O bairro da Mooca também faz parte da história do São Paulo Futebol Clube , conforme se pode verificar através de trechos extraídos da história oficial desse grande clube paulista, constante do livro “São Paulo Futebol Clube – Saga de um Campeão”, de autoria de Ignácio de Loyola Brandão :
“Às 10 da noite de 16 de dezembro de 1935, após quatro horas de reunião, ressurgia, definitivamente, o São Paulo Futebol Clube, tendo como presidente, Manuel do Carmo Mecca. No dia seguinte, Mecca e Del Debbio foram para Curitiba em busca de jogadores, trazendo King, Segoa e José, enquanto Porfírio da Paz, Diretor de Esportes, buscava reforços em São Paulo. O primeiro treino foi na Rua da Mooca, contra o C.A. Paulista, que perdeu por 7 x 3. No dia 23 de janeiro de 1936, outro treino, contra o Palestra Itália, que perdeu por 3 x 2.
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Em maio de 1935, um grupo de jogadores e diretores fundou o Estudante, cujo modelo era o Estudiantes de La Plata, da Argentina. Uma equipe que tinha bons jogadores, ótimo técnico e mais nada, nem campo. Conseguiu-se uma fusão com o C. A. Paulista que usava um campo na Rua da Mooca, pertencente à Cervejaria Antarctica e o novo clube passou a chamar-se Estudante Paulista. Uma desastrosa excursão ao Peru e Chile, quando o empresário fugiu com todo o dinheiro, levou o Estudante à porta da falência. A situação se agravou a tal ponto que, um dia, os jogadores, indignados, quiseram destruir a sede da Mooca, por falta de pagamento.
O São Paulo, por sua vez, era um clube simpático, popular e com uma grande torcida, todavia o time não tinha expressão técnica. Apesar da torcida, o quadro associativo era pequeno. Cada dia o treino era num lugar, a concentração dos jogadores era parte na casa do presidente, parte na torre da igreja da Consolação.
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Estudante e São Paulo resolveram os seus problemas, em 1938, com uma fusão que provocou intermináveis debates internos. Como o Estudante estava em boa posição no campeonato, seus dirigentes queriam que o novo clube tivesse seu nome; são-paulinos rejeitaram a idéia. Feita a fusão, o São Paulo continuou São Paulo. Cedeu-se apenas na questão do presidente, escolhendo-se um elemento neutro, Piragibe Nogueira.”
Extraído do livro “São Paulo Futebol Clube – Saga de um Campeão” de Ignácio de Loyola Brandão