Lendo as histórias publicadas nesta seção, vocês me fizeram lembrar do primeiro “pé de meia” que consegui juntar, quando tinha 9 ou 10 anos. Eu arrecadava junto aos vizinhos os jornais velhos, garrafas vazias, panelas velhas de alumínio e, além disso, procurava onde existiam consertos da Light ( hoje Eletropaulo), pois geralmente os operários deixavam cair pequenos pedaços de fio de cobre, que para eles nada valia, mas para mim era uma preciosa fonte de recursos. Juntada uma boa quantidade, lá ia eu vender o material arrecadado no ferro velho do Cicillo (lê-se Tchitchilo) na rua do Oratório ou esperava ansiosamente a passagem da carrocinha, cujo proprietário vinha gritando “garrafeiro, metaleiro” e adquiria todo o meu estoque. Acredito que nem é necessário dizer que esse dinheirinho era empregado na compra de figurinhas de futebol, balas e doces.

Antonio Soares