Sem querer menosprezar a classe médica, mas alguns farmacêuticos do bairro da Mooca resolviam a maioria de nossos problemas de saúde.

Bastava eu ter alguma infecção na garganta e minha mãe me levava na Droga Miriam situada à Rua Fernando Falcão, lá o “Seu” João ou o “Seu” Tibi que na verdade se chama Whitby Gião me examinava e receitava remédios que resolvia o problema em questão de horas.

Era muito engraçado porque as famílias tinham uma certa predileção por seu farmacêutico preferido, ou seja, se alguém comentava que estava com algum problema já surgia a indicação; “vai lá no Seu João que ele resolve”, ou então; “Ah! eu já tive um problema desses e falei com o Arquimedes (Droga Cisne – Rua Teresina) e ele me passou uma pomada e pronto!” ou ainda, “Eu só vou no Ary, lá na oratório perto de onde era o cocho dos cavalos”, tinha também o Dácio na Rua da Mooca que muita gente curou seus pequenos males por lá. Ir ao médico era só para algo grave, e diga-se de passagem todos estes farmacêuticos respeitados faziam valer seu diploma e sempre que viam a necessidade de ir ao médico não esitavam e nos encaminhavam.

Quando isso acontecia, a gente pensava; “nossa se eu preciso ir ao médico é porque deve ser grave, porque caso contrário o Seu João resolvia!”. A Mooca tem uma característica tão própria e tão naturalmente linda que todos nós devemos manter e perpetuar nossa história.

Abraços

Gloria Tenorio

Obs : Ao ler esta “lembrança”, os mooquenses Sérgio Muzzolino Sarno; Antonio Carlos Segalla e Guerino Guelfi enviaram-nos as seguintes informações complementares a respeito do mesmo assunto:

Como normalmente faço, entro no Portal para verificar as novas histórias aqui contadas e, pude notar a lembrança da Sra.Gloria Tenório sobre os competentes farmacêuticos existentes no bairro da Moóca e ela citou alguns, e eu gostaria de fazer jús a mais alguns, ou seja: Sr.Franco da Farmácia do mesmo nome a qual ainda existe, porém hoje sob a responsabilidade de seu filho, pois o Sr. Franco já mora no céu há alguns anos. Essa farmácia fica na esquina da Rua dos Trilhos, com a Rua Capitães Mores.

O outro nome que me vem a lembrança é do Sr.Rossi o qual tinha uma farmácia na Rua Bresser, esquina com a Rua João Caetano e que sabia de tudo, porém acabou se aposentando, e, em seu lugar ficou o Sr. Luiz Nappo que aprendeu tudo com o Sr.Rossi e acabou se tornando um dos famacêuticos mais disputados e competentes do bairro. A farmácia era dia e noite repleta de doentes, e eram medicados um a um com o maior carinho. Não posso esquecer o Milton e o Nelo que eram seus ajudantes tanto, nas aplicações de injeções e outros, como na elaboração de vários remédios. O Sr. Luiz Nappo fez muito pela comunidade de nosso bairro, e portanto fica aqui minha homenagem. Infelizmente, soube que já faz alguns anos que ele mora no céu. Numa próxima oportunidade, vou falar sobre alguns médicos que também foram de respeito e devem ser lembrados.
Sérgio Muzzolino Sarno

Lendo a secção EU ME LEMBRO – Farmacéuticos Famosos da Mooca, tomo a liberdade de acrescentar mais um desses farmaceuticos “da familia”. O Seu Antonio, que tinha a farmácia na Rua da Mooca, nr. 3.171ou 3.173, entre as ruas dos Donatários e a Capitães Mores. Grande e saudoso Seu Antonio que qdo se aposentou a vendeu ao Sr. Darcio.

Sobre o Seu Rossi, da Bresser com a João Caetano lembro dele, entre outras de suas especialidades, por uma bem curiosa. Era de sarar (queimar) o famoso na época “bicho do pé” que normalmente quem frequentava a Praia Grande nos anos 50/60 acabava voltando a São Paulo com o tal bicho.

Antonio Carlos Segalla

Sugiro incluir também o “Seo” Florindo da Farmacia Camé (R.Camé c/ Visc. Inhomirim) que muitos devem tê-lo conhecido, que desde a década de 50 até 90 manteve s/ farmácia atendendo gerações de mooquenses. É uma justa homenagem. Grato e abraços a “tutti”.
Guerino Guelfi

Ainda, sobre farmaceuticos famosos ou dedicados, gostaria de incluir mais dois que ao meu ver, foram e talvez sejam ainda, eficazes; ou sejam: o Sr.Eduardo que trabalhou na farmacia do Sr. Franco na Rua dos Trilhos, com a Praça dos Comerciarios, hoje a farmacia Franco é administrada pelo seu filho(franco) e, o outro é o Edmur da Farmacia Edina, hoje localizada na Rua Canuto Saraiva, esquina com a Rua Visc. de Inhomirim, este conheço a mais de 40 anos. Desejo a eles saúde e felicidade e, agradeço pelos inumeros chamados que fiz e sempre fui muito bem atendido, quer de dia ou noite. Abraços de minha esposa e filhos
Sérgio M. Sarno – 24/03/2009

Dando continuidade ao assunto Farmacêutico, tenho o maior prazer de informar que o Sr. Eduardo, citado anteriormente, está muito bem de saúde e jajá estará inscrito em nosso PORTAL DA MOOCA, pois o mesmo tem muitas passagens à nos relatar. Recebi esta notícia do seu neto Dr. Mauricio (Advogado) e quero deixar firmado também que o Sr. Eduardo após ter deixado a farmácia do Franco, montou a sua própria farmácia, nas esquinas da rua Sapucaia x Tobias Barreto, aqui na nossa Mooca. Muito Obrigado.
Nivaldo Conforte – 07/04/2009

Já que estamos falando de farmacêuticos, que tal lembrarmos dos famosos Archimedes e Otávio. O primeiro tinha a farmácia na esquina da Guaimbé e Padre Raposo, o segundo na esquina da Guaimbé com a Madre de Deus. Assim como a maioria dos moradores da Mooca tiravam retratos no foto América, ambos vacinavam a todos com tamanha delicadeza que só os que amam a profissão sabem fazê-la. Sem dúvida eram dois anjos guardiães que a tudo se prestavam e substituiam com louvor alguns médicos. Claro que estou me referindo às décadas de 40 e 50 quando então pertencíamos a uma só e grande família.
Alcides “Cidão” Garcia – 11/04/2009

Em conversa com minha mãe, Thereza Allegro Tucunduva, hoje com 85 anos de idade, ex-moradora da Mooca, Vila Bertioga, mais precisamente, às ruas Teresina, 550, e da Moóca, 3255, estivemos lembrando dos farmacêuticos ilustres, famosos por suas mãos abençoadas, que sempre recorríamos a eles. Os inesquecíveis, Antonio, da rua da Moóca, mais conhecido por “seo Totico”; o Dácio e o Cancela; na rua Teresina, o Archimedes, da farmácia Cisne; na rua Natal, esquina com a rua Manaus, a farmácia do Walter. Todos estes ilustres farmacêuticos sempre nos indicavam o famoso e saudoso Doutor Justino de Brito Vianna, o doutor Brito, em seu consultório, à rua da Móoca quase esquina com a Fernando Falcão. Aliás este médico clínico, tinha nas veias o dom solidário de curar e nunca se furtou às suas visitas domiciliares a qualquer hora do dia e da noite. Médico dos tempos em que as receitas eram indicadas por meio de fórmulas químicas e que, por sua vez, os farmacêuticos da época manipulavam os remédios recomendados. Bons tempos quando os médicos de família amparavam a todos.
Que saudades, dos anos 30/40/50 e 60…da nossa Mooca querida.
Thereza Allegro Tucunduva e Lino Tucunduva Neto -11/06/2009