Como já publicamos, em 14 de março de 1875 foi inaugurado na Mooca o Hipódromo de São Paulo inicialmente com o nome de Clube de Corridas Paulistano, depois tomando o nome de Jockey Clube de São Paulo.

Mas o tema que não abordamos ainda foi a construção de um ramal de uma linha férrea que levava os frequentadores até a porta do Hipódromo. O ramal, que teria sido construído em 1916, saía próximo à estação da Hospedaria dos Imigrantes, na linha da SPR- São Paulo Railway e seguia pela rua dos Trilhos, que ganhou o nome por causa do ramal que se estendia até depois de cerca de um quilômetro, terminando numa estação, a do Hipódromo, que era uma plataforma não coberta, comprida o suficiente para receber dois trens de vez nos dias de corrida.

Em 1895, o mapa da cidade já mostrava os trilhos do ramal. Havia trens diários que partiam da Luz às 11 da manhã e a uma da tarde e voltavam às 11:15 e a 1:15. No dia das corridas a empresa disponibilizava trens especiais para a ida e a volta dos assistentes, sempre vestidos a caráter para o dia especial.

Durante a semana, o ramal era utilizado por trens de carga para envio de matérias primas às grandes firmas da Mooca como o Cotonifício Rodolfo Crespi, I.R.F. Matarazzo, Fiação e Tecelagem Aramina, Cia. Paulista de Louças Esmaltadas; Lanifício Varam, Gráfica Urupês, Fábrica Fileppo e a Colchões Epeda.

Também transportava cavalos para as terras da Família Paes de Barros, tanto no alto da avenida que hoje tem seu nome como nas terras mais baixas onde havia grandes criadores de animais de raça. Como a pista da Mooca tinha o córrego Cassandoca que passava dentro dela e isso era a causa de constantes enchentes e alagamentos, em 1941 o Jockey mudou-se para o atual local, no bairro da Cidade Jardim, abandonando o velho campo.

Nos anos 50 o ramal foi desativado e os trilhos retirados. Dizem que ainda existem vestígios da plataforma da antiga estação num terreno baldio na esquina das ruas do Hipódromo e dos Trilhos. A conferir.