Vivi no bairro da Mooca por muitos anos, inicio da minha identidade cultural e, posteriormente, informação da sociedade do bairro. Estudei no Ginásio Santa Catarina no ano de 1945, quando conheci e me apaixonei (sete anos) pela garota “Neusa” e lhe fiz uma composição, que acabei tocando publicamente (17anos). Quando terminei o curso primário, nunca mais vi a Neusa.

Lembro-me dos meus colegas: Agenor de Carvalho, Ricardo Zebrauskas, Victor Bazevicius, Horácio, Luiz, Eunice, Cilca, Elizabeth, Nilcides, Nelson Maroti, etc, bem como as freiras: Gilberta (professora de piano), Joana, Cândida, Noêmia, Julia etc. Não consigo esquecer a professora Elza Saldiva. Frequentei na época e me dava com a Turma da Marquês de Valença (Nelson Giovanini, Judeu, Gigante, etc. e Fernandes Falcão. Residia à rua da Mooca 3.375, telefone 92749 até os dez anos. Mais tarde joguei futebol: Juvenil Paulista, Canto da Mooca, Crim Clube, Pascoal Moreira, Vasco da Gama da Mooca, Madureira, Parque da Mooca, Bandeira, C.A. Juventus, Barcelona e outros.

Com 9 anos eu e Agenor de Carvalho fundamos o Urano F.C. em homenagem ao Posto Urano, entre a Tobias Barretos com a Rua da Mooca (O proprietário do posto era o genitor de Agenor). Amigos inesquecíveis: Aldo Bellio, Hélio Bellio, Sebastião Ubson Carneiro Ribeiro, Zé Indio, Jardim, Paulo Tamantini, Arcenio Sepe (filho de Joane Sepe que jogou no Corinthias), Eladio Belintani, Morati, Dercio Carnevari, Vladir Paciulo, Edson, Edna Galli, Dirce, Hercules Aprile, e outros (mais de mil).

Não esquecendo que até os sete anos de idade, só falava alemão e pouco a língua portuguesa. A minha história é longa, conheci sessenta e nove países, escrevi 43 livros, o mais recente: “Etnias e migrações: origens das Raças”, editora scortecci, 348 páginas, com comentários do maior crítico brasileiro: Fernando Jorge e com apresentação de Adin Costa, primeiro jornalista formado no Brasil.

Sou artista plástico com obras na Europa e América do Sul, meu melhor trabalho: “Conheci a Filha de Imperador” está no Museu de Heidelberg. Estou escrevendo: “A Turma Iluminada da Mooca”.

Minha mulher Elenice Galdi Linzmaier, que também conheci na Mooca, casado há 44 anos, neste momento está me chamando para jantar. Tchau.

Hugo Linzmaier