[su_accordion] [su_spoiler title=”Cantina Romanato” style=”fancy”]

“Não há registros oficiais mas tem-se que a Cantina Romanato, fundada nos últimos anos do século XIX, foi a primeira pizzaria da Mooca e uma das primeiras da cidade de São Paulo. Seu criador, Carlos Romanato, tornou-se uma personalidade a tal ponto que a sua imagem consta da bandeira da Mooca, como representante dos imigrantes que desenvolveram o Bairro (veja história da família Romanato na seção “Famílias e Personalidades”) . Quem nos conta a história dessa Cantina é Edgard Alexandre Romanato, primeiro bisneto homem do patriarca Carlos.

“Eu morava no n° 297 da Rua Javari; meus tios e meus avós moravam no 303 e ao lado, no 313, estava estabelecida a Cantina Romanato, a original, fundada pela família logo após chegarem ao Brasil em 1892, exatamente no local onde hoje está localizado o estacionamento da Pizzaria São Pedro.

Talvez o primeiro nome não tenha sido Cantina e sim Armazém Romanato, pois meu bisavô era importador de queijos, vinhos e cereais e foi nesse local que aconteceram vários episódios relevantes da historia da Mooca.

A venda era uma casa com uns 10 ou 12 metros de frente, com três portas grandes, sendo que a porta do meio era a mais larga e com uma tranca pesadíssima. Essas portas eram altas com mais de três metros de altura e feitas com uma madeira muito grossa, parecendo mais porta de igreja do que de cantina.

Logo que se entrava, via-se um balcão comprido, de mármore avermelhado, apoiado em um madeirame de mogno escuro, todo entalhado, que junto com os armários do fundo eram uma verdadeira obra de arte da marcenaria da época. Após esse salão de entrada, havia uma porta interna, onde saiamos num salão ainda maior, local que na hora do almoço, era utilizado para as refeições, com diversas mesas espalhadas e nas terças-feiras a noite era utilizado para o ensaio da Corporação Musical Carlos Gomes, fundada pelo meu bisavô, Carlos Romanato e que ficou conhecida popularmente como a Banda do Romanato.romanato1

Em seguida ficava a cozinha, com fogões de ferro enormes e uma pia também de mármore com três cubas, cada uma com uma torneira com um jato de água muito forte. Eu lembro que as cubas eram bem grandes, onde cabiam perfeitamente os panelões e as colheres de pau. Havia uma porta de saída para o quintal, onde se encontravam uns seis degraus até chegar no quintal, que era bem grande.

Nos fundos ficava a casa de meus bisavós e em baixo em grandes porões, ficavam armazenados os alimentos, os queijos, os latões de óleo, azeitonas, etc. A propriedade ia até a Vila Cavalheiro Crespi.

Voltando para a entrada principal da venda, ao lado direito, havia outra saída para o quintal; logo junto a porta havia uma cobertura, sob a qual ficava uma mesa muito grande com bancos de madeira que, seguramente, acomodavam umas 8 pessoas de cada lado e onde os italianos, após o almoço, jogavam a “Morra”, um jogo estranho que todos gritavam e colocavam as mãos para frente como no par ou impar que conhecemos, mas todos ao mesmo tempo, fazendo um barulho danado. (Nunca descobri quem havia ganho o jogo).Ali ficavam também as garrafas de vinho vazias, armazenadas em varias prateleiras encostadas nas paredes e que acredito eram vendidas aos ferros-velhos e garrafeiros.

Abaixo, já no meio do quintal, ficavam os chamados reservados, que eram cinco ou seis ambientes cobertos, com mesas e cadeiras, onde eram servidas as pizzas para os fregueses.

As pizzas não eram servidas diariamente, mas somente aos sábados à noite, pois não era costume comer pizza durante a semana, mas aos sábados a rua ficava cheia de carros e havia fila para os reservados.

Quem fazia as pizzas era meu tio Rogério e tinha como ajudantes nada menos que o Sr. Ângelo e o Sr. Raphael Barbudo, que continuaram no ramo com as famosas Pizzarias São Pedro, no mesmo local da antiga Romanato e as Pizzarias do Ângelo, cuja mais famosa é a da Rua Sapucaia.

Bons tempos e pizzas maravilhosas.”

[/su_spoiler] [su_spoiler title=”A Mooca faz parte da história de Castro Alves” style=”fancy”]

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Foto de Castro Alves

Nascido na Bahia em 14 de março de 1847, na antiga Curralinho (depois rebatizada com seu nome), Antonio de Castro Alves foi considerado “o poeta da Abolição, da República, da Liberdade e do Amor”.

Na capital pernambucana, onde se encontrava em 1863 para se curar de tuberculose, conheceu a atriz portuguesa Eugênia Infante da Câmara, que seria seu maior amor, e com quem se uniria três anos depois. Em princípios de 1868, seguiram para o Rio de Janeiro, mas – depois de um mês de festivas recepções – rumaram para a capital paulista, onde se hospedaram no Hotel da Itália. Enquanto Eugênia tratava de assuntos teatrais, ele passou a freqüentar a Faculdade do Largo São Francisco. Virou logo um ídolo da mocidade paulistana, dos seus colegas, e até dos mestres, principalmente de José Bonifácio, o Moço.

Castro Alves escreveu em São Paulo seus mais sublimes cantos: O Navio Negreiro e Vozes d’África, além de muitos outros poemas, considerados entre os mais heróicos e comoventes já escritos em português.

Separado da mulher, e sem outras distrações na então pequena cidade de São Paulo, o poeta saía para caçar, embora voltasse geralmente, horas depois, sem ter disparado um só tiro: era um pretexto para se isolar, na tristeza pela perda do amor de Eugênia.

Numa tarde, durante uma dessas excursões, em uma chácara entre o Brás e a Mooca, ao saltar um fosso, a arma que levava disparou acidentalmente, e a carga de chumbo se alojou em seu pé esquerdo. Tombou ao chão e ali permaneceu longo tempo, gemendo de dor; a custo, conseguiu arrastar-se até a casa mais próxima. O médico baiano e seu amigo, Dr. Lopes dos Anjos, levou-o para o centro da cidade, onde – apesar do apoio dos amigos e dos tratamentos que recebeu – continuou sofrendo muito em conseqüência daqueles ferimentos.

acidente

Um acidente numa caçada em S.Paulo iniciou a agonia do poeta, que morreria três anos depois Imagem: Trópico Enciclopédia Ilustrada em Cores, Livr. Martins Editora

Seis meses depois, Castro Alves partiu para o Rio de Janeiro. Nessa data, 19 de maio de 1869, o jornal O Ipiranga noticiava: “Vai, condor ferido. Mais alto do que tens voado, dominarás ainda as alturas deste hemisfério”. Seguiu para Santos e, dali, para o Rio, em companhia de Rubino de Oliveira. Das terras paulistas, levava a saudade, expressa nestes versos:

Das várzeas longas, das manhãs brumosas,
Noites de névoa, ao rugitar do Sul,
Quando eu sonhava nos morenos seios,
Das belas filhas do país do Sul.

No Rio de Janeiro, impressionantemente débil – o que desaconselhava o uso do anestésico de então, o clorofórmio -, ordenou a amputação do pé que ameaçava gangrenar. De muletas, ainda se avistou uma última vez com Eugênia Câmara, que se exibia no Teatro Fênix Dramática – e que morreria ali mesmo no Rio de Janeiro, em 29 de maio de 1874.

Em 25 de novembro de 1869, Castro Alves regressou à Bahia, em viagem melancólica e triste que seria relatada no poema Espumas Flutuantes. Mas a tuberculose avançava e aos 24 anos ali morreria, em 6 de julho de 1871, meses antes da promulgação da Lei do Ventre Livre (de 28 de setembro daquele ano, libertando da escravidão todos os nascidos no Brasil a partir de então).

Sua obra Os Escravos só seria publicada pela primeira vez em 1883. Dois anos antes, porém, de surgir (em 28/9/1885) a Lei dos Sexagenários ou Lei Saraiva-Cotegipe (que tornava livres os escravos maiores de 60 anos). E cinco anos antes do advento da Lei Áurea, que seria assinada pela Princesa Isabel em 13 de maio de 1888, libertando enfim oficialmente todos os escravos negros do Brasil.

[/su_spoiler] [su_spoiler title=”Igreja São Rafael” style=”fancy”]

Sinos

Foto da Igreja S Rafael, no dia do batismo de seus sinos em 23/12/1949. Ve-se a torre aberta para a entrada dos sinos, as alavancas para a subida dos mesmos e um dos sinos ao lado da estatua de Cristo. Arquivo: Família Barbulho

Neste mês de julho de 2005 a Paróquia de São Rafael, localizada no Largo de São Rafael, na Mooca, está completando 70 anos de sua fundação. Ao se escrever sobre a história torna-se necessário que se faça uma pesquisa que abranja toda a época, e que, se possível, ouça-se personagens que a vivenciaram, após o que, recolhido todos os informes pode-se escrever, pode-se citar destaques, pode-se opinar. Sem esses cuidados poderemos cometer injustiças e enganos que poderão se perpetuar na história.

Ao falar da igreja de São Rafael Arcanjo (*1) é preciso analisar todos os lados, todos os pontos desde sua fundação.

Será que poderemos afirmar que a Fundação da Igreja aconteceu quando no dia 28 de junho de 1935, festa do Sagrado Coração de Jesus, o Arcebispo assinou o decreto de fundação da nova Paróquia de São Rafael ? Ou quando se realizou o primeiro ato religioso, em 14 de julho de 1935, conforme o Pároco afirmou na primeira Certidão de Batismo emitida pela igreja? Assim consta na referida certidão, logo abaixo da assinatura do Pároco Padre Savino M. Agazzi:
“Primeiro batizado da nova parochia de S. Rafael hoje mesmo, 14-07-1935 officialmente inaugurada. P.S.Agazzi” ?
As opiniões podem divergir, eu fico com a segunda afirmação, pois uma entidade, uma igreja só passa a existir quando for oficialmente inaugurada. Deixando as opiniões divergentes de lado vamos aos fatos da fundação da igreja.

Coral_SRafael

Coral da Igreja S Rafael Arquivo : família Barbulho

O Padre Savino M. Agazzi que atuava na Paróquia de Jacarepaguá no Rio de Janeiro é designado para fundar uma nova igreja no bairro operário da Mooca após convite feito aos Barnabitas por D. Duarte Leopoldo e Silva, arcebispo de São Paulo.

(*1) – Não devemos confundir São Rafael Arcanjo, o anjo do Senhor com o também santo São Rafael (Rafael Kalinowski – nasc. 1/09/1835 falec. 20/11/1907 Dia da Festa 19/11)

O Padre Agazzi, como era mais conhecido, começou seu trabalho escolhendo o terreno para ser erguida a nova igreja. Estudiosos do assunto nos informam que o Largo de São Rafael já estava assim denominado (Largo de São Rafael) e a igreja adotou-o. O Padre Agazzi conseguiu por intermediação do amigo Valentim (um italiano como ele) um salão provisório na Tecelagem Santa Terezinha, ao lado de onde seria construída a sede definitiva da Paróquia. Com a ajuda da família Barbulho são feitos os arranjos, a luz elétrica é puxada para onde seria o altar pelo Agostinho (filho do Valentim), o altar de madeira foi improvisado e enfeitado pelas damas de caridade da comunidade, sendo a Elídia (filha de Valentim) a primeira dama de caridade da Paróquia. Tudo pronto e a paróquia realizaria seus primeiros atos religiosos.

Na noite do dia 13 de julho de 1935, em casa de particulares, foram bentas as imagens do Santo Padroeiro, do Coração de Jesus, e o quadro de Nossa Senhora, mãe da Divina Providência, e fundada a Arquiconfraria da Providência, seguindo-se a benção da Matriz Provisória.

No dia seguinte, 14 de julho de 1935, deu-se a solene inauguração da Matriz, com desfile acompanhado de banda de música, e “anjinhos” carregando cálice, pedra d´ara, missal, livros de batizados, campainha, toalhas e alfaia para o culto litúrgico. A grande multidão de fieis não permitiu a acolhida de todos na Igreja, sendo preciso celebrar-se a Santa Missa campal. Nesta ocasião, o Vigário Geral da Arquidiocese, Mons. Ernesto de Paula, promulgou e leu o decreto criando a Paróquia e investindo, na função o Padre Agazzi. “ (*2)

O primeiro batismo nesse dia, 14 de julho de 1935, foi o do Euclydes, filho de Valentim e Constança, que o Pe. Agazzi havia solicitado ao amigo Valentim que não o batizasse antes, ele já estava com mais de um ano de idade, e esperasse pela inauguração da igreja.

Pouco antes da inauguração, em cinco de julho, havia chegado o padre José Maria Lanzi e pouco depois o Irmão José, habilidoso carpinteiro, que ajudaram o Pe. Agazzi a desbravar a fé do povo da Mooca e dos bairros adjacentes que faziam parte da arquidiocese. Para se ter uma idéia do trabalho desenvolvido na primeira missa do galo realizada seis meses após a inauguração a mesma teve que ser realizada fora da capela: todos os que foram assisti-la não caberiam dentro dela.

(*2) – cópia tirada do livreto editado por ocasião do jubileu de ouro da fundação da Paróquia de São Rafael – José Ramos – Paulo Vagner Netto

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Cúpula da Igreja S Rafael, vendo-se da esquerda para a direita, sentados, o irmão José e o Padre Agazzi, e em pé , o padre Albertoi, pessoa não identificada, padre José Lanzi, Luiz Teixeira e Valentim Barbulho Arquivo : família Barbulho

Em 07/04/1946 há Cerimônia Solene da entrega das chaves da grande torre da igreja oferecida pela família Farrabino. Em 8 de dezembro há a chegada do Cardeal D. Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta para visitar as obras da igreja e principalmente para homenagear e parabenizar o Pe. Agazzi pelo seu cinqüentenário de vida religiosa.

Em 26/10/1947 houve a benção solene em missa especial com a presença da família Farrabino, grande benfeitora que mandou construir as torres.

Em 06/11/1949 foi rezada a Primeira Missa Solene cantada do neosacerdote Pe. Antônio Mucciolo. O coro Paroquial, sob a regência de Fernando Bastiglia, composto por 100 cantores executou a Missa “Te Deum Laudamos” de Lorenzo Perosi. O padre Mucciolo havia sido coroinha e Mariano de S. Rafael, o mesmo foi depois sagrado bispo da diocese da cidade de Botucatu, interior de São Paulo em 1977. Em trinta e um de dezembro foi rezada missa solene à meia noite para inaugurar os sinos da igreja que tanto trabalho deram para serem erguidos.

Em 1951, o revestimento interno da igreja prossegue e em 17 de novembro houve a benção solene do altar da Imaculada Conceição de autoria de um artista italiano mandado construir pelo Padre Mário Ma. Fontana, um dos auxiliares mais diretos do Pe. Agazzi.

Em 1º de janeiro de 1953 o Pe. Mário Ma. Fontana, sem solenidades, pois iria substituir seu antecessor que impossibilitado de trabalhar se afastara de suas atividades onde exerceu, como primeiro vigário, por 18 anos, assume a direção da paróquia. Em 20 de dezembro é inaugurada a sede do Centro Social Sta. Rita Maria Goretti, na Rua Orville Derby, antiga residência paroquial.

Em 07/05/1957 o Pe. Agazzi vem visitar seus velhos amigos e confrades depois de longo afastamento na Casa de Repouso São Pedro. Ao longo do dia celebrou missa para as crianças e recebeu inúmeras visitas. Em 18 de julho o “Altar Mor” da igreja é desmontado para que se inicie os trabalhos do novo altar que Pe. Agazzi tanto queria inaugurar, rezando a primeira missa. Em 12 de setembro os sinos dobram na paróquia e a tristeza invade todos pelo pesar: falecia na casa de repouso o Padre Savino M. Agazzi. Seu corpo foi velado pelos fiéis que ele soube conquistar e a missa em sua intenção foi rezada, de corpo presente, no altar ainda incompleto, mas que satisfazia seu desejo o de inaugurar o novo altar. Podemos dizer que após a morte de seu fundador a igreja não foi mais a mesma. O carinho o amor que colocava em tudo que fazia, seu carisma em fazer seus sermões com sua voz italianada e forte, a maneira como fazia com que as procissões tivessem um brilho incomum sendo acompanhadas por fiéis vindo de vários bairros. O brilho da Paróquia era visível em todo o bairro e sua influência positiva foi muito grande para o crescimento do mesmo.

IGREJA

Foto atual da Igreja S Rafael Arquivo : Portal da Mooca

Em 28/06/1959, depois de uma campanha interna de arrecadação, é inaugurado o Ambulatório S. Rafael e a nova residência dos sacerdotes que foram construídos na parte posterior da igreja em terreno cedido pela prefeitura.

Em 1965, no trigésimo aniversário da Paróquia, em reunião com as várias associações, o Padre Mário Fontana propõe a construção de uma nova sede social na R. Orville Derby construindo-se um prédio de vários andares para dar continuidade às obras sociais da igreja.

Nos domingos, após o catecismo, as crianças assistiam filmes preto e branco e mudo na igreja. Era uma festa para os jovenzinhos que se preparavam para a primeira comunhão.

O coro da Igreja, comandado pelos Bastiglia fazia sucesso não só na igreja de São Rafael, mas também em outras paróquias. Os componentes do coro se reuniam no empório do Valentim para festejar e para se aperfeiçoarem. Era uma atração nas missas das onze, que lotava a igreja de jovens que ficavam até do lado de fora, pois a mesma ficava lotada.

Surgiram novos párocos como o Pe. Valentino Zappa que substituiu o Pe. Mário Fontana por ocasião de seu falecimento (1967), o Pe. Manoel Inácio que assumiu a paróquia em 1975 depois de árduo e profícuo trabalho com a juventude e em substituição ao Pe. Valentino Zappa que viajara para a Itália. E assim vão se sucedendo os novos párocos, cada um dando sua força, sua inteligência e sua dedicação acompanhados sempre pelos padres que os auxiliavam para a grandeza da casa do Senhor. Atualmente a igreja tem como pároco o Pe. Teodósio de Aquino.

Atualmente a igreja está sob direção dos padres Teodósio César de Aquino e João Parreira da Mata, pertencentes à Congregação dos “Clérigos Regulares de São Paulo”, popularmente conhecida como “Barnabitas” (seguidores de São Barnabé). A vida da Paróquia de São Rafael continua atraindo seus fiéis realizando batizados, casamentos e missas, quermesses e festas proporciona cursos de formação para a comunidade e suas obras sociais continuam atendendo a comunidade carente do bairro. Mas hoje os tempos são outros, a fé do povo já não é a mesma e o carisma de homens como o padre Agazzi, padre Mário, padre José, irmão José fazem muita falta.

 [/su_spoiler] [su_spoiler title=”O dirigível Zepellin na Mooca” style=”fancy”]

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Chegado do Zeppelin ao Rio de Janeiro, em amio de 1930 – sobrevoando ao bairro do Flamengo

Se, apesar da constância com que vemos o dirigível da Rede Globo sobrevoando os céus de São Paulo e de outras cidades do Brasil, ainda hoje nos desperta a atenção, imagine quão surpresas e até assustadas ficavam as pessoas nos anos 30 vendo um desses grande “monstros” aéreos sobre suas cabeças.

Um exemplo disso aconteceu em maio de 1930, quando o dirigível Graff Zeppelin atracou pela primeira vez no Campo dos Afonsos no Rio de janeiro, trazendo a bordo o maestro Heitor Villa Lobos. Acontecia então a viagem experimental do primeiro serviço transatlântico da história da aviação. Esse vôo unia a cidade alemã de Frankfurt às cidades brasileiras de Recife e Rio de Janeiro, com escalas nas cidades de Barcelona e Sevilha na Espanha.
A rota Alemanha – Brasil ficou marcada a partir de 1932, quando o Graff Zeppelin passou a fazer a rota Frankfurt – Recife, com três dias e três noites de duração e os vôos do Syndicato Condor eram usados como conexão para os passageiros que queriam chegar ao Rio de Janeiro.

Já em 1936, o dirigível passou a voar até o Rio de Janeiro em uma viagem de quatro dias de duração. Mesmo com um longo tempo de duração de viagem, as mordomias a bordo não eram poucas, apesar da decoração interna do dirigível ser simples e geométrica do estilo Bauhaus. As acomodações internas possuíam beliches para os passageiros, sala de jogos, sala de estar onde eram servidas as refeições e de onde os passageiros podiam observar a paisagem

Zeppelin

Zeppelin sobrevoando a Mooca – década de 30 Arquivo: Família Barbulho

Em 1937 o último Zeppelin decolou com destino a Frankfurt. Após nove viagens ligando o Brasil a Europa, sendo quatro realizadas pelo dirigível Hindenburg e cinco pelo Graf Zepppelin, a linha foi desativada e o então aeroporto Bartolomeu de Gusmão logo depois foi transformado na Base Aérea De Santa Cruz, sendo o hangar dos dirigíveis ocupado por várias unidades aéreas que ali passaram a se instalar com a chegada da II Guerra Mundial.

Os dirigíveis foram abandonados em decorrência de sua vulnerabilidade aos problemas meteorológicos e a uma sucessão de desastres, em especial a chocante explosão do Hindenburg no Hangar de LakeHurst, Estados Unidos, assim como o progresso tecnológico dos aeroplanos, fator determinante para o seu desaparecimento

Pessoas que presenciaram as primeiras aparições do dirigível relatam que, de início se via no céu, ainda não poluído, uma pequena mancha que aos poucos começava a crescer, transformando-se num enorme balão em forma de charuto, onde havia motores impulsionando e direcionando esta aeronave conforme a vontade do piloto. Tratava-se de um dirigível: era o Graf Zeppelin. Este nome lhe foi dado em homenagem a seu inventor, um General alemão, aeronauta, chamado Von Zeppelin (Conde de Zeppelin)
O povo da cidade ficava muito alvoroçado. Todos corriam para ver aquele fenômeno. Para a descida de um dirigível eram jogadas as cordas do balão para que este fosse amarrado ao solo e seus tripulantes pudessem descer à terra. Eram necessários vinte homens, para segura-lo, assim mesmo, com muita dificuldade!. Naquela época, as mocinhas pediam para serem fotografadas junto aos tripulantes da aeronave e ganhavam fotos autografadas dos oficiais.

O aspecto da raça dos visitantes, tanto quanto sua aeronave, muito impressionava aos nativos da terra, pois eles eram altos, loiros e de pele bastante avermelhada, sem falar nos olhos claros como o aspecto do povo nórdico. Era como se fosse para nós, hoje, uma visita de extraterrestres pousando em plena praça, frente à igreja matriz e defronte à prefeitura. Foi um “happening”: um grande acontecimento!

A população da Mooca também foi surpreendida com a aparição por aqui do dirigível Zeppelin na década de 30, o qual, embora não tivesse nos brindado com um pouso, chamou a atenção de todos, causando grande alvoroço.

Moradores da época contam que o balão era acompanhado e sobrevoado por uma pequena aeronave que dava vôos rasantes dando a sensação que iria atingir o Zeppelin, causando grande susto naqueles que estavam presenciando. Esse momento, podemos dizer, histórico foi registrado fotograficamente pela família Barbulho na foto ao lado, tirada do Largo São Rafael.

Fonte : http://www.brasilcult.pro.br/paises/alemanha/alemanha_zep.htm

 [/su_spoiler] [su_spoiler title=”Livro Casas Paulistanas” style=”fancy”]

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Capa do livro Casas Paulistanas

O livro “Casas Paulistanas” é, sem dúvida alguma, um dos mais bonitos e importantes documentos a respeito do tradicional bairro da Mooca e da arquitetura operária da cidade de São Paulo.

A inspiração para a publicação do livro poderia ter vindo do próprio nome do bairro. Em tupi-guarani, “Moo” quer dizer “fazer” e “oca” significa casa. O olhar atento do autor – o diretor de arte Milton Rodrigues Alves, nascido e criado na Mooca – ao longo dos anos foi notando as mudanças na vizinhança, ao redor da rua Siqueira Bueno. As hortas, comuns ainda nos anos 50, nas frentes estreitas das casas dos operários – italianos e espanhóis, ou descendentes –, primeiro deram lugar a modestos jardins.

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Equipe do livro Casas Paulistanas e do Portal da Mooca

Logo depois, no final dos anos 60, sumiram sob o piso de caquinhos para receber o mais recente e ilustre morador: o automóvel. A cerca viva deu lugar à grade e, para proteger o bem mais precioso da família, os moradores não titubeavam: era preciso fazer uma cobertura, ainda que isso significasse perder totalmente a luminosidade e a vista da janela da sala. “Com a chegada do automóvel, o que era jardim se transformou em jaula. A janela, que antes se abria para o sol e para as flores, agora fica à sombra de um telhado, de uma laje, e tudo o que dela se vê é o veículo estacionado em frente”, constata o autor.

[/su_spoiler] [su_spoiler title=”Estação Ferroviária” style=”fancy”]

estacao3Por volta de 1854, Irineu Evangelista de Sousa, o Barão de Mauá, influenciado pela estrutura industrial inglesa, implanta o primeiro trecho da primeira ferrovia brasileira no Rio de Janeiro.

Em solo paulista, a primeira estrada de ferro a ser construída foi a São Paulo Railway – SPR. Construída entre 1862 e 1867 por investidores ingleses, tinha inicialmente como um de seus maiores acionistas o Barão de Mauá. Ligando Jundiaí a Santos, transportou durante muitos anos – até a década de 30, quando a Sorocabana abriu a Mairinque-Santos – o café e outras mercadorias, além de passageiros de forma monopolística do interior para o porto, sendo um verdadeiro funil que atravessava a cidade de São Paulo de norte a sul.

estacao4Em 1946, com o final da concessão governamental, passou a pertencer à União sob o nome de Estrada de Ferro Santos-Jundiaí (EFSJ). O nome pegou e é usado até hoje, embora nos anos 70 tenha passado a pertencer à REFESA e, em 1997, tenha sido entregue à concessionária MRS, que hoje a controla. O tráfego de passageiros de longa distância terminou em 1997, mas o transporte entre Jundiaí e Paranapiacaba continua até hoje com as TUES dos trens metropolitanos.

A viagem inaugural dessa ferrovia ocorreu em 1865 entre a Estação da Luz até a Estação da Mooca, todavia a Estação Mooca somente foi oficialmente inaugurada em 1898.

Fontes
http://www.estacoesferroviarias.com.br/m/mooca.htm
http://www.achetudoeregiao.com.br/SP/historia_de_sao_paulo.htm
http://www.revistain.com.br/exibe_conteudo_a.asp?id=1637

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Aspecto interno da estação da Mooca Arquivo: Portal da Mooca

Quando assumiu as malhas da antiga SPR e suas estações, a Santos-Jundiaí impôs novos conceitos operacionais e arquitetônicos para as estações, condizentes com aquela época. Várias estações do período anterior, inadequadas para as novas demandas operacionais e incompatíveis com os novos conceitos adotados pela companhia, foram demolidas e reconstruídas. Também foram implantadas novas estações.

Assim, a EFSJ imprimiu em estações como Ipiranga, Pirituba, Lapa e Mooca, entre outras, um estilo arquitetônico nitidamente modernista, com muitas referências da arquitetura paulista adotada em edifícios dos anos 50.

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Passagem de pedestres sobre a linha férrea da Estação da Mooca Arquivo: Portal da Mooca

Basicamente, caracterizam-se pelas estruturas de concreto armado e alvenarias, sempre revestidas com pastilhas (de vidro ou cerâmicas) e/ou pedras; adoção de linhas geométricas simples e, predominantemente, bastante ortogonais; pilares de seção sempre circular, separados de paredes ou esquadrias; e janelas corridas, entre outras.

A Estação Mooca, localizada na Rua Monsenhor João Felipo, pequena travessa da Rua Borges de Figueiredo, tendo como vizinhos as antigas fábricas e armazéns que se utilizavam desse meio de transporte (inclusive o Moinho Santo Antonio) e tendo como fundo as chaminés da fábrica da Antarctica, já teve os seus dias de glória, quando por ali passava uma imensa multidão de usuários. Hoje, o movimento é muito mais restrito, mas a estação conserva ainda os ares românticos característicos de toda e qualquer estação ferroviária.

Fontes
http://www.estacoesferroviarias.com.br/m/mooca.htm
http://www.achetudoeregiao.com.br/SP/historia_de_sao_paulo.htm
http://www.revistain.com.br/exibe_conteudo_a.asp?id=1637

 [/su_spoiler] [su_spoiler title=”Museu do automóvel do Vilarejo São Paulo” style=”fancy”]

museu_automovelCom grande festa foi inaugurado o Vilarejo São Paulo, localizado na Rua Curupacê, 420, um magnífico espaço cultural temático, em uma área de aproximadamente mil metros quadrados, que conta com um bar, uma cantina italiana, um estúdio de fotografias, uma loja de souvenires e um salão de festas mas, cuja atração principal é um museu de carros antigos, onde cada automóvel compõe seu próprio cenário. Tudo isso formando uma cidade cenográfica fiel à época, cuja arquitetura é inspirada em sobrados que no início do século XX formavam a paisagem da Zona Leste paulistana.

Seus ambientes internos revelam o aconchego e o romantismo que se perdeu na evolução da cidade. Ali se pode relembrar, reviver, ensinar e se emocionar.

museu_automovel1Conforme é ressaltado pelos proprietários, a concepção do Vilarejo São Paulo surgiu a partir de inúmeras paixões. Paixão por carros antigos, por épocas antigas, por costumes e hábitos antigos.Paixão pela história. Paixão por São Paulo. Paixão pela Mooca.

O Vilarejo São Paulo abre de terça a domingo, das 9:00 às 23:00 horas. A entrada na praça é gratuita. Mais informações, pelo telefone 6601-5281.

Obs : lamentavelmente, o Vilarejo São Paulo foi desativado em 2008.

 [/su_spoiler] [su_spoiler title=”Os bondes da Mooca” style=”fancy”]

Quem possui mais de 35 anos e viveu os tempos em que São Paulo era conhecida como a “terra da garoa” deve lembrar, certamente com saudades, dos bondes que circulavam pelo bairro da Mooca que, por muito tempo, era o único meio de transporte coletivo que dava acesso a outras localidades. Aliás, a Mooca foi um dos primeiros bairros de São Paulo a receber essa benfeitoria.

A HISTÓRIA DO BONDE

bondes+Tudo começou em 2-10-1872 quando a “Companhia de Carris de Ferro de São Paulo” inaugurou o sistema de Diligências por Trilhos de Ferro” (bondes) de tração animal, ligando o centro da cidade às plataformas das estações de trem e os subúrbios. E esta foi a segunda linha de bondes da Província de São Paulo. A primeira foi na cidade de Santos. E assim começaram a surgir novas idéias sobre ligações entre bairros próximos e as vilas mais distantes.

A palavra “bonde” surge em 1872 e sua origem se deve ao fato de que na época as passagens custavam 200 Reis, mas não existiam moedas deste valor em circulação. Em vista disso, a empresa emitiu pequenos cupons ou bilhetes em grupo de cinco, pelo preço de um mil reis, pois existiam grande quantidades de cédulas deste valor em circulação. Os bilhetes (ricamente ilustrados) impressos nos Estados Unidos, eram conhecidos como “Bonds” (Bônus, Ação). A própria empresa denominava bond os cupons, por entender que realmente representava o compromisso assumido de, em troca, transportar o portador em um de seus veículos. Com o tempo o povo passou a denominar o próprio carril de ferro urbano como bond, designação que mais tarde se consagrou com o neologismo “bonde”.

Desde a sua implantação, os bondes paravam mais ou menos próximo a casa de cada “freguês”, ou seja bonde parava onde o freguês queria. Em 1924 surgem os “postes” com a cinta branca, os quais significavam um ponto de parada do bonde.bondes1

Em 1897 as estações dos bondes de tração animal e suas direções na cidade de São Paulo eram as seguintes:

1ª) Estação Largo do Rosario para: Rua Amador Bueno, Alameda do Triunfo, Alameda Glete, Avenida Paulista, Beneficiencia, Alameda do Triunfo, Bom Retiro, Jardim da Luz, Cesario Mota, Estação Guayanazes, Hygienopolis, Ponte Grande, Santana, Santa Cecilia, Rua Das Palmeiras, para o Viaducto, Rua Vitória, Santa Cecilia e Ypiranga.

2ª) Estação Largo do Rosario para: Bras, Consolação, para o Viaducto, Imigração, Hipodromo, Liberdadse, Mooca, Norte, Rua Miller, Vila Buarque.

3ª) Estação Largo da Sé para: Cambuci, Ypiranga, Vila Deodoro.

4ª) Estação Rua 25 de Março para: Cambuci, Jardim, Mooca.

5ª) Estação Mercado Velho para: Braz, Imigração, Mooca, Norte, Oriente.

6ª) Estação Mercadinho São João Para: Rua Santo Antonio, Rua Conselheiro Ramalho.

A partir de 1938 começaram a circular os bondes fechados, pesados e pintados de vermelho. Foram batizados de “Camarão”. Havia também o “Jacaré”, um bonde todo verde que fazia a linha para Santo Amaro Em 1963 os bondes mudaram de cor, passando de vermelho para uma tonalidade laranja, que, lembrando um dos refrigerantes da época, foram apelidados pelo povo de “Crush”‘.

A adoção do Bonde “Camarão” mudou completamente a fisionomia da cidade, sua introdução foi motivo de pilhéria entre a população, mas o veículo foi aceito e inicialmente fez sucesso. Mas o encanto se desfez pelo hábito: viajar em um veículo fechado nos dias quentes com os veículos superlotados virou um martírio para o paulistano que viajava como “sardinha em lata” dentro dos pesados e sufocantes “Camarões” projetados para trafegar no frio Canadá.

bondes2Em função do Decreto por parte do Governo Federal, a Light prosseguiu operando os bondes até 18 de junho de 1947, quando foi instituído o monopólio dos transportes coletivos na Capital. E os bondes da Light foram transferidos para a CMTC. Em 47 anos de atividades a Light transportou em seus bondes aproximadamente 8 bilhões de passageiros, em 300 quilômetros de linhas operadas por 587 bondes de diversos tipos.

Para administrar o monopólio foi criada a CMTC (Companhia Municipal de Transportes Coletivos). À zero hora do dia 1 de julho de 1947, a CMTC assumiu a operação de todo o sistema de bondes e ônibus da cidade de São Paulo. Trinta dias após em 1 de agosto, a primeira providencia da CMTC foi aumentar o preço da tarifa de 200 Reis que já perdurava por 38 anos sem aumento. A CMTC passou a passagem para 500 Reis. Foi um caos Os passageiros se revoltaram nas ruas, bonde e ônibus foram queimados. A população tentou atacar a prefeitura.

Os bondes da Mooca foram substituídos por ônibus diesel em 1958. Na década de 60 teve início a sistemática extinção de linhas e os serviços foram ficando precários e deficientes. Era o fim de um transporte barato e não poluidor. Dos velhos bondes paulistanos só restam poucos exemplares em museus.

Aos 27 de março de 1968 na estação de bondes da Vila Mariana, o bonde camarão número 1543 recebe todas as atenções: era anunciada a “Cerimônia do Adeus”. À tardinha é conduzido até a parada Instituto Biológico, onde já havia intensa movimentação de pessoas vindas de todos os cantos da cidade. A linha Biológico-Santo Amaro (antiga Praça da Sé – Santo Amaro) era a última linha de bondes em operação na cidade de São Paulo.

Por volta das 20h00, o 1543 parte em direção ao bairro de Santo Amaro. A comitiva de 12 bondes, todos lotados de populares, sendo que no 1543 encontravam-se o Prefeito Faria Lima e o Governador Abreu Sodré.

Nas paradas Campo Belo e Alto da Boa Vista receberam homenagens. O fim da viagem de ida aconteceu no Largo 13 de Maio, onde perto de 5.000 pessoas aplaudiram a chegada dos bondes. Após os discursos e despedidas, a comitiva retornou para Vila Mariana. E esta foi a última vez que os bondes percorreram as ruas de São Paulo. E assim terminaram 96 anos de serviços dos bondes na cidade de São Paulo.

Os bondes na Mooca
Durante o período em que os bondes estiveram em atividade, a Mooca era atendida por três linhas , que mantinham os seguintes itinerários :

BONDE 8 : MOOCA

IDA: Pça. Clóvis Bevilaqua, Rua Roberto Simonsen, av. Rangel Pestana, Rua Piratininga,

Rua da Mooca, Rua taquari e Rua Javari. VOLTA : Rua Javari, Rua Visconde de Laguna

bondes3

Bonde restaurado para turismo na Hospedaria do Imigrante Arquivo: Portal da Mooca

Rua da Mooca, Rua Piratininga, Av. Rangel Pestana, Rua Roberto Simonsen, Rua Wenceslau Brás, Rua Irmã Simpliciana e Pça Clovis Bevilaqua.

BONDE – 11: BRESSER
IDA: Rua Bresser, esquina da Celso Garcia, Rua Silva Teles, Rua Maria Marcolina, Rua Oriente, Rua Monsenhor de Andrade, Rua São Caetano, Rua da Cantareira, Rua Cavalheiro Basílio Jafet, Av. Exterior, Pça. Fernando Costa, Rua 25 de Março, Rua Frederico Alvarenga, Rua da Mooca, Rua Taquari e Rua Javari. VOLTA: Rua Javari, Rua Visconde de Laguna, Rua da Mooca, Rua Frederico Alvarenga, Rua 25 de Março, Pça. Fernando Costa, Av. Exterior, Rua Cavalheiro basílio Jafet, Rua da Cantareira, Rua São Caetano, Rua Monsenhor de Andrade, Rua Oriente, Rua Maria Marcolina, Rua Silva Telles e Rua Bresser.

BONDE – 50 : BORGES DE FIGUEIREDO (Auxiliar Bresser).
IDA: Pça. Fernando Costa, Rua 25 de Março, Rua Frederico Alvarenga, Rua da Mooca e Rua Borges Figueiredo até o poste 752. VOLTA: Rua Borges Figueiredo, Rua da Mooca, Rua Frederico Alvarenga, Rua 25 de Março, e Pça. Fernando Costa.

Os bondes na Mooca
Durante o período em que os bondes estiveram em atividade, a Mooca era atendida por três linhas , que mantinham os seguintes itinerários :

BONDE 8 : MOOCA

IDA: Pça. Clóvis Bevilaqua, Rua Roberto Simonsen, av. Rangel Pestana, Rua Piratininga,

Rua da Mooca, Rua taquari e Rua Javari. VOLTA : Rua Javari, Rua Visconde de Laguna

Rua da Mooca, Rua Piratininga, Av. Rangel Pestana, Rua Roberto Simonsen, Rua Wenceslau Brás, Rua Irmã Simpliciana e Pça Clovis Bevilaqua.

BONDE – 11: BRESSER
IDA: Rua Bresser, esquina da Celso Garcia, Rua Silva Teles, Rua Maria Marcolina, Rua Oriente, Rua Monsenhor de Andrade, Rua São Caetano, Rua da Cantareira, Rua Cavalheiro Basílio Jafet, Av. Exterior, Pça. Fernando Costa, Rua 25 de Março, Rua Frederico Alvarenga, Rua da Mooca, Rua Taquari e Rua Javari. VOLTA: Rua Javari, Rua Visconde de Laguna, Rua da Mooca, Rua Frederico Alvarenga, Rua 25 de Março, Pça. Fernando Costa, Av. Exterior, Rua Cavalheiro basílio Jafet, Rua da Cantareira, Rua São Caetano, Rua Monsenhor de Andrade, Rua Oriente, Rua Maria Marcolina, Rua Silva Telles e Rua Bresser.

BONDE – 50 : BORGES DE FIGUEIREDO (Auxiliar Bresser).
IDA: Pça. Fernando Costa, Rua 25 de Março, Rua Frederico Alvarenga, Rua da Mooca e Rua Borges Figueiredo até o poste 752. VOLTA: Rua Borges Figueiredo, Rua da Mooca, Rua Frederico Alvarenga, Rua 25 de Março, e Pça. Fernando Costa.

Além dessas havia também uma linha que circulava pela Rua Visconde de Parnaíba, passando em frente à Hospedaria de Imigrantes, que funcionou de 18 de outubro de 1902 a 5 de dezembro de 1937, com 5 carros percorrendo quase 9 quilômetros de trilhos.

Nos dias atuais, ainda existem linhas de bonde, modernizadas, em várias capitais das Europa. Na cidade de São Paulo, ainda se consegue andar de bonde em uma linha turística, embora no curto percurso de 600 metros.

O Bonde Nº 38, – da fábrica inglesa Hurst Nelson, ano 1912 – tipo aberto, faz o trajeto Memorial do Imigrante – Estação Bresser do Metrô, por trilhos sobre o leito da Rua Visconde de Parnaíba, sendo que o mesmo foi totalmente recuperado nas Oficinas da Estrada de Ferro Campos do Jordão, de acordo com seus padrões originais: aberto nas laterais, com bancos em madeira de lei reversíveis e capacidade para 35 pessoas. Somente o sistema de tração e freio foram modificados . Para saber o horário de funcionamento ligue para o Memorial do Imigrante – fone 6693–0917

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[su_spoiler title=”Filme da Mooca nos anos 40 e 50″ style=”fancy”]

A saga dos Barbulho está contada na seção “Famílias e Personalidades”. Agora o Portal da Mooca, insere em seu site dois filmes, gentilmente cedidos pelo Sr. Euclydes Barbulho, a quem agradecemos,  com imagens do famoso Armazém da Mooca, de propriedade dessa tradicional e importante família, nos anos 40 e da inauguração do novo Armazém nos anos 50.

São imagens especiais, pois há de se convir que são muito raros filmes amadores daquela época, onde aparecem imagens não só do próprio Armazém, mas de pessoas e de ruas de nosso Bairro.

 Veja aqui

*Pode ser que o filme demore um pouco para abrir, mas vale a pena esperar.

[/su_spoiler] [su_spoiler title=”O mais bonito gol do Pelé” style=”fancy”]

gol

Momento exato que Pelé cabeceia assinalando o gol

Pelé, o Rei do Futebol, o Craque do Século, etc,etc conseguiu a proeza, muito dificilmente igualável, de marcar ao longo de sua gloriosa carreira 1283 gols, a maioria dos quais de maravilhoso feitio. Mas, aquele que é considerado, inclusive pelo próprio autor, o mais bonito de todos aconteceu aqui mesmo, na nossa Mooca, e só pode ser visto por apenas algumas milhares de testemunhas, uma vez que, se existirem, jamais foram encontradas imagens filmadas desse verdadeiro marco histórico.

Dois de agosto de 1959. O acanhado estádio da Rua Javari apanhava um dos maiores públicos de todos os tempos : mais de dez mil pessoas para assistir aquele que já se antevia ser um grande espetáculo : C.A Juventus x Santos F.C.. Para quem conhece esse tradicional estádio vai conseguir compreender que somente encontravam-se sentados aqueles que chegaram muito cedo e conseguiram seu lugarzinho nas diminutas arquibancadas, inclusive uma de madeira desmontada alguns anos depois. Todos os demais espremiam-se em pé em inúmeras fileiras que iam das arquibancadas até o alambrado. E tente achar alguém que tivesse reclamado desse sacrifício, pois o que tiveram a oportunidade de presenciar compensou todo esse desconforto

GOZACAO2

Pelé dirige-se para a torcida, após o gol

Mas, para descrever o que aconteceu, nada melhor que o depoimento de um dos protagonistas desse espetáculo, o zagueiro Clovis, lamentavelmente já falecido :

“Chegamos até a comentar naquele dia, dentro do campo, que o Pelé estava meio “murcho”. A nossa torcida, sempre muito fanática, começou a mexer com ele. Não sei por que foram incomodar o diabo, “no bom sentido do termo”. Eram decorridos 36 minutos do segundo tempo e o Santos estava atacando para o gol dos fundos (aquele situado ao lado da Creche Marina Crespi). O Dorval estava na ponta-direita. Ele cruzou, a bola passou por cima da grande área. “Tira, tira. Cabeceia”, gritei. Quando a bola desceu encontrou o Pelé. Sem deixá-la fugir, ele, com um leve toque por baixo da bola encobriu o zagueiro Julinho que chegava para dar combate e em seqüência deu um chapéu no Homero. Fui para cima dele e também tomei o meu. Faltava apenas o goleiro Mão-de-Onça, que saiu para abafar a bola. O Pelé também deu um chapéu nele e completou o lance de cabeça, com uma lucidez impressionante. O fato teve um lado até engraçado. Tinha chovido bastante de manhã e havia uma poça d’água na pequena área. O Mão-de-Onça pegou só barro. Ele ficou com a cara sobre a lama”.

Além desse, outro acontecimento histórico ocorreu logo em seguida : o nascimento do famoso “soco no ar”, pois foi a primeira vez que Pelé comemorou o gol com esse gesto, conforme conta o próprio “ Rei” :

“Quando fiz o gol parti para cima da torcida, brigando. Não fui dando soco no ar para gritar gol. Fui xingando mesmo os caras e socando o ar, mas apenas para gritar gol. Um gesto que saiu sem querer, fruto de uma ira momentânea, acabou perpetuado depois apenas por um motivo: satisfação e alegria do dever cumprido. O Juventus era sempre um time difícil. Era jogo para ganhar de 1 a 0. Consegui fazer uma jogada bonita naquela tarde”

E uma cena de grande emoção se seguiu, pois todos os trocedores presentes, incluindo os jogadores, aplaudiram demoradamente o grande feito do eterno Rei do Futebol.

Como podemos comprovar por esse relato é profundamente lamentável que o mundo jamais poderá ver as imagens reais desse gol, tendo que se contentar com a versão criada em computadores para o filme da vida de Pelé, que nos dá a idéia de como o lance se desenvolveu mas, naturalmente, sem nos transmitir a emoção da jogada.

E, se você quiser saber mais a respeito e, inclusive todos os detalhes dessa partida Juventus x Santos, o Portal da Mooca conseguiu localizar em seus arquivos a matéria publicada em jornal daquela época, que você confere a seguir:

VITÓRIA JUSTA DO SANTOS NUM JOGO BRILHANTEMENTE DISPUTADO

2GOL

Lance final do primeiro gol do Santos.Pepe cruzou da esquerda e Pelé, atirando-se como um bólido, embora acossado por Lima e Pando, testa a bola, mandando-a para o fundo das redes.

JOGO: C.A. Juventus x Santos F.C.
LOCAl : Rua Javari
1˚ TEMPO : Santos 1 a 0. Gol de Pelé aos 23 minutos
FINAL : Santos 4 a 0. Gols de Pelé aos 8 minutos, de Dorval aos 27 e Pelé aos 36 minutos.
QUADROS :
SANTOS : Manga; Ramiro, Pavão e Mourão;Formiga e Zito;Dorval, Jair, Coutinho, Pelé e Pepe.
JUVENTUS : Moraes; Julinho, Homero e Pando; Lima e Clovis; Lanzone, Zeola, Buzone, Cássio e Rodrigues.
ARBITRO : Sebastião Mairinque – fraco
RENDA : Cr$ 622.225,00 (recorde de arrecadação no campo do Juventus)
ANORMALIDADES : Ao término do primeiro tempo, Lanzone deu um tapa na cabeça de Coutinho. Homero e Pelé foram atingidos durante o jogo e foram medicados fora do campo. Pando, atingido numa disputa de bola com Pelé, sofreu forte contusão deixando o gramado não mais retornando ao campo.

Todos aqueles que viram o Juventus jogar nesta sua nova fase de sucessos esperavam naturalmente do quadro da Rua Javari uma boa partida frente ao Santos, uma partida que talvez quebrasse a invencibilidade santista. Por esse motivo foi que uma grande assistência compareceu ao campo Mooca dando uma renda recorde, lotando completamente as dependências da pequena praça de esportes dos avinhados. . Na realidade o Juventus não logrou tirar ponto do campeão paulista.

Foi derrotado, mas verdade manda que se diga que o quadro dirigido por Bauer deixou muito claro a razão dessa sua boa campanha no presente campeonato. Jogaram muito os juventinos e em sã consciência não se podia pedir mais dos rapazes da Rua Javari porque o Santos estava num de seus grandes dias e jogou com a sua classe e hierarquia costumeira. Todavia, nisso vai o grande mérito do Juventus, teve de jogar como faz diante dos grandes adversários porque seu contendor de ontem jogou muito bem e vendeu cara a derrota. Não foi o Juventus uma equipe “ pequena” que procurou se defender de qualquer forma. Longe disso. Os avinhados jogaram conscienciosamente com a bola no chão, na base de passes curtos e jogadas hábeis, não permitindo que em nenhum momento se verificasse qualquer descontrole em suas linhas.

Um Primeiro Tempo Perfeito
Não cometemos nenhum exagero ao afirmar que os 45 minutos da primeira fase foram perfeitos. Jogo bonito, tranqüilo, bola sempre no chão, boa marcação e noção de passes excelentes. O Juventus foi nessa oportunidade um quadro do mesmo estofo técnico do Santos e se um ou outro jogador juventino se descontrolava e fazia uma jogada de má feitura técnica, também o Santos possuía em suas fileiras dois elementos que não andavam bem dentro do ritmo clássico da equipe e que se tornavam com certa freqüência autores de lances de má qualidade. Eram eles Pavão e Mourão.

Formiga Armou a Defesa Santista
Inegavelmente a inclusão de Formiga como quarto zagueiro, veio dar à defesa de Vila Belmiro melhor consistência, fortaleza, pois Ramiro em que pese o fato de não gostar de jogar como zagueiro lateral (ontem brilhou de forma categórica) , é um craque no posto e Zito foi então aproveitado em sua verdadeira posição, ou seja, como homem de meio de campo, quando pode então ter aproveitado a sua classe e categoria formando a dupla (que dupla) de armadores. Possuindo uma equipe assim entrosada e o ataque que tem, pode o alvinegro praiano jogar com a consciência de seu valor e de sua força. Isso foi por sinal, a razão fundamental de sua vitória, clássica, e categórica ante um contendor que possuía inegavelmente um bom time e que ante qualquer contendor poderia almejar, sem que isso pudesse ser considerado como um exagero, uma vitória.
Não teve o Santos temor do adversário, começou jogando dentro de seu padrão e ritmo costumeiros, acionando a bola sempre rente ao solo, passando de primeira e com isso procurou envolver o Juventus. No entanto, para surpresa geral, reagiu o quadro local, jogando dentro do mesmo padrão, fazendo alarde de um bom nível técnico.Tivesse o quadro líder do certame menos segurança, menor confiança em seus próprios recursos e por certo se sentiria tolhido em seus movimentos. No entanto prosseguiu o Santos jogando com o mesmo acerto e o quadro avinhado começou, mesmo jogando bem, a se preocupar com seu sistema defensivo, recuando Lima e Zeola para barrar as investidas santistas pelo centro do campo.

Resistiu o Juventus ao Golpe
Mesmo sofrendo um tento, resistiu o Juventus ao primeiro golpe do adversário, continuando a contra-atacar, criando momentos de perigo para a meta de Manga, já que Pavão, sentindo muito o terreno escorregadio caia com muita freqüência e com isso se confundia muito seguidamente dando “chance” então ao adversário de criar momentos de perigo. Reagindo bem a marcação do primeiro gol santista, mostrou o quadro dirigido por Bauer que estava em condições de aspirar realmente a vitória.

Modificação no Sistema Defensivo
Na segunda fase o Juventus passou a cuidar mais dos ponteiros santistas. Lima e Clovis passaram a auxiliar seus médios e o próprio Rodrigues recuou muito visando com isso dar cobertura a Pando enquanto Lima auxiliava a Julinho. Abrindo um pouco o centro do campo, permitiram então os “grenás” que Pelé e Coutinho manobrassem com maior facilidade, pois somente depois da bola dominada é que os procuravam para combater. Nessa altura cresceu a produção do ataque santista tanto mais que o recuo de Rodrigues deu a Ramiro o ensejo de passar a cobrir o meio de campo, enquanto Formiga descia para apoiar o ataque. Com isso o Santos foi se assenhorando do campo e aos 8 minutos marcou o seu segundo tento por intermédio de Pelé. Recolhendo a bola, num passe de Zito, Pelé adiantou-se e depois de enganar um adversário entrou pela área decididamente e atirou no gol no momento em que Moraes saia da meta para fechar o ângulo.Quando a bola ia transpondo a linha de gol, Pando tentou num esforço desesperado afastar a bola, mas somente acabou enviando mais depressa ao fundo de suas próprias redes.

Duas Contusões Acabaram com os Juventinos

Depois de haver o Santos conquistado o seu segundo tento, os juventinos tiveram dois jogadores contundidos . Homero atingido por uma” bicicleta” de Coutinho, teve de sair de campo para ser medicado. Depois foi Pando, que atingido por Pelé na disputa de uma bola perigosa no momento em que o atacante santista procurava assinalar mais um gol, teve que sair de campo para ser medicado e não mais voltou ao gramado (na época não havia possibilidade de substituição e, assim, o Juventus ficou com um homem a menos). Com a saída de Pando, recuou primeiro Rodrigues e depois Cássio para cobrir a posição de zagueiro esquerdo. Em conseqüência disso o Santos que já dominava o campo, teve então completa ascendência do jogo. Dorval lançado por Ramiro, então bem adiantado, invadiu a área e fechou para o arco, batendo Moraes com um tiro rasteiro e bem colocado.

Um Gol de História
Foi o quarto gol do Santos, um desses tentos que passam a história. Pelé que já vinha sendo o homem mais brilhante em campo, o autor das jogadas mais sensacionais, assinalou o quarto gol da tarde. Fe-lo porém com a marca do gênio do futebol, que de fato ele é. Driblou Homero e Clovis e quando Moraes saiu da meta, cobriu-o pelo alto com absoluta tranqüilidade e esperou a descida da bola para com uma cabeçada, segura e bem calculada envia-la ao fundo das redes. Foi de tal forma sensacional o tento que os jogadores juventinos foram cumprimentar o atacante santista.

Jogo Brilhante e Vitória Justa
Resumindo tudo podemos afirmar que o Santos alcançou uma vitória brilhante e justa e que foi conseguida através de um jogo excelente, com duas equipes normalmente empenhadas na prática de um futebol de ótima categoria . (Comentário de A. Paes Leme)

 [/su_spoiler] [su_spoiler title=”Pepe Legal” style=”fancy”]

pepe1Assim como os Beatles influenciaram toda uma geração, guardadas as devidas proporções, na mesma década de 60 a Escuderia Pepe Legal teve uma importância enorme para a juventude da Mooca.

Para recordar alguns desses memoráveis momentos para o Portal da Mooca, o atual presidente da Pepe Legal, Aníbal “Babu” Mario Corrêa, reuniu alguns dos muitos companheiros que integraram a Escuderia, entre eles o Antonio Luiz Vargas Alvarez (Brechó), Luiz Antonio, Georgino Carlos Bernardes (Gino), Gilmore Baccaro, Rafael “Raluca” Carmanone, Walter Berne Branchi (Brancão) e Roberto Lanelza.

Na época era muito comum a realização de gincanas pelas emissoras de rádio e de televisão. A gincana consistia numa competição entre grupos de pessoas, que se organizavam sob a forma de “escuderias”, objetivando cumprir tarefas dos mais variados tipos, estabelecidas pelos promotores do evento, que repassavam as missões ao longo do dia através dos programas de rádio ou televisão.

Vendo que das gincanas participavam quase que exclusivamente grupos da zona sul da Capital, o jovem mooquense Dalvi incentivou um grupo de amigos dizendo-lhes que a Mooca não poderia ficar de fora, convencendo-os a participar de uma gincana promovida pela TV Record. Todavia, no ato de formalização da inscrição, havia necessidade de se atribuir um nome à escuderia.

Dalvi lembrou-se, então, do bar de batidas e petiscos onde o grupo costumava se reunir: o “Pepe Legal” de propriedade do Pasqual Parisi, localizado na Av Paes de Barros n°136 Assim, em12 de junho de 1966 estava fundada a Escuderia Pepe Legal, com sede naquele local.

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Parte do grupo que participou da Gincana do Canal 5 em 1968 Arquivo: Pepe Legal

Daí para a frente, a rapaziada pegou gosto e a “Pepe” participou de doze gincanas, vencendo sete delas, nas quais o grupo mooquense se viu diante de tarefas que exigiam uma boa organização, agilidade e criatividade.

Em sua primeira participação, os veículos da Escuderia deveriam ser capitaneados por um “carro madrinha”, recaindo a escolha para a camioneta do Gilmore Baccaro. Esse carro deveria conduzir uma moça com a faixa de Miss Pepe Legal, faixa essa que foi confeccionada na hora e colocada na Maria Lucia também “eleita” naquele momento. Por outro lado, o motorista do veículo deveria ir trajado de prisioneiro, daí advindo mais um problema: onde conseguir uma fantasia de prisioneiro em pleno domingo. Raluca, que embora na ocasião tivesse uma idade consideravelmente superior ao da garotada mas foi um dos idealizadores e fundadores da Escuderia, apelou para a sua esposa, dona Fausta, e esta sentou-se diante de sua máquina de costura e providenciou a fantasia.

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Uma das equipes de futebol do Pepe Legal. Em pé: Virgilio, Zequinha, Viché, Babu, Valtão, Guilherme e Marinho Agachados: Betão, Pedrinho, Nenê, Écio e Zagalo Arquivo: Pepe Legal

Um livro seria pouco para contar as proezas dessa garotada durante essas gincanas. Como, por exemplo, quando, para encontrar um elmo, tiveram que invadir uma boate. Com constrangedores pedidos de desculpas o elmo foi devolvido alguns dias depois.

Em uma outra ocasião, em gincana organizada para a inauguração da TV Bandeirantes, a tarefa consistia em trazer um indivíduo comprovadamente nascido no Japão que deveria ler um texto em árabe e traduzi-lo para o português.

Foi um tal de andar pelo bairro da Liberdade, entrar em lojas, restaurantes e até templos, e indagar a cada japonês que encontravam: você fala árabe? Uma pessoa disse que tinha um amigo que atendia àqueles requisitos, mas ele estava em Belo Horizonte. O pessoal da “Pepe” até se dispôs a pagar a passagem de avião, mas não haveria tempo hábil. Essa tarefa não foi completada por nenhuma das equipes.

Em outra ocasião a tarefa a ser cumprida era achar uma personalidade da televisão disfarçada de mendigo em uma praça pública da cidade. E a nossa garotada conseguiu descobrir o Jô Soares em uma das praças da cidade.

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Assembléia Geral faz surgir a Associação Esportiva e Cultural Pepe Legal, em 26/04/84 Arquivo: Pepe Legal

A Pepe Legal também se notabilizou pelos “bailinhos” que organizava agitando a juventude do Bairro. O primeiro deles foi realizado no espaço gentilmente cedido pelo Professor Agostinho, em sua agência de automóveis localizada no início da Av Paes de Barros.

Um desses bailes é relembrado com muita emoção e foi o responsável indireto de tornar a Pepe Legal conhecida no exterior. O local escolhido para o baile foi o antigo Cine Moderno, localizado na Rua da Mooca. Na ocasião o cinema já estava desativado há muito tempo e, como lembra Gilmore,“quando entramos lá foi um desanimo geral pelo estado em que se encontrava o salão, mas logo nos refizemos e com entusiasmo providenciamos a limpeza, raspamos e enceramos o piso, consertamos tudo o que estava sem funcionamento e deixamos de uma forma que ninguém acreditava”.

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Foguinho do conjunto The Jordans, com blusão da Pepe Legal, ao lado de Ringo e Lennon na Inglaterra. Arquivo: Pepe Legal

O baile foi abrilhantado pelo conjunto The Jordans, constituído por rapazes do Bairro e que faziam muito sucesso nos programas da Jovem Guarda. No dia seguinte ao do baile, o grupo partiria para uma excursão na Inglaterra.

Com entusiasmo, Roberto Lanelza, nos conta que “ao final do baile, nós demos para os componentes dos Jordans um blusão da Pepe Legal que eles usaram logo que chegaram em Londres. Numa noite, eles estavam num restaurante e um freqüentador perguntou o que significava o emblema gravado no blusão e o eles explicaram que eram músicos do Brasil e que o blusão era de uma escuderia da Mooca – São Paulo. Por coincidência e sorte nossa essa pessoa era da equipe dos Beatles e fez questão de leva-los ao estúdio e os apresentaram aos componentes do famoso grupo inglês sendo que o inesquecível John Lennon fez questão de tirar uma fotografia vestindo o blusão da Pepe Legal, ao lado do Foguinho e do Neno, componentes dos Jordans. Esse foi provavelmente o fato mais memorável para nosso grupo”.

Muita gente guarda uma imagem do pessoal da “Pepe” como rapazes briguentos. Eles não negam que muitas vezes o cumprimento de algumas missões para as gincanas exigia que os objetos fossem disputados “na raça” com os grupos rivais, mas nada que se compare com a violência hoje existente.

Mas, o que muita gente desconhece é que a Escuderia Pepe Legal também se destacou por campanhas de benemerência montando postos ou arrecadando de porta em porta alimentos, roupas e medicamentos para distribuição aos necessitados, inclusive contando com a participação das namoradas, mães e amigas.

pepe6Segundo o Babu, “isso teve início quando as gincanas começaram a cair da moda e a Escuderia Pepe Legal quase que paralisou suas atividades. Após algum tempo pensamos em reativar a Pepe, mas não tivemos força para faze-lo. Aí, por volta de 1989, o Parque da Mooca promoveu um campeonato de futebol e eles não queriam participar com o nome de Parque da Mooca e então sugeriram usar o nome de Pepe Legal e, com isso, todos nós nos envolvemos e ganhamos o torneio, o que nos deu animo para retomar as atividades, transformando a Escuderia na Associação Esportiva e Cultural Pepe Legal. Justamente nessa época houve uma grande enchente no Sul do País e o Raluca sugeriu : vamos fazer alguma coisa pelos nossos irmãos do sul. Imediatamente organizamos uma grande campanha, envolvendo as emissoras de rádio e televisão. Resultado : mandamos para Santa Catarina inúmeros caminhões carregados com as doações”

pepe7Ainda nesse aspecto de benemerência, o Aníbal contou-nos emocionado que em um determinado mês de junho vários componentes da Pepe Legal foram até a cidade de Cotia e lá chegando se depararam com dezenas de crianças que, mesmo diante de um frio intenso, estavam sem qualquer agasalho e calçados. Era uma cena de causar muita pena. Ao voltarem para São Paulo, obtiveram uma carreta, emprestada pelo Sebastião Hudson da Transportadora Dom Vital, que ficou estacionada na esquina da Rua Olimpio Portugal com Paes de Barros e desencadearam uma grande campanha de doações. Como recebiam muitas roupas de adultos, as mães, irmãs e namoradas dos jovens da Pepe Legal se incumbiam de reforma-las para tamanhos que servissem nas crianças. A entrega para a criançada de Cotia, então, foi um momento em que a emoção sentida é impossível de ser transmitida com palavras.

A Associação Pepe Legal também teve uma grande participação na definição da data de fundação da Mooca materializada sob a forma de busto do Padre José de Anchieta, colocado no início da Av Paes de Barros, desta feita contando com a inestimável participação do historiador Eugenio Luciano, o Geninho.

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Posse de diretoria da Pepe Legal, vendo-se da esquerda para direita Antonio L. Rodrigues, então Adm Reg. da Mooca, Guilherme Afif Domingues, Presidente da Assoc. Comercial, Anibal Babu, Presidente da Pepe Legal, Elvio Alibrandi, Sup. Regional Mooca da Ass. Com., e Paulo S. Nogueira Filho, Diretor do Centro Educacional da Mooca Arquivo: Pepe Legal

O poeta Rafael Cardamone, mais conhecido por Raluca foi o primeiro Presidente da Pepe Legal, sendo sucedido pelo Aníbal M Corrêa, o “Babu” e depois pela Rose Smero Mascaro, tendo como vice-presidente seu marido José Mascaro.

Esta é apenas uma pequena parte da inesquecível história da Pepe Legal, um dos maiores orgulhos da Mooca.
* Conheça o site da “Pepe Legal” :
www.escuderiapepelegal.com

 [/su_spoiler] [su_spoiler title=”Piccola Europa” style=”fancy”]

A Mooca irá tornar-se ainda mais européia

Você gostaria de conhecer a Europa sem sair da Mooca? Pois bem, esse sonho pode tornar-se realidade, graças a um projeto que vem sendo desenvolvido por um grupo de pessoas.

A iniciativa partiu do renomado médico psiquiatra Dr. Alfredo Toscano Jr que lançou a idéia por intermédio da internet, em dezembro de 2003, criando um “forum on line” onde são relatados e discutidas as idéias relacionadas ao Projeto e à cultura européia e dos imigrantes, fórum este que, rapidamente, teve uma considerável receptividade com dezenas de pessoas a ele se integrando.

FUNDOAtualmente, o Grupo conta com mais de setenta participantes, de várias etnias e das mais variadas formações profissionais. Até pessoas residentes no exterior vêm participando das discussões via internet. O coordenador do grupo, Dr Toscano, ressalta que “ninguém está pensando em ganhar dinheiro com esse Projeto, pois o que move esse trabalho e o entusiasmo das pessoas é a preocupação com a Mooca e a deteriorização do Bairro”.

Já no mês de dezembro ocorreu a primeira reunião contando, inicialmente, com a presença de seis pessoas, ocasião em que foram delineadas as bases principais do Projeto que recebeu o sugestivo nome de “Piccola Europa”.

Como é sabido, a Mooca possui características muito próprias que a distingue e a notabiliza. Dentre essas características estão as suas raízes européias (de várias nacionalidades) e uma arquitetura típica, objeto de inúmeras reportagens e estudos por especialistas.

E foram justamente esses aspectos que nortearam a idéia do Projeto, ou seja, a restauração arquitetônica e o resgate das raízes européias. A principio, o local escolhido é a tradicionalíssima Rua da Mooca, no pedaço entre a Rua Piratininga e a Rua Mem de Sá.

Nesse espaço de rua se localiza a Igreja de San Gennaro, padroeiro da Mooca, além de inúmeras construções que datam do início do século XX, lamentavelmente muito deterioradas e a maior parte das quais transformadas em cortiços e depósitos de materiais recicláveis.

O Projeto Piccola Europa visa justamente restaurar e transformar esses locais em cafés, lojas, restaurantes, cinemas, vídeo-locadoras, biblioteca, centro cultural, enfim, atividades diversas com motivos e características européias e relacionados à cultura das mais variadas raças dos imigrantes que povoaram nosso Bairro.

Com o interesse demonstrado pelo Projeto, o grupo pioneiro resolveu integrar-se a Associação Amoamooca, presidida pela Dona Zina, e, a partir daí, várias reuniões já foram realizadas em locais diferentes, como o Memorial do Imigrante, Igreja de San Gennaro, a sede da Amoamooca etc.

Tão logo o Projeto esteja concluído, deverá ser encaminhado para a Prefeitura do Município de São Paulo. Em paralelo vêm sendo mantidos contatos com empresários visando a sondagem para obter a adesão de possíveis patrocinadores do empreendimento.

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[su_spoiler title=”Rotary Club Alto da Mooca” style=”fancy”]

rotary1O Rotary Club São Paulo Alto da Mooca é uma das organizações mais atuantes em nosso Bairro. Mas, antes de falarmos especificamente a seu respeito, vamos abordar o que é o Rotary Club.

O Rotary foi fundado na cidade de Chicago/Estados Unidos no dia 23 de fevereiro de 1905 por Paul Percy Harris visando unir profissionais das diversas áreas para incentivar novos negócios. Em 1907 o Rotary iniciou sua caminhada no servir em seu primeiro projeto de serviço. Teve início a sua vocação de lutar pelo bem estar da comunidade local e do mundo e incentivar o companheirismo e a paz social, estendendo-se para 31.256 clubes ao redor do mundo, com 530 Distritos em 163 países, num total de 1.243.431 sócios (30/06/2002 – Revista Brasil Rotário).

Todos os Rotary Clubs do mundo estão agregados a uma única associação que se denomina “ Rotary International”. Assim, a associação dos rotarianos constitui o Rotary Club; os Rotary Clubs formam os distritos e a associação dos mesmos constitui o Rotary International ou o RI.

O que distingue um Rotary Club das demais instituições é o princípio das classificações.

Num Rotary Club seus associados devem ser de ocupações diferentes de tal maneira que uma atividade de trabalho, só poderá ter um mínimo restrito de ocupantes, caso contrário poderia se identificar a um sindicato de categoria.

Ao negócio, comércio, profissão, ofício ou emprego a que o rotariano se dedica, dá-se o nome de “Classificação”. A diversidade de “classificações” é que dá um colorido e uma criatividade maior ao Rotary Club.

O principal objetivo do Rotary é “estimular e fomentar o ideal de servir” . A declaração de 1951 relaciona quatro áreas nas quais o ideal de servir” é fomentado:

a) Através do desenvolvimento do companheirismo, como elemento capaz de proporcionar oportunidades de servir;
b) Do reconhecimento profissional através do mérito de toda ocupação útil e da difusão das normas de ética profissional;
c) Da melhoria da comunidade pela conduta exemplar de cada um na sua vida pública e privada;
d) Da aproximação dos profissionais de todo o mundo, visando a consolidação das boas relações, da cooperação e da paz entre as nações.

O Rotary em Atividade

O Rotary, através de seus clubes, no mundo, atua na melhoria do meio ambiente, oferece treinamento profissionalizante, patrocina bolsas de estudos internacionais e intercâmbios culturais entre pessoas das mais diversas origens étnicas, oferece serviços voluntários em hospitais de países em desenvolvimento, presta serviços às comunidades através da associação de Rotary Clubs de duas ou mais nações através da Fundação Rotária, intercâmbio de jovens patrocinando o envio de 7.000 estudantes de nível secundário para estudo no exterior visando a compreensão e a paz mundial, oferece vacinas contra poliomielite tendo como meta erradicar a doença no mundo em 2005. É a única ONG reconhecida pela ONU pelo seu trabalho humanitário. Mais de 500 milhões de crianças foram imunizadas contra a pólio nos países em desenvolvimento graças ao Rotary através dos subsídios Pólio Plus.

Para ser um verdadeiro rotariano

A pessoa pode ser aceita em um clube rotariano, mas ainda assim não será um rotariano verdadeiro. Quem o tornará um verdadeiro rotariano será: suas atitudes, sua vontade e determinação, sua ética, sua participação efetiva.

Como rotariano, no exercício de sua profissão ou na condução de seus negócios, deve observar as seguintes normas:

Considerar sua ocupação como uma oportunidade adicional de servir;
Ser fiel à letra e ao espírito do código de ética de sua ocupação, lei do país e ao padrão moral da comunidade;
Fazer todo o possível para dignificar a sua ocupação e para promover os mais altos padrões éticos no exercício da mesma;
Ser justo com seu empregador, empregados, associados, concorrentes, clientes, o público e a todos aqueles com os quais mantenha um relacionamento comercial ou profissional;
Reconhecer o respeito devido a todas as ocupações úteis à sociedade, assim como a dignidade inerente às mesmas;
Oferecer os seus conhecimentos profissionais para propiciar oportunidades aos jovens, para atender as necessidades de outros e para melhorar a qualidade de vida em sua comunidade;
Ser honesto na propaganda que fizer e em todas as apresentações ao público relativas à sua empresa ou profissão;
Não procurar obter de um rotariano, nem lhe outorgar privilégio ou uma vantagem que não sejam normalmente concedidos num relacionamento comercial ou profissional.

O Rotary Club São Paulo – Alto Da Mooca

Breve histórico

Fundado em 09 de maio de 1973

Conta com 43 companheiros (dados de março/2004)

Já elegeu dois governadores no nosso distrito

Entre companheiros, esposas e filhos o clube distribuiu 124 Títulos Paul Harris (valores para a Fundação Rotária).

A sede está situada a Rua da Mooca, 4.900 – Tel.6965.2353

E-mail: rotaryspam@aol.com

As metas anuais

Proporcionar, através de “subsídios equivalentes” (junto com outros clubes do exterior e da Fundação Rotária) equipamentos (fogão industrial, geladeira industrial, freezer, vans para transporte, etc.) e demais necessidades de entidades carentes da comunidade;

Reconhecimento Profissional: agraciar com certificados, profissionais que se destacaram pela ética, pelo desempenho e pela atuação em bem servir a comunidade;

Festa de Natal das crianças carentes: realizada para mais de 800 crianças no salão cedido pelo Clube Atlético Juventus com festa animada por palhaços, cantores, papai Noel distribuindo brinquedos a todos, com barracas de lanches, refrigerantes e guloseimas;

Projeto Rumo: que procura levar aos jovens conhecimentos e subsídios sobre as profissões que eles poderão adotar;

Caminhada do Coração: evento que tem reunido mais de 1500 pessoas que se conscientizam da necessidade de se movimentarem através de caminhadas ou exercícios para terem uma vida mais saudável;

Campanha contra a Diabetes: apoio à realização das campanhas Nacional e Internacional do Dia do Diabético, com a realização de aproximadamente 5.000 testes;

Campanha do Material escolar: com distribuição kits de material escolar nas escolas da comunidade;

Campanhas de apoio: às entidades carentes fornecendo sabonetes para o pessoal da terceira idade, material de limpeza para creches, etc.

Receber e enviar intercambistas para outros países;

Reuniões de companheirismo: visando aumentar a confiança e entrosamento entre as famílias de rotarianos.

Porque entrar para o Rotary

Porque o Rotary preserva a dignidade e o valor humano do indivíduo através do trabalho altruístico com seu lema de “servir” possibilitando-lhe prestar serviços à comunidade.

Porque o Rotary estimula os princípios da ajuda e da amizade mútua entre as nações.

Porque o Rotary estimula os princípios da excelência nas profissões e nos negócios.

Porque o Rotary propicia e promove a compreensão da boa vontade e da paz no mundo.

O que é preciso para entrar no Rotary:

Ser um cidadão do bem, possuir uma carreira profissional, ser apresentado por um rotariano.

obs : Matéria e informações elaboradas por Euclydes Barbulho

[/su_spoiler] [su_spoiler title=”A Mooca na história do São Paulo FC” style=”fancy”]

O bairro da Mooca também faz parte da história do São Paulo Futebol Clube , conforme se pode verificar através de trechos extraídos da história oficial desse grande clube paulista, constante do livro “São Paulo Futebol Clube – Saga de um Campeão”, de autoria de Ignácio de Loyola Brandão :

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Equipe do São Paulo FC de 1938

“Às 10 da noite de 16 de dezembro de 1935, após quatro horas de reunião, ressurgia, definitivamente, o São Paulo Futebol Clube, tendo como presidente, Manuel do Carmo Mecca. No dia seguinte, Mecca e Del Debbio foram para Curitiba em busca de jogadores, trazendo King, Segoa e José, enquanto Porfírio da Paz, Diretor de Esportes, buscava reforços em São Paulo. O primeiro treino foi na Rua da Mooca, contra o C.A. Paulista, que perdeu por 7 x 3. No dia 23 de janeiro de 1936, outro treino, contra o Palestra Itália, que perdeu por 3 x 2.

Em maio de 1935, um grupo de jogadores e diretores fundou o Estudante, cujo modelo era o Estudiantes de La Plata, da Argentina. Uma equipe que tinha bons jogadores, ótimo técnico e mais nada, nem campo. Conseguiu-se uma fusão com o C. A. Paulista que usava um campo na Rua da Mooca, pertencente à Cervejaria Antarctica e o novo clube passou a chamar-se Estudante Paulista. Uma desastrosa excursão ao Peru e Chile, quando o empresário fugiu com todo o dinheiro, levou o Estudante à porta da falência. A situação se agravou a tal ponto que, um dia, os jogadores, indignados, quiseram destruir a sede da Mooca, por falta de pagamento.

O São Paulo, por sua vez, era um clube simpático, popular e com uma grande torcida, todavia o time não tinha expressão técnica. Apesar da torcida, o quadro associativo era pequeno. Cada dia o treino era num lugar, a concentração dos jogadores era parte na casa do presidente, parte na torre da igreja da Consolação.

Estudante e São Paulo resolveram os seus problemas, em 1938, com uma fusão que provocou intermináveis debates internos. Como o Estudante estava em boa posição no campeonato, seus dirigentes queriam que o novo clube tivesse seu nome; são-paulinos rejeitaram a idéia. Feita a fusão, o São Paulo continuou São Paulo. Cedeu-se apenas na questão do presidente, escolhendo-se um elemento neutro, Piragibe Nogueira.”

Extraído do livro “São Paulo Futebol Clube – Saga de um Campeão” de Ignácio de Loyola Brandão

 [/su_spoiler] [su_spoiler title=”Giuseppe Oristânio também tem suas lembranças da Mooca” style=”fancy”]

A Mooca, também faz parte da vida do ator Giuseppe Oristânio, conforme ele contou em entrevista concedida ao Jornal O Estado de São Paulo :

“Assim como D. Pedro II, foi às margens do Ipiranga que dei meus primeiros gritos de independência. Era uma época em que um garoto de 12 anos como eu podia pegar o Jardim Previdência/Parque D. Pedro e descer no Museu do Ipiranga, na Avenida Nazaré. Era pura emoção.

novoMuito menino, pegar ônibus sozinho era uma superaventura planejada com antecedência: convencer a mãe, juntar os trocados da condução, comprar uma Tubaína, enfiar na sacolinha o pão com mortadela, a bola de plástico e seguir em frente.

Aí era descer no Museu e se espalhar na grama. Depois, brincar de Pelé com algum garoto que estivesse por lá, na sua aventura particular ……Os meses se passaram e os gritos de independência me encheram de confiança. Um ano depois eu ia, nesse mesmo ônibus, mais adiante. Eu treinava no estádio de futebol do Juventus, na Rua Javari. Pegava o Jardim Previdência ali perto de casa, sentava naquele banquinho solitário bem na frente, passava pelo Museu do Ipiranga e olhava pra ele com um ar de conquistador.

Descia na Avenida dos Estados e ia andando até a Rua Javari. No caminho tinha um cheiro delicioso de café torrado vindo não sei de onde. Às vezes, dentro do estádio e correndo atrás da bola, aquele cheiro de café invadia o gramado e me causava um enorme prazer, numa época em que eu nem gostava de café. Me lembro de pensar como uma coisa tão ruim pudesse cheirar tão bem… ….O Museu do Ipiranga, o Juventus da Rua Javari e o TBC me transformaram num homenzinho. Esses três lugares foram minhas primeiras conquistas de liberdade, os meus gritos de independência. A partir do TBC virei ator. Não foi decisão, não foi desejo de ser ator, não foi nada além de um grito de liberdade”.

Filho de imigrantes italianos, o ator Giuseppe Oristânio fez sua estréia profissional em 1972, aos 14 anos, no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC). De lá para cá foram mais de 30 peças, 15 novelas e especiais para a TV.

Fonte : Guia/Caderno 2 do Jornal O Estado de São Paulo

[/su_spoiler] [su_spoiler title=”Quem se lembra dos cinemas da Mooca?” style=”fancy”]

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Porta do Cine Moderno por ocasião do lançamento do filme King Kong – Década de 30

Um antigo morador da Mooca, agora residindo no exterior, veio visitar parentes no Brasil e resolveu matar a saudades de seu antigo Bairro. Uma das mais gratas recordações que ele tinha era dos cinemas da Mooca, onde conquistou inúmeras namoradas, onde conheceu a sua esposa e onde viveu muitos momentos de emoções vendo os seus ídolos nas grandes telas. A gente amava o cinema de bairro pela soma de emoções que ele oferecia, como se o filme tivesse sido elaborado ali e então.

Nessa sua visita priorizou a Rua da Mooca, local de concentração de vários dos cinemas : Moderno, Icaraí, Roma, etc.etc . Nada ! Nenhum deles. No lugar deles só prédios mal conservados ou estabelecimentos comerciais. O nosso mooquense se sentiu como se tivessem destruído um importante e saudoso pedaço de sua vida.

Junto aos mais jovens poderemos até passar por mentirosos, pois realmente é difícil de acreditar, mas o bairro da Mooca já teve a alegria de contar com 10 diferentes salas de cinema, alguns deles sobreviventes até a década de 60. E para provar isso, eis alguns dados dos mesmos:

Cine Aliança – localizado na Rua Visconde de Inhomirim, 756. De propriedade de Antonio Giovani, funcionou a partir do final da década de 40;

Cine Bertioga – localizado na Rua Terezina, 62, foi inaugurado na década de 60;

Cine Imperial – localizado na Rua da Mooca, 3430. Fundado pelo sr. José Vietri em 1948, foi o maior cinema que a Mooca já teve, com 1.820 lugares. Deixou de existir nos últimos anos da década de 60;

Cine Internacional – também localizado na Rua da Mooca no antigo número 380. Ficava aproximadamente na esquina da rua Marina Crespi;

Cine Moderno – localizado no antigo nº 407 da Rua da Mooca, correspondente ao 2241 atual, onde hoje funciona uma agência do Bradesco. Primeiro cinema da Mooca, inaugurando em 1911 a tradição da rua em sediar os cinemas do Bairro. Começou como um cinema e bar, ostentando o pomposo nome de Palácio Moderno, da firma “Falgetano e Maffi “. Além da exibição dos melhores filmes, os freqüentadores podiam desfrutar de bebidas finas e afamados vinhos italianos. O Cine Moderno marcou a estréia no ramo de exibição cinematográfica de Ângelo Falgetano, um ex-vendedor da Antarctica e de seu irmão Luiz que, posteriormente, teriam outros cinemas na zona leste. O Cine Moderno desapareceu no começo na década de 60;

Cine Ouro Verde – fundado com o nome de Cine Icaraí e sediado Rua da Mooca, 2519, no final da década de 60, mudou para o nome com o qual viria desaparecer alguns anos depois: Ouro Verde;

Cine Patriarca – foi fundado na década de 60, com localização na Rua do Oratório, 830.

Cine Roma – situado na Rua da Mooca, 617, foi fundado no final da década de 40, pertencente a Henriqueta de Carvalho Parisi. Também desapareceu no começo da década de 60;

Cine Safira – localizado na Rua do Hipódromo, entre as Ruas João Caetano e Itajaí;

Cine Santo Antonio – mais um na Rua da Mooca no antigo número 99/101, correspondente ao número 547 atual. De propriedade da família Leornadi, foi inaugurado no começo da década de 30 funcionou até o começo da década de 60;

Cine São João – localizado no antigo nº 436 da Rua da Mooca, (altura do número 2400 atual). Aberto em 1912 logo encerrou as suas atividades, talvez não conseguindo concorrer com o Cine Moderno, quase em frente. Ficava entre as ruas Visconde de Laguna e Iolanda.

Com toda essa ampla oferta, dificilmente os mooquenses tinham necessidade de se deslocar para outros locais para assistir seus filmes prediletos. Mas, como vimos, lamentavelmente, todo esse potencial de cultura e diversão deixou de existir a partir da década de 60, uma vez que os cinemas não conseguiam concorrer com a televisão e, mais tarde, com os vídeo-cassetes e DVDs e mais recentemente com os shopping centers.

Como não existem dados oficiais a respeito das datas de inauguração e encerramento das atividades dos cinemas, alguns mooquenses nos enviaram algumas retificações :

obs 1: O Sr. Sérgio Luiz C. Fonseca diz que “o Cine Roma foi desativado na década de 70 e que um dos últimos filmes a ser exibido foi Roberto Carlos em Ritmo de Aventura”.
obs 2 : O Sr. Toni Dagostinho diz que “alguns só fecharam as portas na segunda metade da década de 70. Nasci em 1974 e tenho vívidas lembranças de ter freqüentado os cinemas Ouro Verde e Patriarca”

obs 3 : O Sr. Celso Ferraro Munhoz nos alerta que deixamos de incluir na mensagem original o Cine Safira, agora já inserido.

obs4 : O Sr. Wilson Natale diz que “o Cine Patriarca foi inaugurado nos anos 50, fechando as portas na década de 70″; o Cine Iacaraí, depois Ouro Verde e o Cine Roma encerraram atividades na década de 70 e o O Cine Aliãnça, surgiu no final dos anos 20, com o nome de Cine São Vitor. Nos anos 40 com o nome de Aliânça (era assim que se escrevia), funcionou até meados da década de 60”
obs5 : O sr Pedro Arnaut nos disse o seguinte “Gosto muito do Portal da Mooca, onde podemos vivenciar o passado deste bairro tão querido. Gostaria de colaborar, fazendo algumas retificações na sessão: CINEMAS DA MOOCA. O cine Ouro Verde e o Cine Patriarca só fecharam as portas no início da década de 80, e não na década de 70 conforme consta. Apenas como exemplo, no dia 22 de março de 1983 o Cine Patriarca exibia: “O sexo nosso de cada dia”, e o Ouro verde: “Patrulheiro 777” e “Quem encontra um amigo encontra um tesouro” No final de 1984 havia sobrado apenas o Cine Ouro Verde, que em dezembro exibiu o filme “Footloose”, e não abriu mais a partir de 1985. Fonte: jornais Folha de São Paulo, que traziam a programação dos cinemas.”

Como não existe informação oficial a respeito aqui ficam as versões.

[/su_spoiler] [su_spoiler title=”Marketing na Mooca, antes dos Gurus” style=”fancy”] marketing_moocaPara quem acha que ações de fidelização começaram a fazer parte do marketing das empresas apenas com a modernização e as teorias dos gurus norte-americanos: já na década de 30, no bairro da Mooca, em São Paulo, a Cia. Cervejaria Antarctica Paulista levantava nos cartórios de registro civil, diariamente, os nascimentos de crianças. De posse dos endereços, enviava às mães, acompanhadas de cartas personalizadas, uma caixa com 24 garrafas de Malzbier, desejando felicidades ao casal e ao recém-nascido e lembrando que o produto contribuía para aumentar a lactação. Para fixar melhor a mensagem, essa suposta propriedade era ressaltada no rótulo com a figura de uma mulher amamentando um bebê.

* Este curioso fato foi encaminhado pelo Wilson Palhares, que o publicou na Revista Embalagem Marca.

[/su_spoiler] [su_spoiler title=”A palavra Mooca tem acento?” style=”fancy”]

rua_moocaO “Portal da Mooca” tem recebido constantemente e-mails e cartas indagando se a palavra Mooca possui acento. Essa dúvida se deve ao fato de que, em vários locais, a palavra aparece acentuada mas em

uitos outros isso não ocorre. No passado, era muito comum escrever Mooca com acento agudo e, até há bem pouco tempo, várias placas indicativas da Rua da Mooca eram acentuadas. Essa é a razão da dúvida gerada.

Para resolver de vez a questão fomos ouvir dois especialistas, com opiniões antagônicas: o nosso poeta da Mooca Guido Piva que defende (mais ou menos!) o uso do acento e o mais conhecido professor da língua portuguesa, o também mooquense Pasquale Cipro Neto.

O poeta Guido Piva, como de praxe, preferiu defender o seu ponto de vista no linguajar típico e irônico do seu personagem Pimpinello Rinzoni, mas começaremos pelo professor Pasquale que se expressou através de um sério parecer :

“A separação silábica de “Mooca” é “Mo-o-ca”; a sílaba tônica é “o”. Não há acento porque a palavra é paroxítona terminada em “a”, comopasquale “foca”, “broca, “maloca”, “judoca”, “tapioca” e tantas outras, que também não levam acento. Há quem queira afirmar que a palavra tem acento por causa do “hiato” (vogais que vêm em seguida, mas ficam em sílabas separadas). De fato, há hiato na palavra “Mooca”, mas esse tipo de hiato não se acentua. “

E agora, a opinião do Pimpinello Rinzoni, digo Guido Piva :

Come giá falê, im meo premêro livro mocanheiz, neli fô iscrita la parola MoÓca cum acento, giá dice!… e só por isso, io mi arrumê una bruta briga qui nó cába mai! Até oggi, io nó güento mai di arrecebê tanta recramaçó di tutti os nuovos ‘Pasqüalis’ dela vita’, principarmenti, as do meo grandi amico Rafaé Cardamone, o Raluca, moquensi fervorozo e qui fô lo primo presidenti da famosíssima Escuderia Pepe Legá lá da Móca!

O qui devo de adizê im defeza di me, e di meo autôre Guido Carlos Piva, prá frustaçó dos pôcos defensore da parola Mooca sem acento é qui, Mooca, nomi di nostro quirido bairro, na mia excrusiva opinió, é qui tanto faiz ela tê ô nó tê acento, tanto uma, come otra, iston curretíssimas! E iston por razones distintíssimas: istrangerismo (origi) e tradiçó. i é per qüesto qui mi arresorvi alora ixpricá o qui, prá pôcas personas, nó tê ixpricaçó.

Qui a parola Mooca, im portugueis, nó tê acento é véro… nó só é véro, é veríssimo! E per due motivo, perquê im sua pópria origi istrangêra, ela nó tê acento, poi, o nomi Mooca, come giá falê, é originado pelo juntamento de due parole da língua tupiguaraneis: MO = FAIZ + OCA = CASA, e sarvo arguma opinió mai sabidona di argum porfessore di língua tupiguaraneiz, nos tempo dos índio nó inzistia iscrita, sendo cosi, molto menas apodia inzisti acento na parola Mo, come tamem na otra: Oca.

Ainda assi, si só qüesto nó bastassi, memo quando si qué aportuguezá o nomi da parola Mooca, e cum isso dexá ela ficá dibaxo das regra severíssima e cruélis da acentuaçó portugueza, di manêra arguna si pódi acentuá ela, sarvo erro di mia interpretaçó, o qui é molto difíci di cuntecê, o nomi dela no s’incácha im nessuna regra prá si apodê acentuá ela!

Ma… péra um pô! Per istrangerismo, qui nada mai é qui o uso di parola istranha a nostra língua, virô tradiçó, e prá qui ainda nó sabi o qui é tradiçó, io vô ixpricá:

Tradiçó nada mai é qui o cunhecimento do custume uzado e inrraizado profundamenti im otra língua, e, tradiçó quando é memo tradiçó, nó tê o qui adiscuti, tá sempri certa! Tanto qui alora vô ixpricá perquê a parola Móca, cum acento, é um istrangerismo qui avirô tradiçó:

Nos tempo qui os imigranti chegaro aqui no Brasi as dificurdadi qüelis tinha prá aparlá a nostra língua era molto grandi, prova é qui elis só afalava o mocanheiz! Intó. moltas das parola purtugueza era quasi qui impossibili elis cuncegui aparlá curretamenti.

guidoEntri tantas qui elis nó sabia aparlá, a parola Mooca era uma das qui mai elis tinha dificurdadi di falá! Era molto comum, elis, no inveiz di aparlá o segondo Ó aberto, elis fechá o barúlhio do som, i aparlá o Ô fechado! Qüesto era motivo di molta gozaçó dos brasilêro qui iscuitava os imigranti aparlá MoÔca, no inveiz di MoÓca! Cum qüesta bruta gozaçó cuntecendo, os imigranti ficava tudo fulo da vita cum os brasilêro, e segondo mi afiquê sabendo, tê uma istória, qui alora io vô cuntá, qui fô incontrada nos arquivo das memória dos dicendenti mai antico qui, per qüesto memo, nó si apódi prová di jeito nessum, contudo é la mai pura veritá:

Um dos primo imigranti intaliano, qui si chiamava: “Acentino Mula”, calabreiz dos bom, e qui vendia pizza quenti nas porta das antica fábrica di pano dos Crespi, lá na Móca, qui, num dia qui si tinha passado molto vechame cum as maledeta gozaçó dos brasilêro, cum molta ravia e molto possesso cum la vita, colocô, di porpósito, um acento no segondo O da parola MoÓca, E feiz isso, só prá alertá tutti os seos paisá, prá qui elis nó s’isquecê di come tinha qui aparlá a parola Moóca. E qüesto deo molto certo. Certíssimo! Tanto qui, dirripentimenti, conseguio pará cum tuda as gozaçó qui afazia, os brasilêro gozadô.

Prontamenti, dópo da invençó magistrá dessi maledeto acento por Mula, nó só os imigranti e seos dicendenti, ma, tudo mondo… tudo mondo memo!… qui morava na Móca, e im tutti os bairro vizino, passaro a tê o tradicioná custumi d’iscrevê, falá e arriconhecê só a parola MoÓca, “iscrita cum acento”, come a única manêra certa d’iscrevê e di si pronunciá ela… e cum isso nunca mai si alembraro daqüela otra parola Mooca, sem gracia, cum due O, e senza acento qui os índio afalava, ma nó iscrevia! E fô cosi qui a parola istrangera MoÓca, cum acento, passô a sê um custumi molto difícili di si evitá… e quasi qui impossibili di s’incontrá una pissoa, principarmentienti os moquensi mai véchio, qui nunca tenha iscrito a parola Moóca cum acento. Tanto qui, basta si olhiá as praca di rua e os documenti oficiáli mai antico, a parola MoÓca iscrita cum acento ispalhiada por tudo quanto é lugá! O será, mio Santo Benedéto… qui tutti qüesta murtidon di pissoas, qui ainda iscrévi a parola Móca cum acento, nó tê ilustraçó? Maquê bello!

Só qui, cum o surgimento das televisó e dos porgrama qui insina o portugueis mai curto, ôpa, adescurpi, “culto”, moltas pissoa passaro a tê mai cunhecimento sobri as regra maledeta di acentuaçó portugueza e ficaro sabendo qui era erradíssimo iscrevê a parola MoÓca cum acento, e anssim, qüestos ‘nuovos Pasqüali dela vita”, come si fôssi os único sabidó del mondo, passaro a persegui impiedosamenti a tuda as persona qui iscrevia ela cum acento… e fô giustamenti aí qui acumeçô tuda qüesta confusó!

Só qui elis s’isquecero da tradiçó qui, tutti os moquensi, ainda guarda no suboconciente, desdi qüeli dia qui o pizzaiolo ‘Acentino Mulo’, sem querê querendo, colocô qüesto maledeto acento no segondo Ó da parola Móca e acabô inventado uma parola istrangera, qui memo sendo iscrita cum las mema letra e inventada aqüi no Brasi, prá frustraçó di tuti qüestos nuovos Pasqüalis, é um istrangerismo qui nada tê a vê cum a otra parola Mooca, sem gracia e sem acento qui a língua portugueza usa.

Prá melhió ixpricá e prová qüesto istrangerismo qui, si tornô um custumi, é só prestá atençó naqüela otra parola molto usada oggi im dia: TELEFONICA, qui memo nó tendo acento im sua origi ispanhola é pornunciada come mela tivéssi um: TELEFÔNICA, ma, qui por sê una parola istrangera nó si acentua. Concrusó: a parola MoÓca, quando acentuada, por sê istrangera, ô Mooca, quando aportuguezada, senza acento, iston curretíssimas!

Orra meu! qui mi adescurpe tutti os Pasqüali dela vita, ma io devo mi afazê alora uma confisson finá: Tuda veiz qui eu tenho qui iscrevê e nó acentuá a parola Mooca… Giuro! io sinto um certo má ista… um arrepio na ispina e cuméça a mi dá um cominchó por drentro, qui nem falo prá vuceis! Memo perquê nunca vi ninguém afalá o nomi di meo bairro : MO-O-CA, cum tudas as suas letra, senza si fingi, ô si afazê afetaçó. O qui eu iscúito, e qui tudo mondo iscúita, é MÓCA, iguarzinha come falá meo coraçó, cum um único Ó e cum o barúlhio do som bem aberto: ÓÓÓÓÓ… e pronto!

Esperamos que você tenha conseguido formar uma opinião a respeito. Que nos desculpe o nosso amigo e colaborador Guido Piva, mas o “Portal” sempre adotou o parecer do também nosso amigo Professor Pasquale.

[/su_spoiler] [su_spoiler title=”João Saldanha” style=”fancy”]

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João Saldanha

João Saldanha foi uma das mais polemicas personalidades brasileiras de todos os tempos. Embora a impressão geral era de que Saldanha fosse carioca, na verdade era nascido na cidade de Alegrete – Rio Grande Sul, em 1917, tendo falecido na Itália, cobrindo a Copa do Mundo de 1990 pela Rede Manchete. Foi técnico da seleção brasileira de futebol que disputou as eliminatórias para a Copa do Mundo de 1970, ocasião em que causou grande polêmica porque teria dito que Pelé não enxergava direito.

Mas não foi apenas como técnico de futebol que Saldanha se destacou. Jornalista, comentarista esportivo, escritor, líder estudantil, membro do Partido Comunista a vida inteira, jogador de futebol, analista de escola de samba, co-autor de enciclopédia, ator de cinema, candidato a político, botafoguense apaixonado, cidadão do mundo pois morou em vários países, Saldanha participou de momentos históricos : cobriu o desembarque das tropas aliadas na Normandia, na 2ª Guerra; a Guerra da Coréia e a entrada triunfal de Mao Tse Tsung em Pequim

Mas sua grande tribuna foi a crônica esportiva. De temperamento difícil, extremamente corajoso que o fez ter muitos inimigos na vida, através de suas colunas ou dos seus comentários no rádio e na TV, João formou toda uma geração de torcedores que tinham em suas análises lúcidas e ferinas pratos cheios para intermináveis discussões sobre futebol. Porque essa também era uma das características de João Saldanha: o gosto pela polêmica. Ele não tinha medo de estar na contramão das opiniões correntes. Aliás, estava se lixando para isso.

Tudo isso, muito gente sabe, mas o que muito poucos têm conhecimento é de que João Saldanha também morou na Mooca, aliás como é citado por Mino Carta em seu livro “Histórias da Mooca” :

“Logo atrás da pracinha, rodava a máquina impressora dos panfletos do pecezão, em uma pequena gráfica da qual era sócio João Saldanha, futuro cronista esportivo e técnico da seleção brasileira, um dia misteriosamente sumido do bairro, para dar, enfim, sinal de vida através de cartas remetidas da China, onde adquirira o hábito de passar sebo na ponta do nariz para enfrentar o frio de trinta graus abaixo de zero”.

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Praça Vermelha

A pracinha a que Mino Carta se refere é a conhecida como Praça Vermelha (vide matéria na página “Fatos e Locais”) situada na confluência da Avenida Paes de Barros com a rua da Mooca, rua Taquari e rua do Oratório. A gráfica de João Saldanha estava localizada exatamente na esquina da rua do Oratório com a Paes de Barros, onde hoje existe uma farmácia e a sua residência ficava nas imediações. Infelizmente não há registros da sua localização exata.

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