Observando o PORTAL em Fatos e Locais, me deparei com a foto do Circo Arethuza, e aí, me veio a lembrança de minha infância. Hoje, estou com 72 anos de idade e quando tinha 8 ou 9 anos, morava na Rua Itajai perto da Rua Hipias, onde moravam os Arethuzas [como eram conhecidos], num grupo de sobrados os quais existem até hoje. Nessa época eu estudava no Externato Nazareth que ficava em frente a esses sobrados, o dono do Externato era um senhor que mancava de uma perna e sua esposa uma senhora morena de côr jambo (muito bonita), e, foi quem me ensinou as primeiras letras e palavras. O meu pai que era fotógrafo de grupos escolares, chegou a tirar uma foto dos alunos, mas infelizmente, com o passar do tempo extraviou. Foi por esse motivo que acabei conhecendo o Andirá e a Alzirinha que eram parentes dos Arethuzas e trabalhavam no Circo e, tinham mais ou menos minha idade[quando criança a gente não se preocupa com sobrenomes, portando não sei dizer se eram Santoro ou Neves]. Conhecia também o Sinhô, que fazia papel de Frankstein no circo Arethuza, e que a garotada tinha um medo danado, devido seu porte alto e forte, enfim, continua na minha retina a lembrança de várias senhoras e da própria Arethuza que tinha os cabelos pretos e sobrancelhas bem visíveis. O Andirá que se tornou meu amigo cantava no circo – “Eu sou um pobre jornaleiro e trabalho o dia inteiro e ninguém tem pena de mim…”, e, assim por diante; ele usava uma calça curta e camisa suja e rasgada com jornais embaixo do braço. Uma noite, ele ficou doente e, como eu estava sempre por perto, fui chamado por um dos integrantes (que não consigo recordar o nome [era parente] e me parece que era o único artista no País que dava o salto triplo), o qual me convidou para cantar no lugar do Andirá naquela noite, excepicionalmente, e não fiz feio… Nessa época o circo estava instalado na Rua João Caetano, entre as Ruas Hipódromo e Almirante Brasil que, posteriormente deu lugar a um colégio Alemão o qual existe até hoje.

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Sérgio Sarno