vezes à Mooca para matar saudades, porém, com exceção do Odair, os amigos dispersaram-se, a escola foi demolida, os cinemas e as sinucas fecharam, e o empório da Barão com a Odorico já não existe mais.

Somente saudades, sentimento lindo que teima em invadir nossos corações, fazendo-nos lembrar de tempos felizes vividos em outras épocas